Corrida com La Vendéenne e OC Barcelos por um lugar na fase de grupos

Este fim-de-semana, em La Roche-sur-Yon, na zona Oeste de França, a equipa de hóquei em patins do Sporting Clube de Portugal vai lutar por uma vaga na fase de grupos da WSE Champions League desta época. Inserida no grupo 2 da ronda de qualificação, os Leões orientados por Edo Bosch, actuais Campeões Europeus, enfrentam os anfitriões do La Vendéenne no sábado (16h00, hora de Portugal continental) e o OC Barcelos no domingo (13h00), sendo que só um dará o passo em frente.

Em declarações aos meios de comunicação do Clube, Ângelo Girão, guarda-redes da equipa verde e branca, fez a antevisão deste importante fim-de-semana competitivo e começou por abordar a derrota na final da WSE Continental Cup, que “era um objectivo”, garantiu.

"Era um troféu importante para nós, mas penso que a equipa deu um salto qualitativo. Demos uma boa resposta numa pista complicada. A UD Oliveirense é uma grande equipa, manteve a sua estrutura e, do nosso lado, o Nolo [Gonzalo Romero] é um dos melhores jogadores do mundo e faz-nos muita falta. Ainda assim, os que estivemos em campo conseguimos dar uma resposta e por detalhes não conseguimos ganhar a Taça Continental", considerou, antes de virar as atenções para os dois jogos em perspectiva.

"Neste momento estamos todos preparados, temos a equipa completa e vamos a França para nos apurarmos para a Liga dos Campeões, sabendo de antemão que o sorteio também não foi 'amigo'", considerou o guardião dos Leões, justificando: "Sabemos da valia do OC Barcelos, sem menosprezar o La Vendéenne, que é a equipa da casa, mas que teoricamente parte atrás das duas equipas portuguesas. Vão ser jogos muito complicados e estamos muito focados em ganhar já ao La Vendéenne, com uma boa exibição, para nos apresentarmos com a moral alta no domingo".

Olhando para o primeiro adversário dos Leões, o conjunto que acabou a última liga francesa no segundo lugar, Girão não negou a sua “qualidade”, mas lembrou que "jogam num campeonato com um ritmo menor”. O Sporting CP, por isso, “tem obrigação de ganhar”, referiu o guarda-redes internacional português, ressalvando, porém, que o embate com o OC Barcelos será de um nível “diferente”.

"Os últimos resultados mostram que estão confiantes. Ganharam duas vezes ao campeão nacional [o FC Porto], venceram a Supertaça e entraram a ganhar no campeonato. Sabemos que vai ser muito difícil, mas o nosso objectivo passa por colocar o nosso hóquei em campo para chegar à fase de grupos", apontou, traçando de imediato a ambição verde e branca: "Queremos estar presentes na Liga dos Campeões e entre os melhores. Somos os actuais Campeões Europeus e estamos preparados".

Reacção ao sorteio da Ronda de Elite da UEFA Futsal Champions League

Conhecido o resultado do sorteio desta quinta-feira, que colocou o SC Braga (Portugal), o RSC Anderlecht (Bélgica) e o SK Plzeň (Chéquia) no caminho dos Leões do futsal na Ronda de Elite da UEFA Futsal Champions League, o treinador Nuno Dias reagiu pela primeira vez e começou por destacar o papel de anfitrião do Sporting CP neste grupo C.

"O mais importante foi o facto de podermos organizar. Jogar uma ronda extremamente importante no Pavilhão João Rocha foi o sorteio que nos beneficiou", salientou em declarações aos meios de comunicação do Clube, considerando, no entanto, que "não foi um bom sorteio" dados os adversários saídos e sorte.

"Serão três jogos difíceis. Nós somos o clube no primeiro lugar do ranking da UEFA, o SC Braga é o quarto, o RSC Anderlecht é quinto e o SK Plzeň é o nono. Este é o único grupo que apresenta três candidatos claros a passar à final four”, avaliou o treinador dos Tetracampeões Nacionais, que voltou a reforçar a importância do Pavilhão João Rocha nesta fase, marcada para decorrer entre 26 de Novembro e 1 de Dezembro e da qual só o primeiro classificado avançará para a decisiva final four.

