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Nunca vos deixaremos sós

Por Juvenal Carvalho
08 Ago, 2024

Antes de ir ao texto em si, vou fazer uma confidência: fiz um exercício pessoal e decidi tentar escrever este artigo de opinião poucos minutos após o apito final do jogo da Supertaça.

E, como esperava, chumbei redondamente nesse exercício, já que escrevi e apaguei várias vezes, tantas que lhe perdi a conta, o que havia escrito. Não me saia nada, que não fosse na lógica da irracionalidade de um Leão dilacerado que jamais, depois de ver o prodigioso Geovany Quenda anichar a bola na baliza dos dragões e fazer o 3-0 para as nossas cores, esperaria por este desfecho. 

Dormi – assumo que pouco nessa noite, porque apesar dos cinquentas avançados no tempo, ainda tenho acne juvenil na forma como sinto e vivo o Sporting CP. 

No dia a seguir ao jogo acordei aziado, sem me apetecer ler a imprensa, ligar a televisão ou ouvir os "paineleiros" da bola. Intratável, era como me sentia. Termo literal. 

Mas como dizem os antigos, a vida tem que seguir. E seguiu. Capacitar-me que nos momentos menos bons temos que ser ainda mais Sportinguistas do que naqueles dos êxitos. 

E nessa premissa, mesmo que já tenhamos perdidos dois troféus oficiais após o país ter assistido ao infinito rugido do Leão, não quero ser a avestruz da história e enterrar a cabeça na areia, antes pelo contrário. Quero ser positivo. Só assim sei estar quando entra em equação o nosso Grande Amor. 

A tristeza rapidamente tem que passar a ser transformada em alegria e em crença. E é com base nessa crença que já amanhã, no Estádio José Alvalade, com o Rio Ave FC como opositor, começa o caminho para a reconquista do título de Campeão Nacional. Com a particularidade de procurarmos nele o "bi", um desiderato que tem sido tão raro e que nos foge desde a década de 50 do século passado.

E vamos, todos juntos, porque depois da tempestade virá seguramente a bonança, agregar esforços e arrepiar caminho para que lado a lado sejamos unos, não só na defesa dos nossos ideais, mas no empurrar dos nossos rapazes para a tal reconquista.

Quem mais do que eles querem jogar rapidamente, de forma a ultrapassar a profunda desilusão sentida em Aveiro. 

Que os vilacondenses sejam o início de algo que tanto queremos. Que seja a primeira vitória da caminhada para o Bicampeonato. 

E que lá para Maio de 2025, o exercício de tentar escrever algo após o amargo de uma derrota que nos retirou um troféu, seja substituído pela alegria incontida de escrever sobre a conquista do nosso 25.º título. Aí, no doce sabor da vitória, tudo é mais fácil. As palavras sairão mais soltas, mais fluidas e sobretudo mais felizes.

A época será muito longa e não será um jogo que nos demoverá. Deixo para o fim uma declaração de Rúben Amorim: "Os adeptos que não desistam de nós". Claro que não, míster. Claro que não. Temos muito a ganhar e só os fracos desistem. E no Sporting Clube de Portugal já vivemos momentos menos bons, faz parte do processo, mas também outros inesquecíveis e inolvidáveis. 

Amanhã é outro dia e estaremos lá. Venha o Bicampeonato. Todos juntos seremos mais fortes. Nunca vos deixaremos sós.