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20 anos...

Por Juvenal Carvalho
06 Ago, 2023

6 de Agosto de 2003. Parece que foi ontem, decididamente o tempo voa. Passaram já 20 anos e ainda me recordo de cada passo que dei, num dia em que cheguei muito cedo a Alvalade para conviver com amigos, esperando ansiosa e nervosamente pela abertura das portas.

Cresci a habituar-me ao antigo estádio. Por lá assisti a grandes momentos e a deliciar-me com as minhas referências desde os tempos de criança. Mas como em tudo na vida, nada é estanque. E o Sporting Clube de Portugal, fiel ao seu mais do que reconhecido pioneirismo, foi o primeiro clube a partir para a construção do novo estádio e para a primeira Academia do país. Primeiro abriu a Academia, hoje baptizada com o nome do melhor de sempre, o "nosso" Cristiano Ronaldo... depois, o novo estádio.

E passaram, belisco-me e comprovo, 20 anos que, qual menino a quem deram um brinquedo novo, entrei no nosso "santuário" e contemplei-o. Estava cheio − literalmente cheio − de Leões e de Leoas felizes para assistir à sua inauguração. A noite foi de emoção em emoção. O primeiro grande momento surgiu quando Dulce Pontes, com a sua fantástica voz, fez Alvalade tremer com o seu 'Amor a Portugal'. De seguida, o "violino" Jesus Correia, acompanhado por Pedro Barbosa − o então "capitão", e um jogador que me fascinava particularmente, entrou no relvado para dar o pontapé de saída do novo estádio, naquele que seria o seu último momento relevante pelo seu/nosso Clube, já que morreria passados poucos meses, sendo o último dos "Violinos" a partir. Ficou, contudo, uma ovação que soou estridente e emocionada, quando o 'Necas' pôs a bola a rolar. Foi lindo o momento.

Até que, com o Manchester United como ilustre convidado para um momento de gala que perdurará na História do nosso Clube, deu-se início ao jogo. Para a posteridade fica a vitória do Sporting CP por 3-1. Como fica também o facto de Luís Filipe ter sido o jogador do Clube que marcou o primeiro golo deste estádio, que posteriormente já assistiu a golos lindos − tantos, de Leão ao peito. Mas este, o golo de abertura, jamais será esquecido. Perdurará no tempo.

Mas também impossível de esquecer, e que jamais se apagará na memória de todos os que encheram o estádio, foi a exibição de Cristiano Ronaldo, um menino de 18 anos, que acabaria, tal a dimensão do seu futebol, "raptado" por Sir Alex Ferguson. Como se diz na linguagem do futebol, partiu-os todos, fez gato sapato de uns atónitos ingleses que não estavam preparados para tanto talento. Uma noite inolvidável do nosso CR7, que acabaria por se tornar no melhor do mundo para nosso orgulho e encantamento.

Essa foi a noite que me recordo como se fosse hoje, mas já passaram 20 anos. Neles vivi grandes momentos, e outros menos bons. Vi também inúmeros jogos ao vivo. E dos que vi recordo dois momentos, entre tantos outros, nestas duas décadas. A fantástica reviravolta, em jogo da Taça de Portugal, que acabou numa vitória contra o nosso eterno rival. E ainda, e quiçá o que mais marcou desde sempre no nosso futebol, com uma mistura agridoce. O doce da sensação de ver uma final europeia no nosso estádio, com a particularidade de contar com a presença do Sporting CP, aliada ao amargo de ter assistido a uma derrota com os russos do CSKA Moscovo. Neste jogo chorei...sim, os Leões também choram. No caso, de tristeza, por não estar preparado para a desilusão que vivi.

Mas acredito que ainda viverei muitos e grandes momentos de êxtase Leonino, num estádio que cada vez está mais modernizado. Passados 20 anos, o local está cada vez mais funcional. A acompanhar os novos tempos. Uma "Nova Era" de evolução.

Venham muitos mais. Estes foram só os primeiros vinte anos de uma História marcante de um Clube que tanto me/nos marca!