"Não é uma Ronda de Elite, em termos de sorteio, muito boa para nós, mas saber que jogamos em casa foi o sorteio mais importante. Vamos contar com o apoio dos Sportinguistas num Pavilhão João Rocha cheio para atingir o objectivo de ser líderes neste grupo e passar à final four mais uma vez", apontou Nuno Dias, antes de se debruçar de forma mais detalhada sobre cada um dos adversários.

Curiosamente, os arsenalistas - sobejamente conhecidos pelos confrontos a nível doméstico - e os bicampeões checos competiram no mesmo grupo – o 2 – da fase anterior, ou seja, da Ronda Principal, e, por isso, o treinador verde e branco atentou que há ilações que podem ser tiradas, sobretudo da valia do SK Plzeň.

"O SC Braga dispensa apresentações, ganhou a sua fase e venceu por 4-1 o SK Plzeň, que foi terceiro classificado do grupo, mas empatou com o NKM Olmissum [2-2], o segundo e que, por sua vez, empatou com o SC Braga [2-2]. Isso deixa-nos alerta para essas dificuldades", pormenorizou, virando as atenções também para o crónico campeão belga, o RSC Anderlecht, adversário dos Leões na Europa já nas duas edições anteriores.

"É uma equipa que conhecemos, difícil, embora não tenha feito uma boa Ronda Principal [acabou em terceiro no Grupo 1]. Jogámos com eles na pré-temporada e perdemos 4-2. É uma equipa com 11 estrangeiros, jogadores de muita qualidade e internacionais de várias selecções", enalteceu Nuno Dias, destacando nomeadamente "o guarda-redes da selecção argentina [Nicolás Sarmiento] e alguns muito experientes como o Edu, Grelló, Lucas Perin, o Sekulic, da selecção da Croácia".

Ainda assim, e a um mês do pontapé de saída nesta Ronda de Elite, realçou que neste momento a “grande preocupação” é o jogo em Ferreira do Zêzere deste sábado (18h30) e o seu grupo terá “tempo para analisar” os adversários europeus.

Além disso, Nuno Dias não escondeu a importância de poder contar com um "plantel na máxima força" nessas datas. "Temos de perceber em que momento vamos lá chegar, se conseguimos recuperar atletas com mazelas ou não e se vamos ter um maior número de jogadores disponíveis e a cem por cento para nos ajudarem", acrescentou, por fim.

Técnico analisou desaire com o PSG

Após o desaire por 30-28 em casa do Paris Saint-Germain, Ricardo Costa, treinador da equipa principal de andebol do Sporting CP, fez a análise ao jogo em declarações ao Jornal Sporting.

"Foi um jogo muito equilibrado na primeira parte, com distâncias muito curtas, mas nunca conseguimos passar para a frente. Na segunda parte tivemos uma ligeira quebra, mas a nossa missão era ser competitivos durante grande parte do jogo e fomo-lo até ao final. Podíamos ter recuperado a última bola do jogo e existe a dúvida se foi passos ou não do Luc Steins", resumiu, além de se reconhecer "muito contente pela atitude" dos seus jogadores.

"Acho que podíamos ter conquistado pontos nesta deslocação difícil, mas conseguimos jogar olhos nos olhos contra uma equipa com aspirações a estar na final four da Liga dos Campeões", enalteceu o técnico verde e branco, que fez questão de agradecer a forte presença Sportinguista nas bancadas do Stade Pierre de Coubertin: "Foram incríveis. Não esperávamos tanta gente e gostávamos de lhes ter oferecido pontos. Agradecemos-lhes o apoio caloroso e a forma entusiástica como nos apoiaram ao longo do jogo".

