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Português, Portugal
Foto Isabel Silva

Tomaz Morais: "É a demonstração do nosso grande trabalho de equipa"

Por Sporting CP
07 Set, 2021

Francisco Salgado Zenha também reagiu à distinção da ECA

Conhecida, esta terça-feira, a distinção do Sporting Clube de Portugal como vencedor nos European Club Association (ECA) Awards 2021 na categoria Futebol de Formação, Tomaz Morais, director do futebol de formação Leonino, falou aos jornalistas à margem da cerimónia, em Genebra, na Suíça.

"Receber este prémio é uma grande honra para nós, um grande orgulho e, acima de tudo, é a demonstração de um grande trabalho em equipa que temos vindo a fazer tanto no Clube como, mais especificamente, na Academia em conjunto com o futebol profissional", começou por dizer, deixando um agradecimento a todos os envolvidos.

"O meu obrigado a todos os jogadores e suas famílias, a todos os colaboradores da Academia e aos adeptos e Sócios que gostam de ver o ADN Sporting CP valorizado, como é este o caso. Este prémio é para todos eles também e para aqueles que trabalham de uma forma invisível para que estes jovens cresçam e atinjam os seus sonhos no futebol profissional e cheguem à equipa principal do Sporting CP", referiu Tomaz Morais, abordado de seguida o Modelo Centrado no Jogador (MCJ), projecto que motivou o galardão europeu.

"Este MCJ não é mais do que a potenciação de todas as áreas multidisciplinares que temos na Academia, com base científica, para fazer com que os nossos jovens evoluam dentro e fora do campo", disse, continuando: "É um modelo que está focado no desenvolvimento da pessoa e do jogador, pois assim melhorámos as equipas do Sporting CP e contribuímos para que a formação seja cada vez mais forte. Este prémio é um momento fantástico e é do Sporting CP".

Também presente no evento, Francisco Salgado Zenha, vice-presidente do Sporting CP com o pelouro da área financeira, enalteceu o significado da distinção. "Foi de facto um excelente resultado. Não podia ter sido melhor depois da excelente época desportiva que tivemos e [o prémio] é o consagrar dessa temporada", referiu, sublinhando o "excelente trabalho" realizado na formação.

"Quero deixar os parabéns a todo o staff da Academia e à estrutura do futebol pelo excelente trabalho que fizeram com o MCJ, que faz com que os jogadores cresçam bem e para lá da sua formação desportiva. Isso ficou provado com este prémio, a ECA reconheceu o nosso trabalho", considerou, concluindo: "Que a formação seja o centro daquilo que é a nossa estratégia durante muitos anos. Parabéns a todos e ao Sporting CP".

Foto Pedro Zenkl

Francisco Salgado Zenha: "Vão ser tempos difíceis para o futebol"

Por Sporting CP
23 Mar, 2020

Vice-presidente falou sobre a actualidade Leonina

Francisco Salgado Zenha, vice-presidente do Sporting Clube de Portugal com o pelouro da área financeira, deu uma entrevista ao jornal Record na qual que abordou diversos temas da actualidade Leonina, com especial incidência sobre a pandemia de COVID-19 que o país e o mundo atravessam.

Impacto causado pela COVID-19

“Estamos há duas semanas sem futebol, já há uma expectativa grande de estarmos mais tempo, mas a nossa perspectiva é a de que ainda vamos conseguir terminar a época e isso seria positivo para todos. Aliás, não sendo vidente nem podendo fazer previsões em relação a um evento que não é controlável nem é previsível, se estivermos mais um mês nesta situação, será inevitável que os sectores de actividade relacionados com o entretenimento, no qual o futebol está incluído, tenham de ser reactivados, nem que seja para entreter as pessoas que estão em casa. A minha expectativa é a de que o futebol possa ser um dos primeiros a recomeçar. Lentamente. Eventualmente com estádios à porta fechada, de uma forma gradual que garanta que os intervenientes estejam seguros e que não correm risco de contágio”.

