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Foto José Lorvão

Rúben Amorim: "Vitória justa de uma equipa que tem de ser melhor em casa"

Por Sporting CP
30 Abr, 2023

Treinador reagiu ao triunfo em Alvalade

Após o apito final no jogo com o FC Famalicão (2-1), Rúben Amorim, técnico da equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal, fez o rescaldo da vitória em conferência de imprensa.

"Podíamos e devíamos ter feito várias coisas diferentes. Não foi o nosso melhor jogo, corremos muito, mas muitas vezes mal, porque quisemos pressionar no campo todo e sofremos com as bolas longas”, começou por dizer aos jornalistas presentes no Auditório Artur Agostinho, no Estádio José Alvalade, antes de fazer a sua análise de toda a partida.

“Acima de tudo, não conseguimos assentar o nosso jogo como é habitual e isso nota-se na posse de bola [55%-45%]. Na primeira parte foi um bocado isso e com campo aberto ou ficávamos com a bola para trás ou decidíamos mal. Tivemos pouca inspiração e marcámos um golo sem fazer muito por isso. Fomos a vencer ao intervalo e sem permitir muitas oportunidades. Na primeira parte há uma grande defesa do Adán", considerou, olhando depois para os segundos 45 minutos.

"Na segunda parte entrámos melhor, marcámos um golo e numa fase em que realmente assentámos o nosso jogo perdemos uma bola sem pressão [deu-se o 2-1] e tudo se complicou um bocado. Aguentámos até ao fim, baixámos um bocado o bloco, mas acho que foi uma vitória justa de uma equipa que tem de ser melhor a jogar em casa", atentou ainda, acrescentado: "Há jogos assim. Temos vindo a ser muito consistentes nas exibições e às vezes não tanto nos resultados, e hoje foi o contrário, porque ganhámos. Há muita coisa para melhorar".

Ora, essa “consistência” é precisamente a chave que Amorim acha que a equipa deve levar e melhorar para a próxima época. "Por mais que nos digam que foi a falta de golos que limitou esta época, eu acho que houve coisas mais importantes que nos limitaram. Depois, também perdemos jogadores importantes, não há como escondê-lo, mas isso não diz tudo. Houve jogos em que dominámos e o que faltou foi consistência, e é isso que temos de levar para a próxima época", apontou, realçando: "Este jogo não resume a época".

De seguida, o treinador dos Leões explicou a substituição de Pedro Gonçalves aos 55 minutos: "É um jogador tão regular e que mesmo não estando a jogar bem pode resolver, mas achei que hoje o rendimento nem estava para esse momento e ele também precisa de descansar. Pareceu-me cansado, sem imaginação, sem explosão, não o tirei ao intervalo, quis deixá-lo mais um pouco. Por exemplo, senti que o Trincão estava a crescer no jogo e o Youssef [Chermiti] deu-nos profundidade".

Questionado sobre os quatro jogadores que ainda constam do boletim clínico verde e branco, Rúben Amorim projectou que, provavelmente, só Paulinho “pode voltar a aparecer esta época”, contrariamente a Daniel Bragança, Jeremiah St. Juste e Jovane Cabral.

"O Dani não vai jogar esta época, não vamos arriscar, mas acho que vamos ter algum tempo para que ele volte a integrar o grupo e isso é uma grande notícia. Tantas vezes o deixei de fora quando jogava e treinava bem, Deus castigou-me um bocado e fiquei sem ele quase um ano e fazia uma falta muito grande. O Paulinho poderá jogar esta época, o St. Juste e o Jovane diria que não", disse, antes de falar sobre Ricardo Esgaio, que marcou o seu primeiro golo de sempre pela equipa principal do Sporting CP e foi eleito o Homem do Jogo.

"Fez o trabalho dele. Defendo-o porque acho que tem qualidade para jogar no Sporting CP. Tem características diferentes e, para vermos como é o futebol, apanhou um rapaz que é um fenómeno na posição dele, mas agora cada vez que ouvimos notícias do [Pedro] Porro parece que estão a falar do Esgaio em Inglaterra. O futebol é mesmo assim. Hoje fez um jogo normal para ele e estamos a tentar encontrar a o seu posicionamento na rotação com o Marcus, com ele a jogar mais baixo", explicou, não escondendo que ficou "feliz" pelo lateral direito, sublinhando que "ajudou a equipa, joga bem, é um rapaz que merece e só quem trabalha como ele é capaz de recuperar da forma como ele o fez".

Por fim, Rúben Amorim abordou também a evolução de Hidemasa Morita, autor do outro golo Leonino frente ao FC Famalicão – o seu sexto na época, um recorde pessoal do médio japonês. "O Morita pode jogar lá [a seis] quando precisamos e é talvez o melhor a jogar com os dois pés na construção. Ele é muito bom entrelinhas, a aparecer nos espaços e a segurar a bola. Foi algo que fomos descobrindo até porque o Matheus [Nunes] saiu na altura e ele adaptou-se muito bem à posição. Se formos ver, todos à volta do avançado marcam muito mais golos do que é normal, a ver se isso dá uma ajuda aos avançados, porque também acho que vamos melhorar nesse aspecto", concluiu.