Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now

×

Taxonomy term

Português, Portugal

Também chegou atrasado, veio no prolongamento

Por Jornal Sporting
21 Nov, 2015

Depois da Supertaça e da Liga, Sporting vence Benfica na Taça de Portugal (2-1)

No lançamento da quarta eliminatória da Taça de Portugal, Rui Vitória chegou pouco mais de meia hora atrasado para, por simples coincidência (a sério que alguém acredita?), iniciar a antevisão já depois de Jorge Jesus abordar a partida. Disse dez vezes a palavra ‘ganhar’, seis o nome ‘Sporting’ e outras tantas a ideia ‘equipa’. Esta noite, tudo junto, fez sentido: a melhor equipa, o Sporting, ganhou. E esse triunfo por 2-1 apenas pecou por tardio, na medida em que foi apenas consumado no prolongamento. Depois do que tinha acontecido na Supertaça e no Campeonato, o ‘derby’ voltou a mostrar a lei do mais forte.

Com a introdução de Fredy Montero no lugar de Teo Gutiérrez, os ‘leões’ tiveram uma entrada muito forte, encostaram o adversário no seu meio-campo e, aos quatro minutos, Slimani enviou de cabeça a bola ao poste após cruzamento da esquerda. No entanto, e na primeira vez que os ‘encarnados’ conseguiram esticar o jogo à baliza de Rui Patrício, Mitroglou inaugurou o marcador aos seis minutos, na sequência de um passe longo de Gaitán seguido de excelente recepção e assistência de Pizzi.

Ainda não havia propriamente uma corrente de jogo definida, mas o golo sofrido acabou por refrear os ânimos, com os ‘verde e brancos’ a terem mais dificuldades face à postura de ‘pequeno’ do Benfica: blocos baixos muito recuados, linhas juntas e tentativa de sair em transições rápidas tentando apanhar o Sporting desposicionado. Foi um jogo de sentido único e de paciência, que depois de uma boa oportunidade de Slimani (32’, numa jogada onde acabou por chocar com Júlio César) e outra de Jefferson (39’, grande remate de fora da área para excelente intervenção do guarda-redes adversário), chegou ao empate já nos descontos da primeira parte por Adrien, com um remate dentro da área após dois maus alívios da defesa contrária.

Ao intervalo, Jorge Jesus leu o jogo e... redobrou a superioridade: ao retirar Montero e colocar Gelson no corredor direito, arrastando também João Mário para a zona central do terreno, o Sporting teve 20/25 minutos de pressão intensa onde faltou apenas uma maior clarividência e pragmatismo no último terço do terreno. O Benfica lançou André Almeida, voltou a colocar algum equilíbrio no meio-campo, teve dois remates perigosos de Talisca e Eliseu, mas foram os ‘leões’ de novo a vir para cima, assumindo as rédeas de jogo e podendo ‘matar’ a partida ainda no tempo regulamentar por Slimani: aos 88 minutos, Júlio César fez uma defesa monstruosa a um remate à queima-roupa; no minuto seguinte, após jogada de Gelson, o argelino atirou por cima da trave.

No prolongamento, e com Ricardo Esgaio e Tobias Figueiredo a renderem Jefferson e Ewerton por questões físicas, o desgaste fez com que muitas vezes as pernas já não correspondessem às intenções da cabeça, mas acabou por vir ao de cima a maior qualidade técnica, táctica, individual e colectiva do Sporting, que chegou ao tento da vitória por Slimani aos 112 minutos num lance que, devido aos protestos (sem razão), valeu o segundo amarelo e consequente vermelho a Samaris. De registar também que, quase no final, o Benfica voltou a queixar-se de uma grande penalidade inexistente, algo que serviria depois para ‘justificar’ o desaire no final da partida. Ou seja, e na óptica dos queixosos, tudo poderia ser diferente. E as palavras ‘se’ e ‘perder’, que o treinador dos ‘encarnados’ dizia não entrar no seu vocabulário, lá tiveram de vir à baila. Neste caso, pela terceira vez consecutiva, algo que já não acontecia há 61 anos... 

Duas orquestras que não tocavam de improviso

Por Jornal Sporting
21 Nov, 2015

Fernando Peyroteo, o 'Stradivarius' dos eternos 'Cinco Violinos'

Ainda eu não era nascido na última vez que o Sporting ganhou aqui por três golos”. Autor da frase: Jorge Jesus; contexto: sala de imprensa do Estádio da Luz, na sequência da vitória dos ‘leões’, por 3-0, esta época, no reduto do rival. Mas o que uma frase proferida em Outubro de 2015 tem a ver com a carreira de Peyroteo, o ‘violino’ que afinava a equipa do Sporting na frente de ataque, marcando 541 golos em 12 épocas? Neste particular, tudo. O tal jogo a que Jesus se refere, que aconteceu a 25 de Abril de 1948 – seis anos antes do nascimento do técnico dos ‘leões’ – foi protagonizado por Peyroteo, que apontou os quatro golos com que os ‘verde e brancos’ derrotaram o eterno rival (4-1) no seu reduto (na altura o terreno do Campo Grande, cedido pelo Sporting) e conquistaram o primeiro tricampeonato da história do futebol português, juntamente com a Taça Monumental de ‘O Século’. 