Mercado mundial do futebol

“Tenho poucas dúvidas de que vai ser afectado. Aliás, as entidades responsáveis pela organização e regulação do futebol vão ter de intervir. Seja por via de criar estruturas de competição que sejam mais atractivas, do ponto de vista de receitas – isso até já estavam a fazer – mas, sobretudo, pela via de alterar algumas regras do jogo. Por exemplo, o mercado de transferências, este ano, só vai estar aberto até ao final de Agosto? Não é possível nem praticável que feche na mesma altura dos anos anteriores. Isto terá de ser revisto. (…) Por exemplo, esta é uma delas. Não restem dúvidas: vão ser tempos difíceis para o futebol”.

Recurso a fundo de reservas ou antecipação de receitas

“Se esta situação se estender pela próxima época, ninguém faz ideia das consequências. Serão seguramente dramáticas. (…) Se eu entro na época 2020/2021, em que não há jogos nem transmissões televisivas, com certeza que também não haverá financiamento dessas transmissões televisivas. O mercado vai estar fechado. (…) A dificuldade que existe é conseguir fazer-se o que quer que seja, designadamente financiamento. Isso é um problema para mim, para a economia global e também para o futebol. Até os grandes clubes europeus terão dificuldade em comprar jogadores, o que criará problemas aos clubes que são vendedores”.

Linhas de crédito criadas por parte do Governo

“O futebol não pode ser deixado de parte. (…) É um sector de actividade que (…) tem uma importância significativa para a economia nacional, representando 0,3% do PIB (…). Mas não é apenas isso. Estamos a falar de um sector de actividade que tem três jornais diários, que alimentam esta indústria e as pessoas em casa com notícias. Mais de 90% da população portuguesa tem interesse no futebol. Falamos de uma indústria que tem uma importância social brutal e que é fundamental para a felicidade das pessoas. (…) É óbvio que o futebol vai ter de ser tratado da mesma forma que outras indústrias importantes”.

Medidas a tomar para enfrentar a situação actual

“Nós, como todos os clubes, estamos em contenção, a fazer os possíveis para gerar o máximo de liquidez e vivermos o melhor possível uma situação que não sabemos quando será ultrapassada. No fim, teremos de tomar mais medidas – ou não –, em função do impacto económico. (…) Em termos de receitas, é quase impossível fazer mais porque está tudo parado. (…) Felizmente, tomámos a decisão certa e temos reduzido ‘gorduras’, desde há algum tempo, e reduzimos massa salarial. Temos feito um esforço e estamos mais preparados, mas vai ser muito difícil”.

Orçamento para a próxima época

“Não confirmo o valor (70 milhões de euros), até porque no futebol é subjectivo. Depende de que variáveis e rubricas querem lá colocar. De qualquer maneira – e não confirmando esse valor –, há uma coisa que eu garanto: face à situação gerada pela pandemia do coronavírus não será superior. Garantidamente. Tenho muitas dúvidas de que sairemos desta situação com igual ou maior capacidade do que tínhamos antes”.

Segunda fase da reestruturação financeira começaria agora

“Sim, [esta situação] atrasa tudo. (…) Não sabemos como é que o mercado vai reagir ou como vai interpretar o risco do futebol depois desta crise, quanto tempo, sequer, vai durar esta crise, que impactos é que vai ter. (…) Continuo a trabalhar diariamente e a avançar com tudo aquilo que tenho em mãos. Agora, também admito que há muitos dossiês que estão completamente parados”.

Contornos do negócio

“A grande maioria das empresas, para não dizer todas, vive de crédito. Nós não somos diferentes. O que temos de fazer é trabalhar com os parceiros financeiros que temos há muito tempo e com os quais temos uma boa relação. (…) Continuamos a trabalhar em alternativas, porque não podemos estar parados. Este foi o primeiro, em muitos anos, em que, com excepção das receitas inerentes à venda de jogadores, não fizemos mais nenhum financiamento, vivemos essencialmente de receitas orgânicas e da venda de jogadores. E isso reflecte-se na redução do passivo. Estamos a continuar a reduzi-lo”.

