Médio e guarda-redes fizeram visita ao ‘quartel-general’ dos escalões de formação
Rita Fontemanha e Hannah Seabert foram as convidadas de honra de uma acção que decorreu esta segunda-feira no Pólo do Estádio Universitário de Lisboa com os escalões de formação mais jovens do Sporting CP de futebol feminino.
Uma iniciativa que contribuiu para aproximar as atletas da equipa principal Leonina às jovens que, por agora, correm atrás de uma bola, rematam à baliza e defendem os remates com a inocência e o amor desprendido próprio das crianças.
Por entre muitos sorrisos, as duas jogadoras entraram até em jogos em minicampos, num espírito de participação que foi depois passado às palavras, com o entusiasmo das duas atletas a transparecer na conversa com os meios de comunicação do Clube.
“Para mim é sempre muito especial vir ao Pólo Universitário, porque também já estive aqui a trabalhar durante um ano e, portanto, sempre que venho aqui recordo memórias muito boas. Estar junto a estas ‘craques’ que transmitem energia, paixão e a correr-lhes futebol pelas veias é maravilhoso. E sim, é verdade, uns túneis’ depois, mas faz parte”, referiu Rita Fontemanha.
A futebolista interpreta o elevado número de jovens jogadoras que treinam com a camisola do Sporting CP como um sinal de que o futuro do futebol feminino no Clube Leonino está assegurado.
“O futebol feminino tem um futuro brilhante e o Sporting CP em particular também. Vejo aqui jogadoras com um talento extraordinário, eu não me imagino com a idade que elas têm a jogar aquilo que elas jogam, a entender o futebol da forma que elas entendem e por isso é bom poder viver isto. É bom ser um bocadinho parte disto e ajudá-las também a crescer e a terem referências para o futuro. Temos o futebol feminino assegurado no Sporting CP e em Portugal também”.
A guarda-redes Hannah Seabert viveu um final de tarde que lhe encheu o coração, frisou a própria. “É muito bom estar aqui. Temos uma pequena família no Sporting CP e especialmente nas guarda-redes. Reconheço muitas por virem aos jogos e por eventos destes anteriores. É muito bom ver as caras delas novamente, trazem muita energia e foi muito divertido treinar esta noite com elas, porque há muita paixão e energia. Foi muito bom vê-las e sei que, eventualmente, vou ver alguma na primeira equipa no futuro, por isso estou muito entusiasmada por ver a evolução delas e como progridem”, referiu.
Hannah Seabert explicou como foi o treino desta segunda-feira, em que participou num jogo em que quase todas as guarda-redes só jogavam com os pés e apenas uma estava a defender cada baliza. “Foi muito interessante porque muita gente se calhar nem se apercebe que temos [guarda-redes] de jogar muito com os pés. Foi muito bom ver a fase evolutiva em que estão a esse nível, o quanto treinam essa parte. É algo que procuro enfatizar ao máximo no meu jogo, que tenho desenvolvido desde que vim para a Europa e penso que é muito bom treinar isso desde tão jovens. É muito importante e elas já são incríveis a esse nível”.
Hannah Seabert foi desafiada a deixar alguns conselhos a estas pequenas aspirantes a futebolistas. “Boa pergunta, haveria muito a dizer sobre isso, mas que permaneçam fiéis ao amor pelo jogo, que o façam por elas mesmas, não por mais ninguém. É preciso ter o coração no jogo, que protejam o amor pelo jogo e que o abracem sempre”.
Rita Fontemanha partilhou a mensagem de conselho dada pela guarda-redes às atletas que jogam futebol no Sporting CP. “Reforçar aquilo que a Hannah diz. Manter a paixão pelo jogo porque isso é o mais importante, ver a energia que elas têm, o brilho que elas têm todos os dias a treinar e a jogar é maravilhoso. Enquanto elas tiverem isso, vão estar aqui todos os dias, vão trazer os pais atrás delas, a família, quem quer que seja, para se manterem aqui. Depois, que desfrutem ao máximo, que aproveitem as oportunidades que lhes são dadas, que trabalhem por isso e que sejam felizes a jogar, isso é o mais importante”.