Peyroteo tinha pontaria particularmente afinada frente às ‘águias’. Não só foi perante o eterno rival que deu o pontapé de saída da sua carreira no Sporting – e que pontapé, logo com dois tiros certeiros, como marcou o seu nome na história dos ‘derbies’ ao apontar o ‘poker’ num jogo para o qual o Sporting partia em desvantagem por ter menos dois golos que o adversário no ‘goal average’, naquele dia de Abril que quase três épocas depois seria dia de Revolução – e que, em 1948, foi símbolo de evolução para os ‘leões’.

O jogo foi preparado com todos os detalhes. Sob o comando técnico de Cândido de Oliveira, o grande obreiro da linha avançada imortalizada como os ‘Cinco Violinos’ (entrou para o Clube como director técnico, assumindo depois a liderança da principal equipa do Sporting), os jogadores compareceram na cabine do campo rival, meia hora antes do jogo, para sorverem a táctica. Com dois golos para recuperarem, a palavra-chave era ‘prudência’, quer no ataque quer na defesa. Travassos jogaria ligeiramente recuado, em auxílio ao sector defensivo, procurando lançar os seus colegas na frente com passes longos enviados, preferencialmente, para os extremos. Assim que o Sporting perdesse a posse de bola, o ‘Zé da Europa’ (outro nome por que era conhecido) recuaria de imediato no terreno. Vasques, interior direito dos ‘Cinco Violinos’, também ajudaria a equipa atrás, mas teria de partir para o ataque assim que a bola estivesse no campo adversário. O defesa Moreira marcaria o avançado ‘encarnado’ Julinho – “Onde ele estiver estarás tu. Não poderá ganhar nenhum lance; antecipa-te sempre, não o largues”, indicou-lhe Cândido de Oliveira –, os médios ‘leoninos’ não poderiam deixar de marcar os médios ofensivos adversários quando estes atacassem, assim como os médios ofensivos ‘verde e brancos’ não deixariam os médios ‘encarnados’ em liberdade. O objectivo era que a linha avançada, mesmo desfalcada pela polivalência de Travassos, conseguisse fazer dois golos o quanto antes, igualando a partida; a partir daí, o ataque seria reforçado, alinhando na sua habitual forma, para aproveitar a expectável perturbação do adversário. Todas as situações estavam precavidas: se o Benfica marcasse antes do Sporting, fosse na primeira parte ou na segunda, os ‘leões’ saberiam o que fazer. Tudo isto foi explicado por Cândido de Oliveira ali mesmo na cabine, naquela meia hora. E dotada de “pernas e cérebro”, no entender de Peyroteo, a equipa interpretou à letra a táctica e ultrapassou o rival, conquistando o Campeonato que viria a ficar conhecido como ‘Pirolito’ – como foi decidido apenas por um golo, tomou o nome de um refrigerante da época, que tinha um berlinde na tampa.

A vitória folgada perante o adversário gerou uma superstição no balneário. No seu livro de memórias, Peyroteo relata que, assim que chegava ao balneário antes de um jogo, vestia o ‘slip’ (uma pequena cueca de malha de algodão), a camisola e requisitava os serviços de Manuel Marques – massagista do Clube conhecido como o ‘mãos de ouro’, tal a eficácia com que recuperava os atletas.

Mas naquele dia 25 de Abril, depois de Manuel Marques tratar de Peyroteo – com um algodão embebido em linimento Sloan (um gel de massagem da época), esfregou-lhe as pernas, joelhos e coxas antes de aplicar uma massagem para aquecer os músculos – deixou o algodão, inadvertidamente, pousado no banco ao lado. Nenhum dos dois reparou no deslize. “O certo é que, não sei como, sentei-me mesmo em cima do algodão embebido em linimento. Não queiram saber que ardor eu senti mas, ainda assim, o que me valeu foi o ‘slip’. Mas apanhei um escaldão tremendo. Barafustei e quanto mais zaragata fazia mais o Manuel Marques e todos os camaradas riam à gargalhada. Eu estava seriamente atrapalhado e lá fui para o campo com o ‘sim-senhor’ a arder”, recorda o avançado, que relata que, a partir daí, o massagista deixava sempre o algodão encharcado ao lado porque afirmava que o procedimento dava sorte à equipa.

O ‘derby’ vitorioso trouxe outro efeito inesperado: a demissão do treinador. Sim, leu bem. Cândido de Oliveira apresentou a sua demissão depois da goleada sobre o eterno rival, que tinha tanto da sua sabedoria. Os boatos começaram logo no dia seguinte, nos escaparates dos jornais. A confirmação, essa, chegou depois, pela boca do próprio Cândido de Oliveira. Contou o técnico que, na véspera do encontro com o rival, um dos directores do Clube lhe pediu que explicasse a táctica que pensava usar no dia seguinte, revelando, depois das explicações do treinador, o seu desagrado perante a estratégia e os jogadores escolhidos – Cândido de Oliveira pensava utilizar, por exemplo, Moreira a médio-centro no lugar de Manecas. 

Entendeu Cândido de Oliveira que se devia demitir – o que chegou a fazer – e só recuou perante o pedido de desculpas desse mesmo dirigente, vogal do Clube, que estava disposto a afastar-se do Sporting. Ficaram os dois, ajudando a assinar um dos títulos de campeão nacional mais renhidos de que havia memória.

As duas linhas avançadas mais míticas do Clube têm um denominador comum: Fernando Peyroteo. Nos primeiros tempos no Sporting, o avançado-centro dava música ao lado de Mourão, Pireza, Soeiro e João Cruz; depois ­– mais concretamente a partir de 26 de Junho de 1946, num jogo frente ao Belenenses no Estádio das Salésias – passou a ser o ‘Stradivarius’ dos ‘Cinco Violinos’, ao lado de Jesus Correia, Vasques, Travassos e Albano. 

