"Lembro-me bem do 1-0, já marcado no fim, da última época"
06 maio, 2017
Jorge Jesus alertou para o perigo que o Belenenses pode causar na 32.ª jornada da Liga NOS, destacando o simbolismo especial de competir na manhã do Dia da Mãe
O treinador da equipa principal de futebol do Sporting CP, Jorge Jesus, destacou na conferência de imprensa de antevisão à recepção ao Belenenses a novidade de jogar de manhã (11h45) em Alvalade, realçando a rivalidade própria de um dérbi: “Este jogo tem o pormenor importante de se jogar num horário diferente, mas os adeptos corresponderam, surpreendentemente, esgotando o estádio. É um dia sentimental para todos nós por decorrer no Dia da Mãe. Acrescenta sentimento, trazendo mais famílias ao jogo. O grande motivo prende-se com o facto de o Sporting CP estar a jogar um futebol agradável e, mesmo que o objectivo esteja longe, continuam a demonstrar que acreditam no futuro do Sporting CP. Este é um dos dérbis de Lisboa e, apesar de o Belenenses estar numa posição que não é condizente com os jogadores e valor do clube, será uma partida equilibrada. Lembro-me bem do 1-0 da última época, em que já marcámos no fim [penálti cobrado por William Carvalho aos 90+4’]. Sporting CP-Belenenses é sempre um jogo apaixonante”.
As ausências de Gelson Martins, Daniel Podence e Alan Ruiz não fazem com que o técnico pense em alterar a estrutura da equipam, até porque reconhece que o adversário entrará motivado por defrontar um grande. Sobre as mudanças em termos de rotinas, Jesus garante total preparação dos seus pupilos: “Os resultados definem o quadro de uma equipa. É verdade que quando se joga com um grande, essas equipas não sentem muito. O Belenenses vai jogar tranquilo, os jogadores estarão confiantes e motivados. Certamente que vão render muito mais do que com o Paços de Ferreira e apresentar uma maior qualidade de jogo, para uma partida de maior exigência. Jogar de manhã é uma experiência nova. O comportamento e a adaptação ao esforço não são muito significativas. Estamos preparados em função do que é o treino. Mudaram-se palestras e horários, mas, fisiologicamente, não altera nada. O Francisco Geraldes pode ser uma possibilidade, tal como o João Palhinha e o Podence têm sido, sempre dentro de um conceito e uma ideia que o treinador ache mais adequada. Estrategicamente as ausências que referiu mudam alguma coisa, contudo o sistema não muda. Ainda assim, isto não quer dizer que não se alterem algumas coisas longo do jogo. No começo não…”, resumiu o timoneiro verde e branco antes de esclarecer a importância de contar com André Pinto: “Contar com o André neste momento é importante para o Sporting CP. O atleta não estava a trabalhar com a primeira equipa e achámos que, se ele viesse mais cedo, ele poderia recuperar e adaptar-se melhor. Está connosco e vemos o futuro com ele, num acordo possível graças às boas relações entre Sporting CP e Sporting de Braga”.
A finalizar, Jorge Jesus elogiou a introdução do vídeo-árbitro na Liga Portuguesa em 2017/2018, reforçando o papel pioneiro do Clube de Alvalade na introdução dessa mesma tecnologia. Pelo meio, uma alegoria ao ciclismo e as razões de queixa relativamente à arbitragem: “Tanto o Sporting CP como a Federação Portuguesa de Futebol estão de parabéns. O vídeo-árbitro é mais um passo para a defesa da qualidade do jogo e da verdade. É uma conquista muito importante para o futebol português. Os treinadores e os clubes portugueses estão à frente, formando equipas fortes, mesmo sem orçamentos que se comparem a outros países, e também era necessário estar à frente no uso desta tecnologia. Não vai resolver tudo, mas ajudará nalgumas indecisões. Costumo dizer que no primeiro terço é fundamental não perdermos o pelotão da frente. Nesse período, colocaram-nos muitas pedras na estrada e, mesmo sabendo pedalar, tivemos de percorrer um caminho mais longo”.