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"O Presidente confia em mim e eu no trabalho dele"

Por Jornal Sporting
25 Jan, 2017

Em entrevista à Sporting TV, dirigida a todos os Sportinguistas, o 'mister' Jorge Jesus fez um ponto de situação da época leonina

Jorge Jesus, treinador da equipa principal de futebol do Sporting CP, fez esta quarta-feira um ponto de situação da época dos leões, numa entrevista à Sporting TV dirigida a todos os Sócios e adeptos do Clube.  

"Sinto-me como todos os Sportinguistas se devem sentir. Em função da época e em concreto a partir do jogo da Luz, o Sporting CP começou a ter algumas complicações em relação à qualidade de jogo com os nossos adversários. Houve, pelo meio, problemas com a arbitragem... Habituámos os nossos adeptos, no primeiro ano, a ter uma qualidade de jogo muito alta, com um campeonato surpreendente e 86 pontos batendo o recorde de pontuação - já fui campeão algumas vezes e não cheguei a tantos pontos", começou por dizer o técnico leonino, não escondendo alguma 'culpa' pelo momento negativo de forma.

"Ganhámos a Supertaça e partimos para este segundo ano com fasquia mais elevada. Foi o preço do sucesso da primeira época. A partir da 13.ª e 14.ª jornada começámos a perder alguns pontos para os nossos rivais, fruto de alguma culpa. Tivemos alguns jogos não tão bem conseguidos como com o Braga e na Liga dos Campeões, mas também houve algumas decisões que nos empurraram nitidamente para uma pontuação em que estamos mas onde não deveríamos estar, claramente", sublinhou, apontando de seguida o dedo às arbitragens... e a factores técnicos.

"O motivo principal destes maus resultados são a arbitragem. Não tenho dúvida nenhuma. Ainda no último jogo, na Madeira, ganhámos. Mas a terceira equipa não nos deixou ganhar. Fizemos o 3-2 dentro das leis do jogo, logo teria de ser validado o golo do Alan Ruiz. Foi mais um resultado negativo por uma decisão que não conseguimos controlar. Há também factores técnicos, a saída de alguns jogadores que eram fundamentais na estrutura... começámos o campeonato bem. Depois tivemos de ir ao mercado, tomar decisões com jogadores que ainda demoram na adaptação. Com resultados menos bons, foram-se envolvendo nesta falta de confiança. E a questão é que tínhamos o coração da equipa muito forte, com William, Adrien e João Mário a fazer um corredor central muito forte. Este ano, e um já não está cá, não estão a render... não renderam tanto como no ano passado. É o coração da equipa e tivemos aí desvalorização da nossa qualidade de jogo", assumiu Jorge Jesus.

Actualmente a dez pontos da liderança do campeonato, o plano emocional da equipa leonina também não é o melhor. Uma situação que tem vindo a ser trabalhada pela equipa técnica verde e branca, mas que apenas poderá ser solucionada com o apoio fundamental do 12.º Jogador. "Isso gera emocionalmente menos confiança. A partir do momento em que não ganhas tanto, todos os adeptos não entendem como a equipa deixou de jogar tão bem. Houve momentos em que a pontuação nos criou alguma falta de confiança. Faz parte da vida deles e da minha. Temos de trabalhar em cima desse problema. Os níveis emocionais são trabalhados. Mas quando não se ganha é mais difícil. É treino mental que desenvolvemos com os jogadores. Passa por confiança total dos adeptos. Mas não é fácil darem carinho e margem de desculpa quando não se ganha. É com os adeptos que temos de sair desta situação", frisou, considerando que a introdução do vídeo-árbitro poderia ter evitado a perda de pontos que levou ao atraso pontual dos leões.

"Devia entrar no futebol. Não tenho dúvidas disso. Todos os desportos têm essa ferramenta. Os árbitros têm a mesma opinião. É o caminho e o Sporting CP tem-no defendido. Vai valorizar o futebol e é pela verdade desportiva. Alguém contra? Não compreendo. Se estivesse em funcionamento o Sporting CP não teria esta pontuação. Não teríamos saída da Madeira com um empate, mas sim com a vitória. Alguns pontos perdidos pela equipa de arbitragem colocam-nos numa posição instável que nos cria comportamentos de insegurança, de jogadores, adeptos... Tomar decisões em comportamento negativo é diferente. A pouco e pouco cria dificuldades para ter o rendimento natural e normal", sublinhou.

Ainda assim, e mesmo com as contas do título bastante dificultadas, Jorge Jesus recusa-se a mandar a toalha ao chão, até porque o verde é sinónimo de esperança. "Enquanto for matematicamente possível... Consideramos que temos possibilidades como os rivais, não deixando de reconhecer que a diferença pontual, e redução de jornadas, é favorável a quem vai à frente. Encaramos jogo a jogo. Estou convencido de que este momento tem de ser ultrapassado com responsabilidade e sentido muito coletivo. Nós não mandamos a toalha ao chão. Não deixámos é de saber o comportamento de estar em primeiro ou não. Acredito que temos todas as capacidades para chegar à frente. Foi neste sentido que me quis exprimir depois do jogo com o Marítimo. Vim com o objetivo concreto de ser campeão, reduzir o espaço para os rivais. Não fomos campeões por milagre na última temporada. Agora, há que caminhar e reorganizar e criar estruturas para que a equipa de futebol possa ter uma retaguarda forte, de comunicação e não só, que não abane ao primeiro percalço. Para depois não dar azo a estes episódios quando não ganhamos".

Além de confirmar, uma vez mais, que "está fora de questão abandonar o projecto", o treinador leonino fez questão de destacar a "boa relação de trabalho" que tem com o Presidente Bruno de Carvalho. "Desde o primeiro dia que há uma estratégia, dos nossos rivais, para dividir treinador e presidente, para denegrir a minha imagem... Mas estamos juntos os dois desde que me convidou. Confia em mim e eu confio no trabalho dele e no que está a fazer. Não se nota porque não fomos campeões, mas tem feito grande evolução na estrutura. Só ter bons jogadores não chega. Tens de envolver um leque de pessoas, uma estrutura para combater os momentos menos bons, para não abanar tanto como está a abanar agora a equipa do Sporting CP. É trabalho a médio e longo prazo. Estamos os dois imbuídos nas mesmas ideais. Apaixonados pelo Sporting? Sim", rematou.

Por último, o 'mister' verde e branco confirmou ainda o 'emagrecimento' do plantel na presente janela de transferências, admitindo que o objetivo é ficar com um grupo de trabalho composto por 23 elementos, incluindo os três guarda-redes. Está previsto também o regresso a Alvalade de mais dois jogadores emprestados, à semelhança de João Palhinha, mas que ainda não foram revelados os nomes.