Os números – que como é sabido, raramente enganam – comprovam o esplendor de uma carreira que terminou com o saldo de cinco Campeonatos Nacionais e quatro Taças de Portugal (o avançado nunca perdeu uma final da competição). Deixemos falar as estatísticas: em quatro jogos disputados, Peyroteo marcava em três; e a cada cinco encontros que realizava, pelo menos num deles marcava três ou mais golos. Só assim se justifica a média recorde de 1,6 tentos por jogo do jogador nascido em Angola, que o coloca no patamar de melhor avançado de sempre do futebol nacional.

Peyroteo atribui grande parte do seu sucesso como futebolista ao estudo pormenorizado de cada adversário, fruto de uma visão que colocava a ênfase da qualidade de uma equipa no valor individual dos jogadores. “Todos nós sabemos que o valor de um ‘team’ de futebol não é mais do que o resultado do valor individual dos jogadores que o compõem; boas equipas sem bons jogadores parece-me que não existem. Daí a minha atenção incidir mais sobre o valor individual do jogador ou jogadores com quem teria de lutar por virtude da nossa colocação no terreno do que sobre a força global da equipa adversária”, adiantou o jogador, explicando a forma como as equipas que integrou no Sporting iam buscar forças às fraquezas do adversário. “Ao começar um jogo (...), a minha preocupação era a de experimentar o defesa que me cabia defrontar. Seria ele dos tais que me acompanhariam até fora do rectângulo se, no decorrer do encontro, me apetecesse beber uma laranjada no ‘bufete’ do campo? Seria rápido na antecipação? Saltaria bem na disputa da bola pelo ar? Teria dois bons pés, ou um melhor do que o outro? Seria dos que fecha os olhos quando vai à bola? Jogará em subtileza ou em força? Lutava com ele procurando ‘descobri-lo’, conhecê-lo e tentava explorar as suas fraquezas possíveis”.

Esta adaptabilidade às circunstâncias do jogo era, também, característica base dos ‘Cinco Violinos’ – uma orquestra que, segundo explica Peyroteo, nunca tocava de improviso, obedecendo a um trabalho metódico e disciplinado. Era um organismo adaptável e mutável, em constante ajuste ao meio ambiente – que é como quem diz, ao adversário e ao jogo. Os primeiros minutos destinavam-se a isso mesmo, ao estudo dos traços do oponente, por forma a empregar o sistema táctico mais adequado para explorar as fraquezas do rival. “O princípio básico era iniciar a partida no regime de cautela e reserva e, por isso mesmo, a defesa era reforçada pela colaboração de um interior. Mas nem por esse motivo deixávamos de tentar o ataque logo que as circunstâncias o permitissem, de modo a surpreender o adversário”. Não havia, portanto, modelos rígidos. “A velha e saudosa equipa dos ‘violinos’ não experimentava dificuldades em cambiar de sistema logo que nisso reconhecia vantagem (...). Não utilizávamos o ‘4-4-2’, a ‘diagonal’, o sistema de ‘ferrolho’ ou qualquer outro processo táctico rígido, definido e assente como padrão imutável”, clarifica o ‘Stradivarius’. Só assim foi possível a conquista de três Campeonatos em três anos de ‘orquestra’, assim como a proeza de vencer o campeão francês Lille por 8-2 ou o Atlético de Madrid, em Espanha, por 6-3 – neste último, por exemplo, a estratégia assentava em fazer o adversário acreditar que a força do ataque assentava no avançado-centro, o que se traduziu no maior espaço concedido a Jesus Correia, que marcou... os seis golos da partida. Uma vez mais, os números não enganam.

Afinar os instrumentos para soar a orquestra

Por Jornal Sporting
21 Nov, 2015

A importância de Szabo e a estreia de Peyroteo com um 'bis' ao Benfica

Estava dado o veredicto: “Sinhor Férnando ter jeiteira mas precisar trabalhar muito. Bom pontapé, bom côrrida. Precisar muito ‘treining’ dê técnica de ‘foot-ball’”. No seu português macarrónico ­– inversamente proporcional aos conhecimentos límpidos de futebol –, o treinador húngaro Joseph Szabo avaliava a prestação do primeiro treino, à experiência, de Peyroteo (que chamava sempre de ‘Sinhor Férnando’). Um treino de duas horas que começava com a promessa de ser breve, mas que terminava com o jogador, acabado de chegar do Sporting de Luanda, à beira de um esgotamento físico. Fez passes de todas as formas e rematou à baliza com o próprio Szabo no lugar do guarda-redes – a ‘desmascarar-lhe’ as artimanhas, por sinal: Peyroteo decidira atirar ‘ao boneco’ para que, se o remate saísse mal, ainda houvesse uma margem até aos postes. “Sinhor Férnando: assim ser canja! Querer furar bariga de guarda-redes? Atirar para junto dê postes!”, advertiu o técnico, que o obrigou a correr para apanhar cada bola enviada para fora da baliza. 

Apesar do veredicto final não parecer muito entusiasta, Szabo viu em Fernando Peyroteo, chegado aos 19 anos a Lisboa no paquete Niassa, a centelha do talento. Nesse mesmo dia, informou a Direcção que estava interessado na contratação do jogador e, no dia seguinte ­– em que Peyroteo só se conseguiu levantar da cama ao meio-dia, tais as dores que tinha no corpo – estava o novo avançado a assinar, sem ler, o contrato que o ligaria aos ‘leões’.