Foto Pedro Zenkl

Francisco Salgado Zenha: "Não estamos aqui por dinheiro"

Por Sporting CP
30 Set, 2019

Vice-presidente falou da actualidade Leonina em entrevista à Rádio Observador

A dez dias da Assembleia Geral do Clube, o vice-presidente e administrador da SAD responsável pela área financeira do Sporting Clube de Portugal, Francisco Salgado Zenha, deu uma entrevista à Rádio Observador em que tocou em diversos assuntos que dominam a actualidade Leonina.

O primeiro destaque diz respeito à instabilidade que se vive no Clube, uma situação para a qual o administrador da SAD pede tempo e espaço para que se possam atingir resultados.

"Temos de dar condições a quem está à frente do Sporting CP. Não pode ser por um momento mais negativo no futebol profissional que podemos colocar em causa todo um plano e a estratégia definidas pela direcção. A estabilidade é fundamental para tornar o Clube sustentável", lembrou.

A saída de Bas Dost e a novela criada em torno de Bruno Fernandes no mercado de Verão estiveram também na ordem do dia, com o vice-presidente a revelar que a SAD teve de seguir uma estratégia.

"Tudo o que fizemos, voltava a fazer, não tenho dúvidas. Não fazia sentido aceitar o que ofereciam pelo Bruno Fernandes. A venda do Bas Dost foi efectivada porque o custo que ele representava não era comportável para a realidade do Clube. O que temos de perceber é que o Sporting CP não tem capacidade para ter todos os jogadores e tem de tomar decisões", revelou.

Outro dos temas quentes nas últimas semanas tem sido a subida na remuneração do presidente, Frederico Varandas, e dos administradores da SAD. Salgado Zenha defende que esta opção visava apenas e só "profissionalizar a estrutura".

"Há uma comissão accionista independente que faz uma proposta com base na análise do que deve ser o pacote de remuneração do conselho de administração. Essa proposta tem como objectivo aumentar os salários de todos os colaboradores, não só da administração, porque queremos fazer aquilo que para nós faz sentido, que é profissionalizar a estrutura”, disse.

Apesar da proposta ter sido aceite pelo Clube, o vice-presidente assegura que o Conselho de Administração abdicou dela e vai continuar a receber o mesmo que até aqui, vendo ainda reduzidos os prémios por desempenho.  

"O Clube vai aceitar a proposta, mas o Conselho de Administração vai abdicar neste momento e não vai receber nem mais um cêntimo do que no ano passado. (…) Não estamos aqui por dinheiro. Quero salientar que nós, no ano passado, recebemos efectivamente menos do que o Conselho de Administração anterior. Abdicámos do prémio variável, porque para nós não fazia sentido receber os mesmos valores que os jogadores de futebol, ou seja, o que acontecia com o CA anterior é que recebia o mesmo que o Bruno Fernandes. Isto quer dizer que, no ano passado, poderíamos ter recebido o mesmo variável que o Bruno Fernandes, mas não achámos que isso fizesse sentido. Abdicámos”, assegurou.

Para Salgado Zenha, é importante ter todos os colaboradores do Clube motivados e a trabalhar na máxima força, mas para isso é preciso investir: "Não podemos ter jogadores muitíssimo bem pagos e depois todos os que estão nos bastidores insatisfeitos e desmotivados porque são mal pagos”, disse.   

Em relação ao programa eleitoral apresentado há um ano, o vice-presidente dos verdes e brancos garante que parte das promessas foram já cumpridas e reforça que o plano estratégico definido sobrepõe-se a todos os imprevistos.  

"Esta direcção tem um mandato que quer cumprir. Em teoria, todas as direcções devem cumprir mandatos e o que espero é cumprir o mandato e entregar aos Sócios o que nós prometemos. Temos cumprido exactamente aquilo que estava no programa eleitoral. Fazer isso em apenas um ano de mandato prova que sabemos para onde queremos ir", referiu.

Quanto ao empréstimo obrigacionista contraído pelo Clube, Salgado Zenha revela que foi preciso muito trabalho e horas sem dormir para que as negociações chegassem a bom porto.   

"Foi um processo muito difícil, dos mais difíceis em que trabalhei. (...) O que foi conseguido aconteceu por duas razões: pelo trabalho de toda a equipa e por o Clube e os Sportinguistas terem muita força. Tivemos senhores de idade que não sabiam como investir a fazer doações. Isto é o Sporting CP".