Com nove pontos somados no fecho da primeira volta da fase de grupos, Ricardo Costa não só admitiu estar "muito orgulhoso" pelo trajecto realizado até ao momento, como referiu que agora seguem-se "mais sete finais" e a ambição da equipa está traçada.

"Se conseguirmos somar outros nove pontos nas próximas sete jornadas, acabaríamos por fazer uma grande Liga dos Campeões e assinaria por baixo. Neste momento, estamos onde queremos estar. Claro que queremos ficar o mais acima possível, mas sabemos que é tremendamente difícil ficar em primeiro neste grupo. A nossa grande missão é ficar nos primeiros seis e apurar-nos para a seguinte fase", atentou.

No sábado segue-se um clássico com o FC Porto no Dragão Arena, onde a liderança do campeonato estará em jogo. O objectivo, garantiu Ricardo Costa, passa por conquistar pontos que "não sendo decisivos são importantes", alertou. "Estamos a competir ao mais alto nível e temos uma deslocação muito difícil a casa do FC Porto. Estamos optimistas. Queremos muito voltar a ser Campeões e é nestes jogos que temos de o provar", concluiu o treinador dos Leões.

Leões caem em casa do PSG no fecho da primeira volta do grupo (30-28)

A equipa principal de andebol do Sporting Clube de Portugal deslocou-se a Paris, esta quarta-feira à noite, e perdeu com o Paris Saint-Germain por 30-28 no jogo da sétima jornada, que fechou a primeira volta do grupo A da EHF Champions League.

No Stade Pierre de Coubertin, onde o emblema parisino está invicto na temporada, venceu a equipa mais eficaz e que cometeu menos erros. Um esforço final dos Leões, que nunca estiveram em vantagem no jogo, ainda ‘baralhou’ as contas perto do fim, mas acabou por ser insuficiente para pontuar em casa do crónico campeão francês - com dez títulos nacionais consecutivos desde 2014/2015.

Defrontados todos os emblemas do grupo, uma vez cada um, o Sporting CP é actualmente terceiro, à condição, com nove pontos - CS Dinamo București tem oito e menos um jogo - e viu o PSG e o Vészprem HC fugirem na frente, ambos com 12 pontos.

Para enfrentar este PSG de Raúl González ‘lançado’ por dez vitórias consecutivas e com apenas duas derrotas em 2024/2025 – na final da Supertaça (29-36 HBC Nantes) e na segunda jornada desta Champions (41-28 Vészprem HC) – Ricardo Costa, treinador dos Leões, apostou de início em Mohamed Ali, Orri Þorkelsson, Martim Costa, Natán Suárez, Edy Silva, Kiko Costa e Mamadou Gassama. O lesionado João Gomes continuou fora das opções.

Com mais eficácia no ataque, a equipa da capital francesa entrou a vencer por 3-1, graças a um livre de sete metros apontado pelo pivô Kamil Syprzak - melhor marcador da prova à entrada para esta ronda -, mas a resposta Leonina, com muita velocidade e qualidade nas movimentações, ficou perto de virar o resultado antes dos oito minutos, não fosse o ferro ter negado o 5-6 a Kiko Costa.

Com o Sporting CP em inferioridade numérica – exclusão de Pedro Martínez -, o duelo ficou mais impreciso e encadearam-se vários ataques de parte a parte sem golos e, por vezes, até sem finalizações – Ali mostrou-se com boas defesas. À passagem do quarto de hora, o recém-entrado William Höghielm ainda marcou para manter tudo ‘apertado’ no marcador (8-7), mas seria o PSG a conseguir distanciar-se ligeiramente, pouco depois, com o 10-7.

No entanto, André Kristensen entrou e defendeu logo um livre de sete metros e os Leões lançaram-se à reacção, chegando ao 11-11 em cima dos 23 minutos, com o pivô Höghielm em destaque – e faziam-se ouvir os Sportinguistas presentes nas bancadas.

