Fibra
14 Set, 2023
Nos últimos dias tem-se visto a fibra do Sportinguismo. Sem o sentimento de luta que nos anima há mais de um século, não haveria Sporting Clube de Portugal. Falo do ânimo que nos faz reagir nas situações adversas e nunca desistir de combater. Mesmo quando tudo parece perdido ou quando a injustiça é flagrante. Ao longo da nossa História, sempre foi nessas situações que se viu o melhor que o Sporting CP tem para dar e a razão por que somos o somos o clube que somos.
No fim-de-semana, jogou-se a segunda jornada do Campeonato Nacional de andebol. Depois da brilhante vitória em casa perante o SL Benfica, por 32-26, visitámos no domingo o sempre difícil Pavilhão Flávio Sá Leite, do ABC. Entrámos titubeantes e tivemos de correr atrás do marcador. A equipa bracarense manteve a toada eficaz no ataque e esteve sempre com três a quatro golos de vantagem. Mas a alma desta equipa é grande. Chegámos ao intervalo a perder com apenas um golo de diferença. Na segunda parte, a defesa esteve melhor. Reagimos e controlámos o jogo, mantendo uma distância de cinco golos até ao 27-32 final. Kiko e Martim Costa, com nove e oito golos respectivamente, foram os marcadores do costume. Como disse o nosso treinador Ricardo Costa, soubemos ir “buscar o jogo”.
Já na segunda-feira, dia da selecção nacional, com mais um desafio de apuramento para o Campeonato da Europa 2024, desta feita perante o Luxemburgo. Embora uma vitória por 9-0 como foi essa não tenha grande história, há algo que fica para a História. Gonçalo Inácio marcou os seus dois primeiros golos ao serviço da equipa das Quinas. Se um defesa-central marcar golos é algo invulgar, dois num só jogo é raro. Mas o que prefiro destacar é que Gonçalo Inácio já podia e deveria ter sido convocado mais vezes. Aos 22 anos, senhor de um dos melhores pés esquerdos do campeonato português, Campeão Nacional pelo Sporting CP em 2021 e com três épocas consecutivas na defesa do Sporting CP, é um pouco estranho ter somente três internacionalizações. Pelos vistos, é algo que não lhe atormenta a cabeça, dado que foi de cabeça que marcou os dois belos golos nesse jogo da selecção.
Dois pequenos exemplos numa História centenária de superação do Sporting Clube de Portugal. Sempre assim fomos, sempre assim seremos.