Apesar das dificuldades encontradas desde a entrada desta nova administração, o braço-direito de Frederico Varandas acredita que o Clube está mais vivo do que nunca.  

"Acredito que o Sporting CP será eterno. Vamos aguentar se todos estiverem unidos e trabalharem no mesmo sentido e o Clube tem todas as condições para ser sustentável. Posso chegar aqui e dar uma entrevista negativa, pessimista sobre a situação do Sporting CP, mas eu considero que o Clube tem condições para ser sustentável e eterno. Há ferramentas para o fazer e nós temos um plano", concluiu.

Francisco Salgado Zenha: "Outros fizeram operações semelhantes e ninguém os questionou…"

Por Sporting CP
21 Mar, 2019

Declarações do dirigente à Sporting TV

Francisco Salgado Zenha, vice-presidente do Sporting Clube de Portugal e administrador da Sporting Clube de Portugal - Futebol, SAD, falou sobre o empréstimo de 65 milhões de euros recentemente contratado: “Nós, enquanto empresa e parceiro de investidores, devemos manter sigilo, portanto não irei divulgar quem nos fez o empréstimo, nem vamos fazê-lo. Aliás, tal como o SL Benfica e o FC Porto… e ninguém lhes colocou este tipo de questões. Como gestor, não quero esmiuçar este assunto em praça pública”, disse na Sporting TV.
 
Abordado sobre para onde será direccionado o dinheiro, adiantou que “o uso destes fundos é para reduzir outros passivos. Quando chegámos já existiam dívidas muito altas a alguns fornecedores. Mas quero esclarecer que não havia buracos nas contas, porque era aquilo que estava visível. E em termos de dívidas a fornecedores, estamos a falar dos salários de metade do plantel”.
 
Sobre a questão da dívida bancária, o administrador revelou: “Estamos a reestruturar e a renegociar a forma de reembolsar os bancos. O que posso garantir é que a taxa de juro foi a melhor possível e é atractiva. E, como garantia aos Sportinguistas, posso dizer que acreditamos que, nos próximos anos, iremos cumprir o nosso programa financeiro”.

BALANÇO E EXPOSIÇÃO DA SITUAÇÃO DO CLUBE

Por Sporting CP
22 Fev, 2019

Conselho Directivo esclareceu momento em Conferência de Imprensa

O Conselho Directivo do Sporting Clube de Portugal, presidido por Frederico Varandas, faz o Balanço e Exposição da situação do Clube.

A conferência de imprensa começou com o Presidente Frederico Varandas a usar da palavra.

"Vamos dar os primeiros dados da auditoria, o relatório final ainda não nos foi entregue. A seguir a situação financeira, estratégia do futebol profissional e da marca Sporting. Segundo os dados recolhidos pela Auditora Baker Tilly:

Sociedade advogados MGRA

Esta era a empresa em que o ex-vogal Alexandre Godinho do Conselho Directivo, à data, trabalhava. Em 2018 contrataram o sogro de Bruno de Carvalho para associado. O Sporting gastou, em três anos, com esta empresa 1,7 milhões de euros, mais 50% do que gastou com todas as outras em 16 anos. O departamento jurídico do Sporting não obteve evidência sobre o trabalho que foi faturado pela MGRA.

Segundo a descrição das facturas o Sporting pagou 1,7 milhões por trabalhos como: Assuntos da presidência; Agenda reunião SCP; Preparação de reunião; Vários contactos com Bruno de Carvalho; Ponto de situação; Correspondência com senhor presidente; Contactos com presidente; Aconselhamento ao presidente.

Chow Lda (China)

Pagou-se a esta empresa 60 mil euros de brindes e ofertas promocionais e 20 mil euros por serviços de “Divulgação da marca Sporting na comunidade Chinesa”. O departamento de merchandising não conhece a empresa. A empresa fechou atividade após o pagamento.