Esta toada de ‘esticão’ francês e réplica Leonina – embora sem chegar à liderança - durou quase até ao intervalo, porém nos derradeiros instantes da primeira parte a diferença de eficácia voltou a pesar para o lado do PSG, que foi mais certeiro, contou com o contributo do seu guardião (sete defesas em 21 remates) e aproveitou as falhas técnicas dos Leões para sair na frente por 16-14.

E um melhor arranque dos gauleses também no segundo tempo chegou a colocar a diferença pela primeira vez nos quatro golos (18-14, 20-16 e 22-18), complicando a tarefa dos comandados de Ricardo Costa, obrigados a continuar a ter de correr atrás do prejuízo em Paris.

Uma defesa de Kristensen e os golos de Natán Suárez e Kiko Costa ainda reduziram para 22-20, mas mais momentos erráticos dos Leões no ataque permitiram ao PSG, que não desarmava, dilatar a liderança para 25-20 à entrada para os últimos 15 minutos. Contudo, quando parecia que a equipa da casa não desarmava, apareceram os erros do lado parisiense e, com eles, a reacção do Sporting CP – com Jan Gurri a emergir (acabou com seis golos).

Aproveitando uma fase de superioridade numérica e uma defesa importante de Kristensen, Kiko Costa não tremeu na linha de sete metros e Diogo Branquinho atirou a contar para o 27-26 que deixou tudo mais incerto para os derradeiros minutos. Tudo se decidiria nos detalhes e o ponta português, que até acalentou a esperança Sportinguista com mais um golo, acabaria por atirar logo a seguir ao poste e o esforço final verde e branco caiu por terra.

Foi sem pontuar que os Leões de Ricardo Costa deixaram, neste fim de primeira volta, a casa do PSG, um emblema que nas últimas edições da EHF Champions League atingiu os quartos-de-final (2023/2024 e 2021/2022) e as ‘meias’ (2022/2023, 2020/2021 e 2019/2020).

No regresso ao campeonato, já este sábado (18h00), o Sporting CP desloca-se a casa do FC Porto, ambos em igualdade pontual (30), para disputar a liderança do campeonato.

Sporting CP: Edy Silva (1), Pedro Portela (1), Kiko Costa (4), Natán Suárez (2), Jan Gurri (6), Pedro Martínez, William Höghielm (4), Salvador Salvador [C] (2), Orri Þorkelsson (2), Mamadou Gassama, André Kristensen [GR], Diogo Branquinho (4), Maiko Vázquez, Christian Moga, Martim Costa (2), Mohamed Ali [GR]

Treinador enalteceu trajecto Leonino nesta EHF Champions League

Após mais uma grande vitória europeia no Pavilhão João Rocha, Ricardo Costa, treinador dos Leões do andebol, compareceu em conferência de imprensa para analisar a partida frente aos alemães do Füchse Berlin (35-33).

"Foi realmente um jogo muito difícil para as duas equipas. Julgo que podia ter caído para qualquer um dos lados", começou por dizer, passando a traçar a mentalidade que tem guiado a sua equipa, que continua a liderar de forma isolada o grupo A da EHF Champions League.

"A nossa equipa é muito ambiciosa e a nossa ideia na Liga dos Campeões não era só jogar, mas competir e lutar cada jogo pela vitória. Temo-lo feito de uma forma brilhante e este trajecto tem muito que ver com a nossa forma humilde de estar em campo, respeitando cada adversário e tendo a audácia necessária para ganhar qualquer jogo", considerou Ricardo Costa, lembrando ainda o papel do Pavilhão João Rocha nesta caminhada – três jogos em casa e outras tantas vitórias até agora no palco europeu.

"Se calhar, se fizéssemos o jogo que fizemos hoje mas em Berlim, provavelmente não ganhávamos, porque o peso dos adeptos é muito grande para nós", realçou.

De seguida, questionado sobre a ausência de Mathias Gidsel, melhor marcador da formação germânica, Ricardo Costa relativizou, embora tenha sublinhado que gosta “de jogar contra os melhores”.