Hannah Seabert, que começou a jogar futebol aos nove anos, recordou as suas origens futebolísticas. “Corríamos todas juntas num campo, sem termos uma posição em campo, era o que eu fazia com a idade delas. Por isso, ver o que elas fazem agora no Sporting CP é um pouco embaraçoso para mim (risos)”, referiu, enquanto Rita Fontemanha também relembrou os seus primeiros passos no futebol: “Com nove anos jogava ténis, nem era futebol, e para mim é um orgulho vê-las a ter estas oportunidades tão cedo. Ainda bem que o Sporting CP lhes proporciona tudo isto porque de certeza que quando chegarem à equipa principal vão estar muito mais preparadas do que nós”.
Pedro Rendeiro, treinador das sub-13 do Sporting CP e coordenador do futebol de formação feminino do Clube, enalteceu a presença de duas futebolistas da equipa principal do Sporting CP neste dia de convívio com a ‘cantera’ Leonina e que serviu como forma de apoiar e também ajudar a estimular o treino e amor ao jogo destas crianças que vestem com muito orgulho a camisola do Sporting CP.
“Não tenho dúvidas de que o momento de treino destas jovens vai ser totalmente diferente, ou seja, este impacto, porque acredito que muitas delas vejam nelas duas jogadoras da equipa A como ídolos, é inspirador. Essa inspiração é o que queremos aqui. Queremos que elas lutem constantemente pelo seu sonho. Esperamos ajudá-las no futuro a poderem ser uma delas e virem cá depois ver um treino das mais novas”.
O técnico sublinhou que “se há treinos especiais, este será um deles, porque além de elas estarem a fazer aquilo que mais gostam, tiveram aqui presença de alguém muito especial para elas porque se revêem muito nas nossas jogadoras da equipa A”. “Essa inspiração e terem conseguido viver esses momentos com a proximidade que elas tiveram hoje será marcante. Estar no Sporting CP é especial e é diferente. Acredito que cada um de nós marca essa diferença, não apenas no momento dos jogos ao fim-de-semana, mas também nestes momentos particulares. Elas são muito felizardas por poderem estar connosco, nós [treinadores] beneficiamos muitos mais por podermos participar neste percurso de aprendizagem que elas vão ter ao longo do tempo. Estar no Sporting CP é especial porque nós tentamos ao máximo que elas consigam ser no futuro ainda melhores do que já são hoje”.
Pedro Rendeiro sublinhou o grande trabalho do Sporting CP no futebol feminino e o papel de grande dinamizador que o Clube tem tido em Portugal também para a expansão do número de atletas que jogam futebol, identificando o contributo do Clube para um “crescimento exponencial” do futebol feminino em Portugal, através da criação de equipas mistas, que permite às raparigas jogarem com rapazes e colocarem desde bem cedo (escalões a partir das sub-9 até sub-13) à prova as aptidões técnicas em competição.
“Temos quatro equipas femininas na formação e a mensagem que deixo a todos os pais que têm filhas que queiram e gostam de jogar futebol, é que não lhes tirem esse sonho por algum estereótipo que possa haver na sociedade de que o futebol não é para elas. Elas poderem beneficiar disto em tão tenra idade pode trazer-lhes benefícios gigantes no futuro”.
Maria Adivinha e Inês Jorge, jovens guarda-redes dos escalões de formação de futebol feminino do Sporting CP, ficaram deliciadas com a presença da guarda-redes Hannah Seabert e de Rita Fontemanha no convívio que teve lugar no Pólo EUL. “A Hannah Seabert é uma inspiração para mim e para todas as guarda-redes e foi muito bom tê-la no treino”, disse Inês Jorge, que admira o jogo de pés e as saídas da guardiã Leonina, opinião partilhada por Maria Adivinha: “Aprendi mais coisas. Gosto muito das defesas que ela faz, a comunicação que tem e as saídas com os pés”.
A fotografia de família a anteceder o treino das sub-10 e das sub-11 mostrou bem o sentimento de família no futebol feminino do Sporting CP, com o presente e o futuro unidos por dois denominadores comuns: o amor pelo futebol e pelo Sporting CP e o grito a uma só voz das dezenas de atletas que correm felizes atrás da bola, marcam e defendem golos em representação do Sporting CP.
Rita Fontemanha e Hannah Seabert tinham nos próprios sorrisos o quão reconfortante tinha sido o dia, sensibilizadas com o carinho e demonstrações de admiração que receberem das jovens jogadoras da formação no Pólo EUL.