Daí até ao primeiro treino em conjunto com a equipa não demorou muito. Eram 7h15 da manhã e Peyroteo era dos primeiros a chegar. Para todos era um dia normal, mas não para a jovem promessa. As pernas não o deixavam mentir: tremiam como varas verdes. Embora nos primeiros instantes os jogadores mais experientes lhe tivessem dirigido algumas piadas numa tentativa de praxe, assim que começou a rolar a bola todos o ajudaram ­– incluindo Soeiro, um dos melhores avançados da história do Clube, que Peyroteo viria a substituir, relegando-o para a posição de interior esquerdo. E assim, apesar dos nervos, apesar da inexperiência, apesar de tudo, Peyroteo marcou três golos ao mítico guarda-redes Azevedo, dando logo nas vistas dos companheiros. Aníbal Paciência, por exemplo, não teve dúvidas em dizer-lhe: “Estou certo que o lugar de avançado-centro vai pertencer-te”. Szabo, pedagogo por excelência, em vez de lhe alimentar o ego, apontou-lhe os erros – “estar mal dê desmarcação; andar perdido em campo; não saber cortar jogada” – obrigando-o a treinar até às 10h30 (mais uma hora do que os restantes companheiros) para emendar o que não tinha sido bem feito. 

Aliás, daí em diante, Peyroteo passou a treinar sempre mais duas vezes por semana do que os colegas, por indicação de Szabo. Às quartas e sextas-feiras, além dos exercícios atléticos – Szabo era obcecado por este aspecto do treino – o treinador ensinava pormenores tácticos e técnicos, chegando ao ponto de informá-lo a respeito das características de cada um dos seus companheiros de equipa e de lhe dar aulas de táctica com bonecos, depois do duche – o que, muitas vezes, o fez perder a ‘matinée’ de cinema, já com bihete comprado. “Sinhor Férnando, seu cinema ser este. Deixar garotas! Fazer-se primeiro grande jogador de ‘foot-ball’ e ter, dêpois, todas garotas dê Mundo... Cárágo, Fernando, ser um sarílio para atender todas! Ir ver, Férnando”, dizia-lhe o técnico, lembrado por Peyroteo no seu livro de memórias. Nessa mesma obra, aliás, o maior goleador do futebol mundial atribui ao técnico húngaro grande parte do seu sucesso como jogador e demora-se a explicar as regras dos seus treinos. As sessões começavam às 8h da manhã, mas todos tinham que estar equipados e preparados para entrar em campo às 7h45 – Szabo entrava no balneário, de fato de treino e boina na cabeça, e dava três apitadelas com o seu apito: quem não estivesse, seria castigado com 10% do seu ordenado. Quando chovia muito, e perante as ‘manhas’ dos jogadores, era pronto na resposta: se não treinassem na chuva, como fariam se os jogos acontecessem nas mesmas condições climatéricas? Ah, e claro, recomendava aos seus jogadores distância das mulheres durante o fim-de-semana. “Ficharem torneira dê nêmoros dê mininas. Atenção, fazer muito mal e precisar canetas para jogo”, recorda Peyroteo, que muito estranhou, de início, a intensidade das sessões de trabalho do técnico húngaro. “Em Luanda, os treinos limitavam-se a uma ou duas voltas ao campo, para aquecer os músculos, e depois um treino de futebol com onze homens de cada lado”, relata.

12 de Setembro de 1937, Campo das Salésias, Torneio Triangular. De um lado o Sporting, do outro o Benfica, os eternos rivais. Para Peyroteo poderia ser mais um ‘derby’, não fosse aquele o seu primeiro jogo oficial com a camisola do Sporting. Enquanto os seus colegas, habituados já àquelas andanças, viam o jogo como um treino, Peyroteo tremia com os nervos – aliás, um dos directores do Clube, em tom de gozo, receitou-lhe chá de tília para acalmar e teve de ser Szabo a ligar-lhe os pés, tarefa de que o próprio Peyroteo sempre se encarregou. Quem brincasse com o novato jogador, tinha a sua sentença traçada: perdia 10% do salário. Entrado em campo, ao fim de dois remates, Peyroteo já tinha esquecido os nervos, o público em alvoroço e a responsabilidade que tinha nas costas, apontando dois dos cinco golos com que os ‘leões’ bateram as ‘águias’ (5-3). A façanha tem ainda mais valor quando se sabe que aquela era a primeira vez de Peyroteo num campo relvado e com ‘pitons’ debaixo dos pés. Estava lançado o início auspicioso de uma carreira fulgurante.

Dos jogos à sombra dos eucaliptos à ginástica sueca

Por Jornal Sporting
21 Nov, 2015

Infância e adolescência de Peyroteo em Humpata, Moçâmedes, Sá da Bandeira, Nova Lisboa, Luanda... até à Metrópole

Por trás de um grande homem costuma estar sempre uma grande mulher que, no caso de Fernando Peyroteo, foi também a mãe, Maria da Conceição. E um professor de ginástica, acrescente-se. Pode parecer estranho, despropositado, mas a verdade é que as duas maiores influências na infância e adolescência do avançado entroncaram na família e no mestre Ângelo de Mendonça, perspicaz farol que apontou a luz em termos físicos para o homem se transformar em máquina à frente das balizas apesar de nem tudo terem sido rosas no seu início de vida.

