Rúben Amorim: "Temos de ser uma equipa dominadora"
04 Nov, 2022
Sporting CP recebe Vitória SC (sábado, 20h30)
De regresso à Liga Portugal, a equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal joga de novo no Estádio José Alvalade, este sábado, recebendo o Vitória SC na partida da 12.ª jornada da prova.
Na véspera do encontro, Rúben Amorim, treinador dos Leões, esteve em conferência de imprensa para analisar o embate com o emblema de Guimarães, um adversário "muito forte e que não tem a responsabilidade do jogo”, frisou, e que neste momento tem 20 pontos na Liga, mais um do que o Sporting CP.
“Vem de um bom momento [não perde há sete jogos], ao contrário de nós, e tem três jogadores muito rápidos na frente de um sistema igual ao nosso, mas espero que a minha equipa tenha a mesma identidade. Queremos ser dominadores, seja em casa ou fora, não interessa se estamos num momento mais difícil", projectou em declarações aos jornalistas presentes na sala de imprensa da Academia Cristiano Ronaldo, enumerando ainda alguns dos aspectos a ter sob controlo na partida: "Temos de controlar bem as saídas do Vitória SC, ser melhores nas bolas paradas, porque nos têm dado problemas, e temos de fazer golos".
Ora, para fazer face à fase negativa Leonina, Amorim quer que o foco se mantenha "na parte táctica e estratégica [do jogo] para ajudar a parte mental", porque acredita que se os jogadores "souberem exactamente o que fazer no jogo e as características dos adversários, isso ajuda a retirar o pensamento de outras coisas e a focarem-se naquilo que têm de fazer em campo".
Abordando ainda o aspecto mental da equipa, o técnico verde e branco sublinhou que a melhor maneira de motivar é ganhando jogos. "A vida de futebolista e treinador é contínua, perdemos alguns objectivos este ano, mas ainda temos o campeonato, a Taça da Liga e a Liga Europa, portanto ainda há coisas pelas quais lutar. Toda a gente tem de saber que estas fases acontecem. É mais difícil motivar, mas também já fui jogador e sei que começando a ganhar toda essa motivação se transforma em objectivos. Há sempre maneiras de motivá-los, mas sei que nem eu nem os meus jogadores precisámos disso, é mais uma questão de orgulho", referiu, acrescentando: "Há ali uma base, como o [Gonçalo] Inácio ou o Pote, que nunca viveram isto e é difícil para eles. Não estão perdidos, mas estão revoltados e isso nota-se no jogo. O que sinto na equipa é a mesma vontade de trabalhar e alguma tristeza, o ambiente não é o mesmo, mas faz parte".
Além disso, os Leões contam no plantel com Rochinha, que alinhou na última época no Vitória SC. O técnico admitiu, porém, que não falou com o extremo sobre o jogo e aproveitou para falar sobre o reforço. "É um jogador de muito talento e vendo-o a treinar percebo porque demorou a chegar a um grande, há coisas que tem de trabalhar e estamos a fazê-las para que seja mais consistente”, disse, realçando: “Estou completamente satisfeito com ele".
A seguir, questionado sobre as muitas lesões que têm assolado os Leões (18 até ao momento), Amorim garantiu que está a ser feito "sempre o mesmo trabalho", embora reconheça também que os jogadores estão "a ter algum azar, acontece". "São fases e o stress também pode ser uma razão, porque somos uma equipa grande e quando perdemos tudo aumenta. Sempre tivemos plantéis curtos e deu sempre para tudo. Por exemplo, estamos a fazer o mesmo trabalho com o Jer [Jeremiah St. Juste] que fizemos com o [Zou] Feddal, que bateu aos 32 anos o seu recorde de jogos numa época", exemplificou.
Em sentido contrário, Amorim garantiu que o médio Hidemasa Morita "vai voltar" após lesão: "Sentiu-se bem e é um jogador importante da nossa equipa". Já sobre Nuno Santos, referiu que a lesão “não parece tão grave, mas não estará neste jogo".
De seguida, questionado sobre se a eliminação da UEFA Champions League obrigou Amorim a repensar um ataque ao mercado, o técnico respondeu que essa “não é a ideia”, embora tenha destacado a importância da pausa do Mundial para tomar algumas decisões. "Há oportunidades de mercado e há uma ou outra posição que nos pode fazer tomar essa opção. Ainda assim, não estamos a procurar um jogador e temos um mês inteiro onde tudo se acalma com o Mundial e onde podemos repensar isso”.
Já no que toca a mudanças na ideia de jogo, quando confrontado com a série de dez jogos consecutivos a sofrer golos, Rúben Amorim garantiu que não vai dar “passos atrás” e que o foco está em “melhorar esta forma de jogar”. "Num clube grande, no início, ganhar chega, mas depois já não é suficiente, temos de crescer e nós estamos a dar esse passo. Não podemos dar passos atrás, nós temos de ser uma equipa dominadora, faz parte do ADN do Clube. Temos é de melhorar a nossa forma de defender com menos jogadores e ser mais fortes no 1v1”, salientou, voltando a reforçar o carácter decisivo das vitórias neste processo.
“Não ganhando torna-se tudo mais difícil. Tivemos mudanças em jogadores importantes e com este calendário não temos tido tempo para treinar. Por exemplo, é difícil para o Soto [Sotiris Alexandropoulos] perceber as nossas movimentações nas transições e no ataque organizado, coisas completamente diferentes do que fazia no Panathinaikós FC. Tudo isso nos cria dificuldades e se estivermos a ganhar tudo ajuda, dá saúde. Quando se perde põe-se tudo em causa e é mais difícil reagir, portanto como treinador do Sporting CP não tenho problemas em admitir que estou desejoso que venha a paragem e não vamos dar passos atrás", realçou Amorim.
Por fim, instado a falar sobre a sua responsabilidade à frente do plantel, Amorim deixou a garantia que será treinador do Sporting CP “pelo menos até ao fim da época”. “Sou responsável e quero demonstrar aos adeptos que em primeiro está o Clube. Seria muito fácil para mim sair, mas em que é que isso ajudava o Clube? As coisas têm de ser pensadas com tempo e quero fazer jus ao apoio dos adeptos. Depois, pensaremos como Clube, do qual gosto muito. Foi uma bênção ter vindo para o Sporting CP e quero ser o primeiro a estar aqui a ajudar toda a gente e a dar o meu máximo", sublinhou, continuando: “Somos coerentes naquilo que fazemos e [os adeptos] olham para o treinador do Sporting CP e vêem que estou a dar o máximo. Se não conseguimos ter melhores resultados é, talvez, falta de sorte e de capacidade do treinador, mas nunca falta de esforço e de empenho".