Batuque Futebol Clube (Cabo Verde)

Foi celebrado com este clube um contrato conferindo o direito de preferência do Sporting Clube de Potugal sobre sete jogadores pré-identificados. Não existe qualquer relatório, do Clube ou de terceiros, sobre jogadores daquele Clube; Em Janeiro de 2018 foi solicitado pela Administração da SAD ao departamento jurídico uma minuta de acordo de resolução daquele contrato. Não obstante esse pedido, o valor de 330 mil euros foi liquidado em Maio de 2018 e nunca foi restituído.

Claques

Segundo o Protocolo analisado, as claques tinham direito a 875 bilhetes grátis e podiam comprar outros 1000 ao preço mais barato do estádio. Por outro lado, têm direito a receber 50% da quotização dos sócios do Sporting que estão inscritos nas claques.

A dívida passou de 115 mil euros para 746 mil euros, sendo a quase totalidade referente à Juventude Leonina.”

Neste ponto o Presidente Frederico Varandas fez uma ressalva: “É legítimo as claques criticarem a exibição da equipa? É. Mas também é legítimo eu criticar a claque. Não gostei da atitude nos dois últimos jogos em casa. Querem um grupo com maior talento da formação? Nós também. Mas sabem a principal razão de não termos um grupo assim? Eu lembro; 15 de maio de 2018. Hoje quando o clube se está a reerguer, voltamos a receber ameaças intimidatórias. Vejo exigências de elementos de claques a protestarem com sócios anónimos.  Nos anos 90 fiz parte da Juventude Leonina. Havia excessos mas um amor puro pelo clube. Um dar sem receber, hoje não vejo esse espírito. Vejo um negócio. Enquanto aqui estiver, o Sporting não será refém de ninguém nem dos seus sócios que pagam bilhete.”

Sócios

“A 9 de Setembro o Sporting tinha 84 mil sócios pagantes. À data este foi o número mais alto de sempre de sócios pagantes. Existiam 93 mil sócios com as quotas em atraso. Destes 39 mil não pagam quotas há mais de 5 anos; 51 mil não pagam quotas há mais de três anos.  O nosso objectivo é crescer, mas crescer com a verdade, mas subindo com sócios pagantes e temos a ambição de subir em 50% o número de sócios pagantes.”

Compras de jogadores

“O Sporting desde 2013 comprou 108 jogadores. O clube que em 2013 tinha uma das melhores escolas de formação do Mundo conseguiu comprar mais de uma centena de jogadores. Para quê? Sabem quantos destes jogadores jogaram menos de 1000 minutos na equipa A? 68!  O Sporting comprou 38 jogadores diretos para a equipa B, nenhum deles chegou sequer a jogar pela equipa A e a equipa B conseguiu descer de divisão.”

Diagnóstico e Estratégia Financeira

“Quando tomámos posse encontrámos um clube numa situação de tesouraria difícil, pela necessidade premente de um revolving da emissão de empréstimo obrigacionista que tinha vencido em maio e foi estendido para novembro. Fizemo-lo numa conjuntura adversa, tivemos apenas um par de meses. Herdámos também uma dívida a fornecedores até junho de 2019 de mais de 40 milhões, a maior parte, claro está, com clubes e agentes. Herdámos o pagamento de metade do plantel do Sporting. Sou franco, a gestão feita em 2018 foi completamente irresponsável. Em janeiro de 2018 o Sporting estava a antecipar receita futura para comprar um jogador e um par de meses depois não ter dinheiro para pagar salários e ter de recorrer à conta reserva para comprar VMOCs”, relatou o vice-presidente e administrador da SAD para a área financeira, Francisco Salgado Zenha.

E continuou: “O que foi pedido a esta direção foi que fizesse aquilo que devia ter sido feito numa série de anos. Nós fizémo-lo num ano. Foi feito aquilo que no póquer se chama um all in para ver se ganhavam o campeonato. O Sporting não é um jogo de póquer. Temos um plano financeiro feito, é um plano que vai permitir e permite que o Sporting seja sustentável a longo prazo, ser eterno se cumprir. Perguntam-nos porque contratámos em Janeiro. Porque os planos de pagamentos são feitos de forma a que sejam interessantes para o Sporting. Fizemos uma redução da massa salarial, o que poupámos de salários em termos líquidos permite cobrir os salários dos jogadores que entraram mas também a transferência dos mesmos ao longo do prazo de pagamentos. Permitiu-nos preparar o próximo ano. Acreditamos que as mexidas permitem criação de valor a nível desportivo e financeiro.”