Nascido a 10 de Março de 1918 em Humpara, no distrito de Huíla, Fernando foi o penúltimo filho de uma família com 12 (!) crianças, as primeiras três do primeiro casamento de José de Vasconcelos Peyroteo, que saiu da metrópole para assumir um cargo superior no estudo e traçado de caminhos de ferro. Todavia, a saúde pregou-lhe uma partida, daquelas que marcam todos à sua volta: já em Moçâmedes, foi vítima de uma violenta crise cardíaca. E a mãe, com 12 filhos para sustentar e apenas dois a trabalhar (que mal ganhavam para si), decidiu ser superior aos mais superiores e, entre as aulas como professora oficial, deu ainda lições particulares, aguentando a família como um exemplo que marcou o dianteiro para a vida.

Foi à sombra dos eucaliptos onde tantos descansam que Peyroteo começou a jogar futebol, tendo desde logo como primeira paixão os troncos irregulares que faziam de baliza e onde apontava tantas vezes com sucesso as bolas de trapo, de borracha e, quando havia dinheiro entre o grupo de crianças, as que tinham o peso das de futebol. Era a sua grande perdição – e tinha seis irmãos que também jogavam –, apesar de praticar os mais variados desportos (inclusive com melhores condições a nível de professores e infra-estruturas do que o próprio futebol) como ginástica, natação, remo, ténis, equitação e atletismo. Foi nesse período de escola que Ângelo de Mendonça, descrito como um dos maiores ginastas voadores que também fazia paralelas, barra fixa e argolas, foi ter consigo e explicou-lhe que, se quisesse ser jogador de futebol, teria de começar pela preparação física. Fernando ouviu e deixou--se ir: durante dois anos, fez ginástica sueca (passou depois para os aparelhos), deixou o futebol mais ‘a sério’, nadava e jogava basquetebol. Se já era um predestinado, conseguiu assim potenciar ao máximo aquilo que Deus lhe tinha dado, sempre com uma enorme verticalidade, humildade e correcção. Foi dessa forma que, mais tarde, quando o irmão Mário lhe pediu para voltar para o Sporting de Moçamedes, respondeu da seguinte forma: “Se é uma ordem, obedeço-te; se for um pedido, recuso-me”. E não foi mesmo, ficando no Atlético – tempos antes, um responsável do clube tinha pedido que saísse da sala onde estava a ver os mais velhos a jogar bilhar por causa do diferendo com os seus irmãos mais velhos. “Hoje o senhor manda-me embora mas lá virá o tempo em que pedirá para voltar”, tinha exclamado em lágrimas na altura. “E chegará a hora de lhe dizer que não volto. Hoje sou garoto, mas vou ser homem”, disparou antes de sair da sala. Tinha razão. E não voltou.

Após um convite do Sporting de Lourenço Marques recusado por ser muito novo para ficar sozinho, Peyroteo rumou a Sá da Bandeira, onde o irmão Álvaro era gerente do Banco de Angola da localidade (em paralelo tinha fundado o Desportivo da Huíla). Foi ali que passou a jogar no Académico, a equipa do Liceu Diogo Cão. E foi ali que defrontou... o irmão: depois de ter atingido Álvaro no nariz, que ficou a sangrar, levou nas orelhas quando chegou a casa da... cunhada ‘Mariazinha’. Foi também nesta altura que passou pela equipa de esgrima, antes de rumar a Nova Lisboa, onde estivera antes, pasme-se, com uma companhia de artistas amadores de teatro na revista ‘Vidairada’ (além de três ou quatro números, ainda acompanhou uma jovem fadista à viola). Quando se preparava para assentar arraiais por lá, o amigo Norberto fez-lhe chegar uma proposta melhor em Luanda, como escriturário na Repartição de Contabilidade da Fazenda Pública, e passou então a envergar a camisola do Sporting de Luanda, que se transformou no ‘melhor do Mundo’.

Em Abril de 1936, a mãe fez-lhe chegar uma carta onde dava conta da viagem que teria de fazer até à Metrópole por imposição dos médicos. Após um beberete de despedida na sede do Sporting local, Fernando recebeu 1.500 angolares para despesas de viagem e um breve conselho – que, sem qualquer tipo de compromisso, fosse visitar as instalações do Sporting Clube de Portugal. Logo ele que pensava ir oferecer os seus préstimos à Académica, por se tratar da cidade dos estudantes. A história, essa seria bem diferente. E começou na viagem no ‘Niassa’, que chegou à barra de Lisboa a 26 de Junho de 1937 para uma aventura que viria a fazer história no futebol.

Árbitro para o Sporting-Benfica

Por Jornal Sporting
19 Nov, 2015

Jorge Sousa nomeado para quarta eliminatória da Taça de Portugal

Jorge Sousa, árbitro de 40 anos da Associação de Futebol do Porto, foi o juiz nomeado para dirigir a recepção do Sporting ao Benfica, a contar para a quarta eliminatória da Taça de Portugal.

Esta será a segunda vez na presente temporada que o internacional arbitra jogos dos ‘leões’, depois de ter estado na final da Supertaça, também contra o Benfica (vitória por 1-0 no Algarve, em Agosto).

O Sporting-Benfica realiza-se no próximo sábado, dia 21, às 20 horas no Estádio José Alvalade.

Sporting defronta V. Setúbal na Taça de Portugal

Por Jornal Sporting
17 Nov, 2015

Sorteio dos 16-avos-de-final coloca 'leões' com equipa da Zona Sul da 2.ª Divisão

A equipa de andebol do Sporting vai defrontar o V. Setúbal nos 16-avos-de-final da Taça de Portugal, de acordo com o sorteio hoje realizado na sede da Federação. O encontro está para já marcado para dia 8 de Dezembro. Os sadinos são os actuais quartos classificados da Zona Sul do Campeonato Nacional da 2.ª Divisão, com um total de seis vitórias e uma derrota.