"Se não fizemos um jogo tão bom não foi por ele não jogar. Estávamos a contar com ele na preparação e nas últimas duas vezes ele jogou e nós tivemos sucesso", referiu, acrescentando ainda que "esse papel foi tomado pelo Nils Lichtlein e pelo Lasse Andersson, que fez um grande jogo".

Agora, com nove pontos somados em cinco jornadas, “falta continuar”, declarou de forma sintética o treinador dos Leões, que quer a equipa “de pés assentes no chão”, mas disposta a continuar a sonhar.

"Temos feito muito pelo andebol português. Somos um conjunto de pessoas sonhadores e acreditamos, um dia, em poder estar numa final-four da EHF Champions League. Não estou a colocar a exigência lá em cima, é o que nos sentimos e queremos, sabendo que é tremendamente difícil. Só existe um caminho para que sejamos recordados como uma grande equipa: continuando a vencer e a conquistar títulos para o Sporting CP e a forma apaixonada como os jogadores estão em campo contagia os adeptos", salientou o técnico verde e branco, sem mãos a medir nos elogios pelo que a sua equipa está a construir na modalidade.

"Somos uma equipa de topo mundial, com grandes jogadores, um público conhecedor e que está apaixonado por esta equipa e a mistura disto tudo é explosiva. Temos de continuar assim", concluiu Ricardo Costa.

Sobrevivência em final de nervos valeu para superar o Füchse Berlin (35-33)

Os Leões de Ricardo Costa voltaram a fazê-lo: transformaram mais um enorme desafio numa nova noite europeia no Pavilhão João Rocha para emoldurar. Ainda invicta na Europa, a equipa principal de andebol do Sporting Clube de Portugal recebeu e bateu os alemães do Füchse Berlin por 35-33, esta quinta-feira à noite, no emocionante embate da quinta jornada do grupo A da EHF Champions League.

Foi até ao fim frente ao actual líder do campeonato germânico, mas a formação verde e branca sobreviveu a uns derradeiros minutos de ‘cortar a respiração’ e, de forma abnegada, fez valer as melhorias conseguidas a meio da segunda parte, com Martim Costa e Orri Þorkelsson - ambos com oito golos - e o importante contributo de André Kristensen na baliza em destaque.

Entre constantes reviravoltas no marcador, o Sporting CP de Ricardo Costa saiu do Pavilhão João Rocha com a liderança isolada do grupo intacta (nove ponto) e obrigou o Füchse Berlin, que só tinha perdido com o Veszprém HC (31-32), a voltar a ‘escorregar’ – algo que os Leões já tinham feito por duas vezes na época passada (31-32 e 32-28), então na EHF European League.

E três, agora, é também o número de vitórias Leoninas nos três jogos de EHF Champions League feitos em casa, onde o Sporting CP só sabe ganhar a nível europeu desde Abril de 2023. Para continuar a fazer jus aos números, Pavilhão João Rocha voltou a contar com um ambiente fervilhante que serviu de fortaleza - inexpugnável, mais uma vez.

Sem o lesionado João Gomes nas opções, onde surgiu, por seu turno, o jovem Rafael Vasconcelos (17 anos), Ricardo Costa apostou de início em André Kristensen, Pedro Portela, Kiko Costa, Jan Gurri, Edy Silva, Martim Costa e Orri Þorkelsson para enfrentar um Füchse Berlin de Jaron Siewert que em 2024/2025, tal como o Sporting CP, venceu a Supertaça do seu país e lidera o respectivo campeonato. Do lado alemão, o lateral Mathias Gidsel, melhor marcador do Füchse Berlin, foi a grande ausência.

