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Tritricampeões!

Por Pedro Almeida Cabral
23 Jun, 2023

Não, caro leitor, não é gralha no título. O Sporting Clube de Portugal sagrou-se tricampeão em futsal, como é sabido. O que talvez não saiba é que foi a terceira vez que tal sucedeu. Fomos pela primeira vez tricampeões na longínqua década de 90 do século passado, nas épocas de 1992/1993 a 1994/1995. Eram os primórdios da modalidade, que o Sporting CP ajudou a criar. O segundo tricampeonato veio num tempo mais recente. Foi conquistado nas épocas 2015/2016 a 2017/2018. Já com Nuno Dias ao leme, ficaram na memória os duelos técnico-táticos com o então treinador do SL Benfica, Joel Rocha. Por fim, veio novo tricampeonato, nos últimos três anos, coroado com uma vitória no jogo 4, no Pavilhão da Luz, por 2-1 após prolongamento. Igualmente com Nuno Dias, esta sequência de três campeonatos defrontando na final também o SL Benfica nunca deixou dúvidas da justiça dos campeões.

Para alguns, pareceu que este campeonato resultou num menor domínio da equipa Leonina. Mas não é verdade. Terminámos em primeiro lugar, com um ponto de vantagem sobre o SC Braga, que foi a segunda melhor equipa da fase regular. A única derrota foi com os bracarenses num infeliz lance do nosso guardião Guitta, que escorregou e permitiu o golo da vitória adversária. De resto, fomos de longe a equipa com mais golos marcados e a segunda que melhor defendeu. Já na fase a eliminar, ultrapassámos o ADCR Caxinas e os Leões de Porto Salvo para encontrar, na final, o nosso grande rival, SL Benfica. Desde 2010 que o Sporting CP chega todos os anos à última série de jogos e só por duas vezes não encontrou os benfiquistas. São jogos que dão o que de melhor tem o futsal para oferecer. E estes quatro jogos não desiludiram. A abrir, no nosso Pavilhão João Rocha, um domínio avassalador do Sporting CP com vitória por 5-1 e um grande golo, de primeira, do nosso grande capitão João Matos. No segundo jogo, o SL Benfica reequilibrou, ganhando por 3-2, conseguindo uma reviravolta na segunda parte, pois os benfiquistas sabiam que perdendo esse jogo, dificilmente seriam campeões. Seguiram-se os jogos mais interessantes de toda a série, os jogos 3 e 4, que são sempre aqueles onde há mais risco e a disciplina tática, a destreza individual e a mentalidade ganhadora vêm ao de cima. O Sporting CP triunfou em ambos, no prolongamento, com todo o mérito, por 3-2 em casa e por 2-1 fora. No jogo 3, Zicky Té marcou um dos melhores golos de sempre da modalidade, que tive o privilégio de ver ao vivo no PJR. Uma obra de arte, delicada e preciosa, com toques subtis de calcanhar, plena de confiança e alegria como só este jovem jogador do Sporting CP sabe fazer. Estou certo de que mesmo os adversários terão admirado uma jogada só ao alcance de um génio. Já no último e decisivo jogo, Pauleta, que já tinha sentenciado o jogo 3, marcou o tento final, que selou o tricampeonato e inaugurou a festa Leonina.

Tudo está bem quando acaba bem. E ainda melhor quando ganha quem mais mereceu. O tritricampeonato não é um ponto de chegada. Mas sim um ponto de partida para o tetra. As palavras não são minhas, são do nosso treinador Nuno Dias. E a verdade é que Nuno Dias costuma estar à altura do que diz!