Este será um reencontro após quase dez anos de ausência de confrontos entre os dois conjuntos, que se encontraram pela última vez na apresentação aos sócios em Setúbal no ano de 2011 (35-17 para os ‘leões’). Em termos oficias, a última partida disputada data de 2006, quando o Sporting ganhou na cidade do Sado por 25-21.

O quadro de todos os jogos dos 16-avos-de-final é o seguinte:

- Boa Hora-Sp. Horta

- Vela Tavira-ABC

- Estarreja/Arsenal-FC Porto

- Águas Santas-Passos Manuel

- Juve Lis-Benfica

- V. Setúbal-SPORTING

- Póvoa do Lanhoso-Avanca

- Maia ISMAI-Belenenses

- Marienses-Sanjoanense

- São Bernardo-Alto Moinho

- Sp. Espinho-AC Fafe

- Benavente-Serpa

- Sismaria-Ac. São Mamede

- Modicus-Madeira SAD

- Camões-Xico Andebol

- São Paio Oleiro-Marítimo

Bilhetes para o Sporting-Benfica

Por Jornal Sporting
10 Nov, 2015

Ingressos para a quarta eliminatória da Taça à venda a partir de quarta-feira

Os bilhetes para o jogo da quarta eliminatória da Taça de Portugal entre o Sporting Clube de Portugal e o Sport Lisboa e Benfica estarão à venda nas bilheteiras do Estádio José Alvalade a partir de amanhã, entre as 10h e as 20h.

A venda é exclusiva a Sócios, sendo que cada Associado tem direito a comprar um bilhete de acompanhante. Os Sócios que efectuaram o 'upgrade Taça' já têm este jogo incluindo. 

O jogo será disputado no sábado, dia 21 de Novembro, pelas 20h no Estádio José Alvalade, com os preços a variarem entre os 11 e os 22 euros.

Informação adicional:

LOCAIS DE VENDA DE BILHETES

BILHETEIRAS DO ESTÁDIO JOSÉ ALVALADE

- 11 a 14 de Novembro: das 10h às 20h

- 15 de Novembro (domingo): das 10h às 14h

- 16 a 20 de Novembro: das 10h às 20h

- 21 de Novembro: das 10h até ao intervalo do jogo

SITE OFICIAL

- meios de pagamento disponíveis: Multibanco, VISA e Mastercard

- a opção Multibanco é apenas válida até 24 antes do início do jogo

- bilhete PDF: entrega imediata no seu email (pode imprimir a p&b em formato A4)

APLICAÇÃO ‘MEU SPORTING’

- 10% desconto para cliente PT (meo, uso e moche)

REGRAS DE ACESSO AO ESTÁDIO JOSÉ ALVALADE

- Proibida a entrada a menores de 3 anos

- Maiores de 3 anos (inclusive) necessitam de comprar bilhete

- Preferência dos Lugares Especiais não renovados até 72h antes do jogo

- Quota mínima de Sócio: Outubro 2015

JOGO NÃO INCLUIDO NA GAMEBOX 2015/2016

- Sócios que pagaram o ‘Upgrade Taça’ têm este jogo incluído (+ Paços Ferreira da 1ª jornada da Taça da Liga)

- Sócios que pagaram o ‘Upgrade Taça’ têm ambos os jogos automaticamente carregados no cartão Gamebox

- Sócios que não pagaram o ‘Upgrade Taça’ tem 48h (4ª e 5ª feira) para comprar bilhete para o seu lugar

- Dia 13 de Novembro (6ª feira) todos os lugares de Gamebox Sócio não renovados serão postos à venda

VENDA EXCLUSIVA A SÓCIOS DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL

- Cada Sócio (com ou sem Gamebox) pode comprar 1 bilhete de acompanhante a preço de Sócio

- Bilhete acompanhante de Sócio permite inscrição na Loja Verde sem o pagamento da 13ª quota

- Campanha novos Sócios, na Loja Verde, válida de 16 a 30 de Novembro

- Não serão vendidos bilhetes ao público em geral

- Compra bloqueada em sistema a novos Sócios com data de filiação superior a 10 de Novembro de 2015

ADEPTOS DO CLUBE VISITANTE

- O regulamento da Taça de Portugal mudou esta época: passou de 10% para 5% em jogos de alto-risco

- Assim sendo, iremos enviar para o clube adversário os 5% regulamentares (2.500 bilhetes)

- Estes adeptos irão ocupar o A9 + A11 (bancada ‘A’) e B7 + B9 + B11 + B13 (bancada ‘B’)

- Todos estes adeptos irão ficar instalados na recente caixa de segurança criada em Alvalade


 

Sporting-Benfica na Taça de Portugal

Por Jornal Sporting
23 Out, 2015

Sorteio da quarta eliminatória da competição junta rivais

O Sporting vai receber o Benfica na quarta eliminatória da Taça de Portugal, de acordo com o sorteio realizado ao final da manhã de hoje. O encontro está para já marcado para os dias 21 ou 22 de Novembro, podendo ainda ser alvo de alteração.

Esta será a 35.ª vez que os rivais se encontram em partidas a contar para a Taça de Portugal, com uma ligeira vantagem dos ‘leões’ (17 vitórias) frente às águias (15 triunfos). Registaram-se ainda dois empates.