Foi por cima no marcador e a dar espectáculo ofensivo que os Leões entraram em cena, chegando ao 3-1 com Gurri a rodar no ar e, depois de uma defesa de Kristensen que negou o empate aos alemães, o central espanhol voltou a lançar a ‘fuga’ verde e branca (5-2). No entanto, antes dos dez minutos, com velocidade e simplicidade de processos, o Füchse Berlin voltou a ‘embrulhar’ o jogo e o resultado, que passou a toda a velocidade para um 5-6 e, logo a seguir, 7-6 para se manter muito equilibrado.

Já aos 15 minutos, o pivô Mijajlo Marsenic recebeu ordem de expulsão devido a um toque grosseiro na cara de Kiko Costa, porém a formação da capital da Alemanha não sentiu o golpe, encontrava sempre soluções para finalizar e, à base de vantagens mínimas, foi obrigando os Leões a irem em busca do empate constantemente (12-12).

Sob um apoio vindo das bancadas em crescendo, o Sporting CP respondeu com velocidade e potência no ataque e, aos 25 minutos, voltou a assumir a liderança do marcador graças a um golo do capitão Salvador (16-15). Além disso, na recta final do primeiro tempo, nem as exclusões de Kiko Costa e Þorkelsson travaram o ímpeto verde e branco.

Após um ataque falhado – bola no ferro - do Füchse Berlin, os Leões lançaram-se ao ataque com tudo: Martim Costa recolocou os dois golos de vantagem no marcador, o conjunto germânico, a muito custo, ainda respondeu, mas já em cima da buzina uma tentativa de longe de Salvador Salvador teve final feliz, ateou-se a festa no Pavilhão João Rocha e o Sporting CP foi a vencer por 21-19 para o intervalo.

Terminados uns primeiros 30 minutos em que os ataques levaram claramente a melhor sobre as defesas e guarda-redes (apenas quatro defesas somadas entre todos os guardiões), como ilustravam os números, Martim Costa (cinco golos) e Þorkelsson (quatro) eram os melhores marcadores Leoninos, enquanto os visitantes se escudaram na eficácia de Lasse Andersson e Nils Lichtlein, ambos com quatro golos - ambos acabaram o jogo com sete, tal como Jerry Tollbring.

Com o reatamento da partida veio, contudo, uma revigorada equipa de Berlim pronta para ‘amarrar’ o jogo ao equilíbrio quase total da etapa anterior e ir mais além. Aproveitando a entrada errática do Sporting CP ofensivamente, com muitas perdas sem finalização, o Füchse Berlin não só empatou como voltou a assumir rapidamente a frente do resultado, conseguindo alargá-lo ainda para 23-25 antes dos 37 minutos.

Pedia-se uma nova reacção verde e branca e surgiu após o desconto de tempo pedido pelo técnico Sportinguista. Mais um golo de Þorkelsson - sempre fiável - e o aparecimento de Kristensen entre os postes ligaram de novo a equipa e as bancadas ‘à corrente’ e foi, precisamente, o ponta islandês o responsável por mais uma cambalhota no marcador, alcançada desde a linha de sete metros (26-25).

E, com ela, seguiu-se a melhor fase dos Leões de Ricardo Costa. Electrizantes e sustentados por uma defesa e guarda-redes – em evidência -, Kiko Costa, Mamadou Gassama e Salvador deram ‘asas’ ao Sporting CP – como nunca até então - para colocar o líder da liga alemã – sem resposta - à distância de quatro golos (30-26).

Ainda assim, tudo estava longe de estar decidido. O incessante Füchse Berlin reduziu até chegar ao 32-32 a quatro minutos do fim e reservou um final de nervos e tremenda luta para decidir este duelo. Um ‘chapéu’ de luxo de Gassama e um golo em esforço de Martim Costa aferraram os Leões à liderança e o poste ainda deu uma ajuda na resposta tentada pelos alemães, mas tudo se resumiria a um último ataque visitante, fruto do jogo passivo verde e branco. Contudo, quando Nils Lichtlein se preparava para atacar, escorregou e Martim Costa esgueirou-se para a baliza adversária e confirmar, com o 35-33 e o Pavilhão João Rocha em ebulição, mais um triunfo europeu em casa – e a invencibilidade continua.