Diagnóstico e Estratégia para Futebol Profissional

“Nas últimas duas épocas o Sporting  teve os dois maiores orçamentos da história, venceu uma Taça da Liga, nos últimos cinco anos ficou três vezes em terceiro lugar. Em Junho de 2018 o clube viu-se confrontado com a perca de cinco dos seus internacionais e da maior esperança da formação, o Rafael Leão. Felizmente a comissão de gestão conseguiu trazer de volta três das nossas estrelas. No entanto, herdámos um plantel desequilibrado, com jogadores quase sem minutos, mas com um custo salarial muito elevado. Esta não é a nossa estratégia. Nós queremos um plantel equilibrado, em que existem as figuras principais, mas que todos os jogadores podem acrescentar qualidade, todos têm condições de jogar. Esse é o plantel que nós idealizamos e com redução de custos”, referiu o Presidente Frederico Varandas..

Diagnóstico e Estratégia para Futebol de Formação

“Nos últimos cinco anos foram contratados 38 jogadores directamente para a equipa B, os miúdos perderam espaço e perdeu-se capital para investir na equipa principal. Destes 38 jogadores da equipa B nenhum chegou à equipa principal. Hoje em dia a pirâmide está invertida. Temos mais miúdos na academia do que no pólo universitário. Mas o abandono da academia não foi só na matéria humana, foi também nas infra-estruturas. É ali que eu oiço o meu treinador a queixar-se todos os dias das condições do relvado. Os juniores treinam em campos com buracos. O ginásio da formação está igual desde 2002, aquando da inauguração da Academia. O Sporting vendeu num ano João Mário e Slimani, encaixou 70 milhões. Tinham esse dinheiro e deixaram a academia assim. Nós estamos a expandir a academia. Este CD não acredita na sorte, acredita no trabalho, esforço, conhecimento e inteligência. Implementámos uma direção técnica na academia, unidade de performance física coordenada por Francisco Tavares. Hoje um treinador tem toda a informação diária de todo o atleta, nunca se tinha feito isto. Novo relvado sintético concluído. Expansão é uma realidade, vamos construir mais quatro ou cinco campos. Nem Roma nem a Academia se constroem num dia. Estas medidas vão ter frutos a médio e longo prazo. Não se compra na formação, semeia-se e depois colhe-se estragar é muito rápido”, sintetizou o Presidente Frederico Varandas.

Diagnóstico organizacional – o futuro do Sporting

Infra-estrutura para além da Academia

“A cobertura não tinha manutenção nos últimos 13 meses, nem sequer se acautelou a segurança dos adeptos. Já adjudicámos este serviço. A nível de experiência - A zona corporate está ultrapassada, velha. Ainda existem televisões em caixotes”, revelou o administrador SAD Miguel Cal.

As pessoas

“Não há avaliações de desempenho, não há prémios de performance, não há formação dos RH. O Sporting é uma organização orgânica, de pessoas para pessoas. se não se valorizam os RH a máquina que suporta o desporto não irá funcionar.”

A gestão

“Não há processos. Não há sistemas - vive-se em Excel e com programas obsoletos, sem qualquer flexibilidade. Por exemplo o armazém não tem sistema automático ligado às vendas, o stock para as lojas é feito manualmente. O equipamento informático está em fim de vida. Há máquinas tão obsoletas que as peças têm de ser compradas na sucata. A gestão era completamente amadora a que se mostrava a todos os níveis:

- Não havia estratégia digital. A app do Sporting vendeu 400 bilhetes o ano passado

- O dinheiro da bilheteira era transportado em mochilas pelo Sr. Orlando, que chegava a levar 200 mil euros para o banco.

- As boas ideias demoravam séculos a serem implementadas. Exemplo, criou-se uma experiência para os sócios visitarem a Academia. Desde o dia em que os sócios ganharam a experiência até conseguirem visitar a Academia demorou 18 meses!”