Na última partida para esta competição, em 2013, o conjunto ‘verde e branco’ foi eliminado no prolongamento na Luz por 4-3. Em Alvalade, o domínio do Sporting é esmagador, com 14 vitórias em 16 partidas disputadas. No derradeiro jogo nessa condição, os ‘leões’ ultrapassaram nas meias-finais de 2007/08 o rival por 5-3.

“Sorteio é sorteio, tem de ser respeitado. As perspectivas são de um bom espectáculo, como é normal entre estes clubes. Ainda haverá muitos jogos até a esse jogo da Taça de Portugal e até lá temos de nos preparar e apresentar nas melhores condições já no domingo”, comentou após o sorteio Octávio Machado, director do futebol ‘leonino’.

O quadro de jogos da quarta eliminatória da Taça de Portugal é o seguinte:

Farense (II)-Sp. Braga (I)

SPORTING-Benfica (I)

Trofense (CPP)-Académica (I)

Nacional (I)-Cova da Piedade (CPP)

Malveira (CPP)-Feirense (II)

Benfica Castelo Branco (CPP)-Gil Vicente (II)

Desp. Aves (II)-União (I)

Fafe (CPP)-Penafiel (II)

Portimonense (II)-Belenenses (I)

P. Ferreira (I)-Rio Ave (I)

Casa Pia (CPP)-V. Setúbal (I)

Boavista (I)-Operário (CPP)

Arouca (I)-Desp. Chaves (II)

Caldas (CPP)-Estoril (I)

Angrense (CPP)-FC Porto (I)

Amarante (CPP)-Marítimo (I)

“Podíamos ter feito mais golos”

Por Jornal Sporting
17 Out, 2015

Declarações de Jorge Jesus após a vitória por 4-0 frente ao Vilafranquense

Depois da vitória frente ao Vilafranquense (4-0), Jorge Jesus era um treinador claramente satisfeito com a passagem à eliminatória seguinte e com a veia goleadora demonstrada pela equipa. Ainda assim, o técnico ‘leonino’ relembrou a diferença competitiva entre as duas formações, destacando a importância de ter chegado à vantagem cedo.

“Claro que, quando ganhamos, se pudermos fazê-lo por mais do que um golo de vantagem, ficamos mais satisfeitos. Jogámos contra uma equipa de escalões mais baixos que foi digna e fez o que pôde. Para eles, a nossa intensidade foi enorme e o ritmo de jogo foi totalmente diferente para as duas equipas” começou por afirmar Jorge Jesus, continuando: “Ter feito um golo cedo tornou mais fácil que os jogadores do Vilafranquense não alimentassem o sonho de passar, que é normal nestas equipas. Em termos emocionais e psicológicos, os golos cedo tiraram essa capacidade ao adversário e tornaram o jogo mais fácil. Fizemos quatro golos, mas podíamos ter feito mais”.

O jogo era propício a alterações na equipa e Jorge Jesus lançou em campo um Sporting composto por muitos jovens e elementos mais experientes, mas com menos minutos de jogo. No final, o balanço foi extremamente positivo. “É um registo bom os quatro golos terem sido feitos por três miúdos. Este jogo foi bom e importante não só para eles como para os mais consagrados mas com menos minutos. Deu para melhorarem a qualidade técnica e física. Os objectivos foram alcançados”, explicou o técnico, que foi mais além na análise individual a alguns atletas: “Gostei da equipa em termos colectivos, mas estava curioso para ver o Bruno Paulista. Foi o primeiro jogo dele, está a adaptar-se e todos viram que, fisicamente, é um jogador fora do normal. Só lhe falta conhecer o jogo e as ideias da equipa para poder ser mais uma opção para mim. O Matheus Pereira, com os dois golos, também esteve bem, assim como o Gelson, que teve uma entrada convincente. Os jogadores mais novos estiveram mais motivados para o jogo, quiseram fazer as coisas bem e com velocidade e para eles foi importante poderem mostrar as suas capacidades. O Aquilani também é um jogador muito criativo e quis dar-lhe tempo de jogo e posicionamento mais perto da zona de golo. É muito experiente, tem qualidade no último passe e, ao longo do jogo, foi melhorando nas várias posições que acabou por fazer”.

À margem da vitória alcançada, Jorge Jesus comentou ainda um dos assuntos quentes do momento: o alegado processo instaurado pelo anterior clube do actual técnico ‘leonino’. “Em relação ao tema que está na moda, o que vale é o momento do Sporting e do Benfica e quem acha que estas questões possam ter influência na equipa do Sporting e no seu treinador engana-se. Este ar é o que gosto de respirar e fico de peito ainda mais cheio para poder trabalhar com cada vez mais rigor e vontade”, comentou Jorge Jesus, que revelou ainda não ter conhecimento de qualquer processo, já que nunca foi notificado para tal: “O que sei é pelos jornais, não posso falar muito disso. Não me preocupa nada, já estou habituado a estes temas e sinto-me como peixe na água. Vamos ver se aparece algo em minha casa para poder falar sobre isso porque ainda não fui chamado por ninguém, não sei se o processo é verdade ou se é para desestabilizar a equipa do Sporting, mas sei que vale zero. Gostava que se falasse mais de futebol e da qualidade dos jogadores e das equipas; era mais produtivo e melhor para o futebol”.

