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Escreve-se futsal, lê-se classe

Por Juvenal Carvalho
27 Fev, 2025

Falar do nosso jogo de futebol na Vila das Aves é falar de um final que não deveria nunca ter acontecido, mesmo sabendo-se que o desporto não é uma ciência exacta. Depois de uma primeira parte em que houve um Leão assertivo, controlador e que parecia ter a vitória no bolso quando desceu aos balneários, após o intervalo tudo mudou. E mudou, na realidade, não há como o contornar, para muito pior. Não tenho outra forma de o dizer, mesmo que veja sempre os jogos do Sporting CP de lentes verdes e a irracionalidade da paixão me tolde tantas vezes a razão. 

Não gosto, como já aqui referi anteriormente, da expressão vamos levantar a cabeça. Isso tem de ser intrínseco. O que temos mesmo, pese a vaga de lesões, é de continuar a acreditar. Sim, deixámos esfumar uma vantagem de seis pontos em apenas três jornadas. Mas sim, também, ainda lideramos a 11 jornadas do fim. E será alicerçados a essa liderança que temos que nos agarrar. Saber sofrer terá de ser o lema. Contornar obstáculos como as lesões, não sendo fácil, tantas elas são, terá de ser uma realidade. No fundo, teremos que acreditar que em Maio vamos ser felizes. 

Hoje temos jogo para a Taça de Portugal, ante o Gil Vicente FC, em Barcelos. É outro dos objectivos a que nos propusemos. Estamos nos quartos-de-final e queremos chegar ao Jamor. Sejam Leões, e não se deixem abater. Nada nos poderá demover do essencial. E o essencial, esse, é o de no final da época conseguirmos ter êxito. E, não sendo o melhor dos optimistas, também estou longe de ser o pior dos pessimistas, quero acreditar que o Sporting CP consiga dar-nos a alegria do Bi. Até ao fim, rapazes. Só aí se fazem as contas.

E por falar em contas, as mais fáceis de fazer são as do futsal. Escrever sobre conquistas de troféus nesta modalidade é, felizmente, algo muito recorrente. Mas apesar disso, a "fome" de ganhar dos treinadores aos jogadores é incrível. Lutam pelos êxitos, e tantos têm sido, como se fosse a sua primeira conquista. Para Nuno Dias e sua equipa técnica, a máxima quem vem no dicionário de que o sucesso vem antes do trabalho, é aplicada na íntegra. E trabalham...trabalham muito. 

Tanto, que aliam a uma classe intrínseca, uma garra indescritível. O que faz um cocktail explosivo para as conquistas. 

A conquista da sexta Taça da Liga do nosso historial acabou por, respeitando os adversários, porque só assim sei estar no desporto, ser uma espécie de passeio à beira-mar. Vila do Conde rendeu-se à classe do Leão indomável. AD Fundão (7-3), SL Benfica (5-1) e na final o CRC Quinta dos Lombos (9-0), foram os opositores. E o lema ganhar, ou ganhar, sabendo-se que ninguém ganha sempre – isso não existe – é aplicado na íntegra aos nossos homens de verde-e-branco. Fechada que está esta página vitoriosa outras estarão, estou confiante, para chegar. E uma delas é a UEFA Futsal Champions League. No sorteio da final-four, a realizar em Le Mans, França, coube-nos em sorte os espanhóis do Palma Futsal. Existem umas contas a ajustar com eles. Convosco na quadra e connosco na bancada, nessa simbiose tão perfeita, será que o dia 4 de Maio de 2025 ficará gravado a letras de ouro na história do nosso clube? Eu acredito que a terceira Champions do nosso futsal possa estar a caminho. Desta equipa tudo se espera. Sob a liderança do "maestro" Nuno Dias, que é "só" o melhor do Mundo, a equipa é uma orquestra exemplarmente bem afinada, e dá-nos inúmeras razões para nela acreditar.