Cinco Violinos
01 Ago, 2024
Jesus Correia, Vasques, Travassos, Peyroteo e Albano. São cinco nomes. Cinco nomes mágicos para todos os Leões. Dos vivos, só os mais resistentes à marcha do tempo se recordarão deles a espalhar magia nos relvados e a esmagar - termo literal - os adversários em compita.
Mas um dado é perfeitamente adquirido. Jamais a História se apagará. Jamais eles se apagam da lembrança dos Sportinguistas, mas também, e porque não, dos adeptos rivais, sobretudo daqueles que sabem estar no desporto.
Os Cinco Violinos são inevitavelmente de todos os tempos, ganhar era o seu nome do meio e sendo a linha avançada da nossa equipa, faziam golos atrás de golos... de forma natural.
Jogadas que pareciam uma obra de arte pintada em telas de grande qualidade dizimavam qualquer equipa. Dizia-me o meu avô Zé que eles não eram homens, eram máquinas. Era quase tudo além do normal. Quais "extraterrestres".
Tive o imenso privilégio, pela voz de Jesus Correia, o "Necas" para os amigos, de ouvir tanta estória deliciosa daqueles tempos. Ouvia cada palavra dele com a gula de uma criança a quem lhe deram um brinquedo. Falava-me da sua magia e velocidade, falava-me também da classe inata de Vasques, de Travassos - o "Zé da Europa", do fantasista Albano e do "artilheiro" Peyroteo. Sempre com aquele sorriso nos olhos de alguém que amava incondicionalmente o "seu" Sporting e de quem vivenciou momentos inolvidáveis de Leão ao peito.
E no passado sábado, como já vem sucedendo desde 2012, o Sporting Clube de Portugal homenageou novamente os Cinco Violinos com o Troféu com o seu nome e mais uma vez com o selo do carimbo da vitória Leonina. A nona conquista alcançada nas 12 edições que compõem este Troféu.
Num jogo que serviu também para a apresentação, um a um, dos jogadores que compõem o plantel 2024/2025, para a despedida emocionada e emocionante ao "El Capitán" Sebastián Coates, e para um minuto de silêncio que acabaria numa estrondosa salva de palmas dos 35079 leões presentes no estádio ao "Eterno Capitão" Manuel Fernandes, os Leões foram claramente superiores aos bascos do Athletic Club.
Pode dizer-se que a orquestra começa a estar afinada. Primeiro Pote e, depois, Marcus Edwards e Francisco Trincão, selaram com os seus golos a vitória Leonina e Morten Hjulmand levantou o seu primeiro troféu como capitão de equipa. Que este hábito tenha vindo para ficar e se repita já no próximo sábado, em Aveiro, para a Supertaça. Desta feita já oficial.
Onde estiverem, os Cinco Violinos rejubilaram com a conquista com o seu nome. Jamais por nós serão esquecidos.
Apetece dizer: foi bonita a festa, pá, como na canção de Chico Buarque. Venham agora os grandes momentos. E, como dizia na passada semana, com os "filhotes do Leão" a emergir. Neste jogo, por exemplo, foi tão bonito ver Geovany Quenda a jogar como se já por ali andasse há vários anos. O menino tem pinta.
Venham os próximos capítulos. Queremos mais conquistas. Somos o Sporting Clube de Portugal.
P.S. 1 - Silêncio. Partiu um Leão de juba alta. Até sempre, Vítor Salgado. Quantos anos a trabalhar em prol do seu grande amor. Obrigado. Descanse em paz.
P.S. 2 - Com a realização no passado fim-de-semana do Campeonato Nacional sub- 20 de pista em atletismo, terminou a época oficial na modalidade. Uma época em que na formação conquistámos todos os títulos em ambos os sexos. Além dos sub-20, já anteriormente o havia sido em sub-16, sub-18 e sub-23. Também nos seniores fomos campeões nacionais em femininos e nos masculinos escapou-nos a conquista por um escasso ponto.
Depois disto uma certeza. O presente, mas também, sobretudo o futuro, tem tudo para ser pintado a verde-e-branco nesta modalidade. Que excelente trabalho!