‘Leões’ seguem em frente na Taça

Por Jornal Sporting
17 Out, 2015

Sporting bateu Vilafranquense por 4-0 e está na quarta eliminatória da prova-rainha

O Sporting ultrapassou o Vilafranquense e apurou-se para a quarta eliminatória da Taça de Portugal. Os ‘leões’ deslocaram-se até ao Estádio António Coimbra da Mota (casa emprestada ao conjunto das Distritais) e bateram a formação ribatejana por 4-0, com dois golos de Matheus Pereira, um de Bruno Paulista e outro de Gelson Martins.

O conjunto de Alvalade – no qual Bruno Paulista realizava a sua estreia absoluta e Ewerton, regressado de lesão, o primeiro encontro da temporada – entrou na partida a todo o gás e, logo aos quatro minutos, Matheus Pereira podia ter inaugurado o marcador a passe de Montero, mas o brasileiro falhou o desvio à boca da baliza e a oportunidade perdeu-se. Pouco tempo passaria até que Aquilani voltasse a ameaçar as redes defendidas por Nélson Pinhão com um forte remate que passou a poucos centímetros do alvo.

Com evidente pendor ofensivo, o Sporting procurava os melhores caminhos para chegar à baliza adversária e, aos 12 minutos, Matheus Pereira encontrou-os: depois de um passe largo de William Carvalho, o ‘leão’ recebeu a bola no interior da grande área e de pé esquerdo atirou a contar para o primeiro da tarde. A superioridade ‘leonina’ era indiscutível e, quatro minutos mais tarde, Matheus Pereira bisou no encontro e aumentou o resultado para 2-0, ao aproveitar um excelente cruzamento de Jonathan Silva para, ao segundo poste, bater Nélson Pinhão.

Em 15 minutos, o Sporting parecia ter o jogo resolvido, mas nem por isso tirava o pé do acelerador. Aquilani procurava o primeiro tento de ‘leão’ ao peito e esteve perto de o fazer aos 19’, com um remate de belo efeito que por pouco não surpreendeu o guardião ribatejano, e aos 21’, com um desvio que não levou a força desejada e acabou nas mãos de Nélson Pinhão. Pouco se via de um Vilafranquense que teve num cruzamento venenoso de Lucas Linhares – agarrado com segurança por Marcelo Boeck – o seu lance mais perigoso do primeiro tempo. Aos 29’, Aquilani voltou a ficar muito perto do golo, mas o cabeceamento do médio italiano em resposta ao cruzamento de Jonathan Silva saiu a centímetros do poste ribatejano.

Já perto do descanso, Carlos Mané tentou surpreender Nélson Pinhão com um largo ‘chapéu’ saído do meio-campo, mas o guardião esticou-se e desviou para canto. Na sequência da bola parada, Aquilani cruzou e Bruno Paulista ganhou nas alturas para o terceiro ‘leonino’. Ao intervalo, 3-0, uma exibição segura da formação de Alvalade e a sensação de que dificilmente a vitória fugiria após o descanso.

O segundo tempo trouxe os primeiros minutos de Tanaka na temporada (entrou para o lugar de William Carvalho, ao intervalo) e novo remate de Aquilani, novamente por cima do alvo. O jogo, tal como no primeiro tempo, era de sentido único e, já depois de Montero atirar de longe para defesa segura de Nélson Pinhão, Gelson Martins entrou na área lançado por Tanaka e obrigou o guardião vila-franquense a intervenção apertada para evitar o quarto golo ‘leonino’.

O encontro era disputado totalmente no meio-campo defensivo do VIlafranquense e as oportunidades de golo sucediam-se para o Sporting: Montero, de longe, fez a bola passar muito perto do poste direito adversário, antes de Gelson Martins, superiormente desmarcado por Aquilani, ver o seu remate ser travado por uma excelente defesa de Nélson Pinhão. Dois minutos mais tarde, o Vilafranquense conseguiu sair do seu meio-campo e, aproveitando uma falha defensiva de Jonathan Silva, Bernardo Carlos entrou na área ‘leonina’ e obrigou Marcelo Boeck a aplicar-se, naquela que foi a melhor oportunidade da formação ribatejana em todo o encontro. Os jogadores de campo do Vilafranquense pouco faziam, mas o seu guarda-redes regressou dos balneários inspirado e decidido a impedir que os ‘leões’ alargassem a vantagem, algo que voltou a fazer aos 66’, ao defender mais um forte remate de Montero, e aos 70’, parando o cabeceamento de Ewerton, na sequência de um canto.

Montero ainda desperdiçou nova oportunidade a passe de João Pereira com mais um remate por cima do alvo, antes de José Lúcio assustar Marcelo Boeck com um forte remate de longe, que passou ao lado da baliza ‘leonina’. Os ‘verde e brancos’ tanto tentaram que finalmente conseguiram chegar ao 4-0, com Gelson Martins, no interior da área, a não dar hipóteses a Nélson Pinhão e a terminar com a resistência ribatejana no segundo tempo.

Até final, Carlos Mané ainda dispôs de nova oportunidade, lançado por Montero, mas atirou ao lado, e Tanaka viu o seu cabeceamento ter o mesmo destino, após cruzamento para a área, no entanto os ‘leões’ não mais marcaram. Lucas Linhares, num dos últimos lances do encontro, apareceu isolado na cara de Marcelo Boeck, mas permitiu a defesa ao guardião ‘leonino’ e o resultado não mais se alterou, com o 4-0 final a colocar o Sporting na quarta eliminatória da Taça de Portugal. 

Páginas

Subscreva RSS - Taça de Portugal