O regresso - em grande - à principal prova continental de clubes da modalidade continua a fazer sonhar e o Sporting CP mantém-se invicto, líder isolado e vai ‘agigantando’ a sua muralha na casa das modalidades. Após um amargo empate na Macedónia do Norte (24-24) cedido no fim, desta vez a sorte inverteu-se e recolocou a equipa verde e branca no caminho das vitórias.

O ritmo de jogos não pára e seguem-se duas deslocações para os Leões de Ricardo Costa, primeiro em casa do SC Marítimo (dia 20) para o campeonato e, depois, mais uma jornada europeia, desta feita na Roménia (dia 23) perante o CS Dinamo București.

Sporting CP: Edy Silva (2), Pedro Portela (1), Kiko Costa (4), Natán Suárez (1), Jan Gurri (4), Pedro Martínez, William Höghielm (1), Salvador Salvador [C] (4), Orri Þorkelsson (8), Mamadou Gassama (2), André Kristensen [GR], Diogo Branquinho, Christian Moga, Martim Costa (8), Mohamed Ali [GR], Rafael Vasconcelos

Sporting CP enfrenta Füchse Berlin na quinta-feira (19h45)

De regresso ao palco europeu, a equipa do Sporting Clube de Portugal recebe, esta quinta-feira (19h45), o poderoso Füchse Berlin no jogo da quinta jornada da EHF Champions League e a liderança do grupo A vai estar em jogo.

Ainda invictos – os únicos no grupo –, os Leões de Ricardo Costa lideram de forma isolada com sete pontos, enquanto o conjunto alemão é terceiro com seis pontos - perdeu na primeira jornada na recepção ao Veszprém HC (31-32).

O capitão Salvador Salvador foi o porta-voz do grupo na ‘antecâmara’ de mais um duelo europeu e garantiu que a equipa “está bem e confiante” depois de ter encadeado a oitava vitória em oito jogos para o campeonato. Agora, a nível europeu, a intenção verde e branca passa por “vencer” e “rectificar os erros cometidos” na jornada anterior na Macedónia do Norte (24-24 HC Eurofarm Pelister).

"Temos de voltar a ser eficientes no ataque e manter as coisas a nível defensivo. O importante é manter a intensidade, ter a ambição lá em cima e a mentalidade certa", sublinhou, já com os olhos postos no Füchse Berlin.

"Estamos a jogar a melhor competição de clubes do mundo e queremos olhar o Füchse Berlin nos olhos. Estamos a crescer ao longo da época e a jogar em casa somos muito fortes. Vamos jogar para ganhar", apontou Salvador Salvador, sem esquecer as épicas vitórias sobre a mesma equipa germânica, tanto fora (31-32) como em casa (32-28), na época passada, então a contar para a EHF European League.

"Depois não chegámos a atingir a final-four e a única coisa que ganhámos foi o respeito neste patamar. De certeza que agora vão encarar o jogo de forma diferente", atirou o lateral internacional A português, que traçou de seguida o perfil do actual líder do campeonato alemão.

"Não mudaram muito a equipa, mantiveram praticamente os mesmos jogadores. Têm uma grande equipa, jogam no melhor campeonato do mundo e também estão confiantes. Vai ser um excelente jogo e esperemos que caia para o nosso lado", atentou o capitão dos Leões.

Para isso, Salvador destacou “entrar forte” como um dos preceitos a cumprir pelos comandados de Ricardo Costa, mas entregou aos Sportinguistas também têm um papel importante: "Ter um bom ambiente no Pavilhão João Rocha também ajuda".

"Se pudermos contar com esse tipo de ambientes outra vez, vamos estar sempre mais perto de ganhar. Assim, qualquer equipa que venha aqui jogar vai sentir mais dificuldades e maior pressão", referiu, acrescentando: "Estamos a colher os frutos do trabalho que esta equipa tem desenvolvido e não queremos parar por aqui".