Visão Marca Sporting

“Novo programa de Sócios com uma dimensão de fidelização, uma dimensão de experiências para se viver o clube, uma dimensão de vantagens, com descontos que façam a diferença, que sejam recebidos com maior facilidade; a relação num cartão único.

- Digital deste os sistemas primários até website e app. Dar flexibilidade à organização para ser mais ágil e inovadora nas suas soluções e no que permite aos sócios fazerem; desenvolvimento de conteúdos únicos behind the scenes

- Novo posicionamento comercial para acrescentarmos mais valor aos nossos parceiros. Sermos claros na nossa proposta de valor, sermos inovadores e diferenciadores;

- Estratégia internacional posicionando-nos junto de marcas internacionais e fazer verdadeiras Academias que potenciem o know how do Sporting no mundo

- Núcleos – novo programa que irá ser lançado em breve. Sistema informático e sistema de uniformização dos núcleos e votação

- Merchandising com uma gama mais alargada da marca lifestyle, melhorando a distribuição para estar mais próximo dos sócios

- Museu no centro da experiência

- Concurso de catering que irá ser lançado nas próximas duas semanas e que irá melhorar toda a experiência no estádio

Para terem uma ideia quando chegámos estávamos com receitas 10% abaixo do ano anterior. Agora estamos 3% acima. Como é que o fizemos? Com uma gestão diferente”, concluiu Miguel Cal.

Em conclusão. “Ganha-se com qualidade. É a qualidade que nos faz ganhar. Mas para haver qualidade é preciso trabalho. E para se poder trabalhar bem é preciso estabilidade. Impossível vencer sem estabilidade. Impossível lutar pelo quer que seja sem estabilidade. Vejam quantos anos têm os nossos rivais de estabilidade e vejam também os anos que demoraram a vencer. O rumo está definido, estamos muito seguros do rumo que estamos a percorrer”, finalizou o Presidente Frederico Varandas.

Frederico Varandas: "O sindicato bancário deste empréstimo obrigacionista foi o Sporting, os Sócios e os adeptos"

Por Sporting CP
23 Nov, 2018

O Presidente leonino falou sobre a última operação no mercado

Frederico Varandas, Presidente do Sporting, e Francisco Salgado Zenha, vice-presidente do clube de Alvalade, estiveram no final da tarde desta sexta-feira no Auditório Artur Agostinho para abordarem o tema do empréstimo obrigacionista.

"Em maio de 2018, a Sporting SAD não reembolsou os obrigacionistas na data prevista, tendo necessidade de adiar o empréstimo em seis meses. Em razão dessa incapacidade, a Sporting SAD teve hipótese agora, em novembro, de cumprir o que não foi conseguido. Esta foi, entre muitas outras, mais uma situação difícil com que tínhamos de liderar e superar. Herdámos esta situação e resolvemos o que outros não conseguiram. Tivemos menos de um mês e meio para este empréstimo obrigacionista", disse Frederico Varandas aos jornalistas presentes. "O verdadeiro sindicato bancário deste empréstimo obrigacionista foi o Sporting Clube de Portugal, a sua massa associativa e adeptos", acrescentou.

Já Francisco Salgado Zenha destacou o bom trabalho feito em pouco tempo. "Foi um processo muito complexo, tivemos muito pouco tempo para trabalhar. Entrámos em setembro, este empréstimo obrigacionista seria para dia 26 de novembro. Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para ser o mais eficientes possível, trabalhámos dia e noite para o conseguir e conseguimos. Houve algumas pedras no caminho, naturalmente. Ao contrário do que tem sido dito, não usamos ninguém como bode expiatório. Dizemos a verdade, factos. Quem fosse a um banco, teria alguma inércia por parte do banco em investir nas nossas obrigações. São factos. No entanto, também é certo que os bancos nos ajudaram e muitos deles fizeram um excelente trabalho no pré-comercialização. O Novo Banco, o BCP e a Caixa Geral de Depósitos tiveram sempre uma postura impecável na fase anterior à comercialização. A relação que temos com estes bancos é uma óptima relação", frisou, destacando que a excepção foi o Montepio, que "teve um comportamento que não dignifica a instituição ao longo deste processo".

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