Leões verdes mas é de esperança
13 Ago, 2016
Sporting CP entra na Liga NOS 2016/17 a vencer o Marítimo em Alvalade numa demonstração de claro ascendente físico e táctico
Era um final de tarde de grande ansiedade. Nervoso miudinho. Alguns até podiam trazer ainda as dores de crescimento reveladas na pré-época, mas a partir de agora é a sério! As responsabilidades foram assumidas pela equipa e o desfecho foi o mais desejado.
A estreia do Sporting CP na época 2016/17, na qual a fasquia está elevada para o ouro final, revelou-se mais fácil do que poderia aparentar. Não pelo rendimento apresentado pelo Marítimo, embora na segunda parte tenha havido um claro ascendente, físico e táctico por parte dos leões, mas pela forma como a equipa de Jorge Jesus se apresentou. A falta do único ponta de lança de raiz – pelo castigo de Slimani –, obrigou à solução já antes testada na frente de ataque, embora com a nuance de ter João Mário entre os alas, Bryan e Gelson, no apoio a Alan Ruiz. O argentino, que realmente não engana, foi quem criou mais espaços entre a defesa adversária e até foi visto na ajuda aos companheiros em terrenos mais recuados, do que seria de esperar para o homem mais avançado. Está um operário mais do que especializado e deve ser-lhe reconhedida a entrega na adaptação ao que lhe é pedido.
João Mário, muito esforçado, à sua conta perdeu uma mão quase cheia de oportunidades (12', 17', 42', 52), umas vezes pela velocidade de execução – a temperatura também comandou o ritmo de jogo –, outras por manifesta infelicidade no momento do remate. Os Sócios e adeptos, agradecidos pelo que o n.º 17 tem feito de leão ao peito, proporcionaram-lhe a ovação da tarde, aquando da sua substituição. Melhor, só mesmo as reacções às gigantes defesas de Patrício, como quando (16') negou a tentativa de Diawara de chegar à vantagem, teimava ainda o nulo no marcador.
O melhor guarda-redes da Europa dava assim o mote à equipa para que brilhasse. Bryan, que continua a passear classe, agora pelo novo tapete leonino, tem um pormenor de calcanhar (20') para Jefferson que no cruzamento permitiu o encaixe fácil de Gottardi. O entusiasmo crescia. De um pontapé de canto, apontado por João Mário, nasceu o primeiro golo do jogo. Coates, que nem precisou de saltar ao primeiro andar, com um cabeceamento irrepreensível, inaugurou o marcador da longa maratona que se quer vitoriosa.
O Martítimo teve a sua melhor ocasião perto do intervalo (39'), mas foi no segundo tempo que as diferenças se acentuaram.
O descanso pedia mudanças. Jefferson foi o primeiro sacrificado nas alterações promovidas por Jorge Jesus. Com a troca de defesas esquerdos (Bruno César ocupou a mesma posição que o companheiro que substituía), ao intervalo, o Sporting CP tornou-se bem mais dominador. Cinco minutos depois de Coates ter falhado (56') o que poderia ter sido um bis pessoal e intransmissível, Bryan Ruiz colocou o ponto final no encontro (61').
A máquina pode ainda não estar oleada, que ainda agora começou a marcha. Como estar, numa fase tão madrugadora da competição? Importante é que o leão esteja acordado e alerta. Disso, não há a mínima dúvida. Verdes? Sempre, de esperança.