A causa Leonina
18 Jul, 2024
Hoje, levado sobretudo pela justiça a quem no mais profundo anonimato tudo faz pelo Sporting CP sem querer receber nada em troca, decidi fazer uma coluna de opinião um pouco diferente das últimas. Para falar de pessoas que vivem o Sporting Clube de Portugal, sem que existam mais ou menos Sportinguistas – porque sou até daqueles que não entro em medidores de paixão clubística, mas de gente que me marcou muito pelo seu conhecimento da História Clube.
E nelas, registo a para mim maior enciclopédia viva da História centenária do Sporting CP. Falo de Mário Casquilho, que foi o grande responsável pelo espaço fantástico que é o nosso actual Museu que orgulha cada um de nós e de que ele foi o seu "arquitecto". Um Homem que respira Sporting por todos os poros e que vivenciou momentos inolvidáveis dos quais sabe do que fala como ninguém.
Das poucas vezes que com ele privei nos últimos anos, a última, quis o destino, que fosse mesmo no Museu, e durante a cerimónia do centenário do nosso Jornal Sporting, que, com que orgulho pessoal, tenho o privilégio de escrever semanalmente. Também José Bernardes Dinis, desde 1977 com o "seu" Museu de Leiria, que tem sido ao longo de décadas local de passagem de milhares de Sportinguistas, tem uma História de dedicação ao Clube que fala por si.
Mas claro que existirão no mais puro anonimato outros grandes Sportinguistas que não conhecerei mas que, por estudiosos, também serão verdadeiras "enciclopédias". Vou falar de três delas, que fazem o favor de ser meus amigos pessoais e que são um exemplo de Sportinguismo genuíno, embora por razões dispares.
Do João Romero Chagas Aleixo, um algarvio de Loulé, que como eu é fã incondicional do poeta António Aleixo, seu conterrâneo, do Nuno Pessoa Barradas e do Carlos Seixas. Conheci-os de forma diferente. O João, ainda muito jovem no estádio, mas sobretudo nos pavilhões; o Nuno, que conheci quando foi retomado o basquetebol no Sporting CP, em 2012, porque por lá tinha o seu filho a jogar e, ganhando o "bichinho", foi recrutado para ajudar na secção então ainda autónoma e o Carlos através de grandes causas do quotidiano do Leão.
O João Aleixo deu-me a conhecer a inequívoca hegemonia do nosso Clube, no maior trabalho que jamais alguma vez vi sobre a comparação dos troféus ganhos pelos "três grandes" em todas – literalmente todas, as modalidades. Tantas horas de pesquisa. Tanto conhecimento. Quanta dedicação.
Já o Nuno Barradas, sendo um coleccionador inveterado de camisolas do Sporting CP, tantas são as que tem, é também um dos mentores da Wiki Sporting, que é uma "ferramenta" de excelência para o verdadeiro conhecimento de tudo o que diz respeito ao nosso Clube. Horas e horas de pesquisa feita de altruísmo.
Quanto ao Carlos Seixas, é detentor de um enorme espólio no Museu que tem num espaço considerável da sua casa – sei que estou em falta contigo e ainda não fui visitar –que contém peças com tanta história e simbolismo nele representadas.
Como disse atrás, outros haverão que não conhecerei (mas que os homenageio aqui) e sabemos todos bem quanto o universo Sportinguista é grande. Estes, dos que conheço, no anonimato, são os meus heróis pela defesa a uma causa. A causa Leonina!