Leão acelerou e goleou antes da pausa
17 Mar, 2024
Reviravolta imparável dissipou entrada em falso com o Boavista FC (6-1)
No Estádio José Alvalade, a equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal recebeu e goleou o Boavista FC por 6-1, este domingo à noite, no encontro que encerrou a 26.ª jornada da Liga Portugal.
Os golos de Gyökeres (hat-trick), Paulinho (‘bis’) e Nuno Santos resolveram com categoria - e reviravolta incluída - o que uma entrada em falso até complicou perante uma pantera oportunista e arisca (1-1 ao intervalo), mas que acabaria domesticada por um Leão cuja reacção foi ganhando uma força imparável com o passar dos minutos.
Confirmado o regresso às vitórias, em casa, onde o Sporting CP, para a Liga, só sabe vencer – 13 jogos e 13 vitórias -, os Leões de Rúben Amorim seguem para a pausa internacional na liderança isolada do campeonato, mesmo ainda com um jogo em atraso: 65 pontos, mais um que o SL Benfica.
Para enfrentar o Boavista FC de Ricardo Paiva, assente no décimo lugar (28 pontos), Rúben Amorim, treinador verde e branco, fez cinco alterações ao onze inicial apresentado em casa da Atalanta BC – duas delas forçadas, nomeadamente as dos lesionados Pedro Gonçalves e Marcus Edwards, que se juntaram a Antonio Adán nas ausências. Em sentido inverso, o capitão Sebastián Coates e Hidemasa Morita regressaram directamente para a titularidade e Nuno Santos, Geny Catamo e Paulinho também foram apostas de início, começando, por sua vez, Jeremiah St. Juste, Gonçalo Inácio e Ricardo Esgaio no banco de suplentes.
Embora os axadrezados tivessem chegado a casa do ‘anfitrião’ mais temível da Liga após duas jornadas consecutivas sem perder (1-1 FC Famalicão e 1-0 Moreirense FC), como visitantes encadeavam uma série de quatro jogos sem vencer (2E 2D).
Antes de a bola começar a rolar, uma iniciativa do Sporting CP juntou, no relvado, vários pais de jovens de escalões de formação Leoninos do Pólo EUL para antecipar o Dia do Pai que se avizinha (19 de Março) e, a seguir, Matheus Reis foi homenageado por ter atingido a marca dos 150 jogos de verde e branco.
Depois, o início de jogo não podia ter sido mais penalizador para a turma de Alvalade. À passagem apenas do terceiro minuto, à entrada da área, Gaius Makouta aproveitou uma bola rechaçada por Franco Israel e fez de imediato o 0-1 – e as bancadas responderam, sem hesitar, com muito apoio à equipa verde e branca.
Escassos instantes depois, a desvantagem só não foi prontamente anulada pelos Leões porque seria assinalado fora-de-jogo num lance que acabou com golo de Francisco Trincão. Logo a seguir, Paulinho e, minutos mais tarde, Matheus Reis, ainda assustaram o guardião João Gonçalves com um par de cruzamentos ‘venenosos’, seguindo-se um remate em zona frontal, mas por cima de Viktor Gyökeres.
Aos poucos, o Sporting CP empurrou o Boavista FC para a sua zona defensiva e começou a impor o seu jogo, procurando atacar, quer por dentro, quer por fora, mas sem a definição necessária para ‘desmontar’ a numerosa defesa adversária. Na melhor oportunidade criada, entre Ousmane Diomande e Paulinho, a finalização de Gyökeres saiu à figura.
Por sua vez, o conjunto da cidade do Porto começou cedo a jogar com o relógio e não se coibiu também de acumular faltas e quebrar, sempre que possível, o ritmo da partida – foram demasiadas as paragens, para desespero da equipa Leonina e das bancadas. Passada a meia hora, o árbitro António Nobre resolveu com um amarelo para cada lado – Salvador Agra e Morten Hjulmand – uma quezília que provocou muitos protestos das hostes Leoninas.
Ainda assim, foi com a mira posta na baliza axadrezada que o Sporting CP respondeu, procurando afastar esta inquietação do encontro e, depois de muito insistir, iria consegui-lo mesmo em cima do intervalo. Já depois de Paulinho não ter chegado por pouco a um cruzamento tenso de Gyökeres e Trincão ter atirado, de longe, para uma boa defesa de João Gonçalves, o merecido 1-1 festejou-se em Alvalade, preenchido esta noite com 38.260 espectadores.
Inverteram-se os papéis e agora foi Paulinho, descaído para a esquerda, a servir o companheiro sueco, que apareceu com tudo à boca da baliza e fez o desvio vitorioso para ‘atear’ finalmente a explosão Sportinguista até então reprimida.
Feito o empate para corrigir a entrada em falso na partida, Amorim lançou logo para a segunda parte o médio Daniel Bragança no lugar do amarelado Hjulmand e o Sporting CP saiu de imediato em busca de completar a reviravolta, mantendo a toada de domínio total com que encerrou a etapa anterior. E logo aos 49 minutos ‘cheirou’ a golo e de forma consecutiva, mas numa dupla oportunidade a cabeçada de Coates foi defendida in extremis e na recarga Diomande acertou mal na bola e errou o alvo.
Não foi aqui, mas o 2-1 também não tardou muito mais, tal foi o ímpeto dos Leões a ‘sufocar’ as panteras. À passagem dos 54 minutos, Geny Catamo fez um cruzamento perfeito, em arco, para a área e encontrou a entrada de rompante de Paulinho, que, sozinho, atirou-se para fazer a emenda certeira - cambalhota no marcador e festa em Alvalade.
Inácio, que já estava pronto para entrar antes do golo, substituiu Matheus Reis e a superioridade verde e branca continuou a ditar o duelo. Assim, sem tirar o pé do acelerador, foi de forma natural que os Leões de Rúben Amorim dilataram a vantagem num jogo que souberam tornar de sentido único. E para este ‘xeque-mate’ voltou a ser fundamental o poder de fogo do matador sueco.
Lançado na área, Gyökeres puxou para dentro e atirou rasteiro para o fundo das redes aos 68 minutos e, cerca de dez minutos depois, selou, de pontapé de penálti, o 4-1. Foi demorada a revisão do árbitro no monitor, antes de explicar de viva-voz para todo o estádio a decisão que acabaria por resultar no 22.º golo do avançado dos Leões na Liga (36 na época), onde voltou a descolar isolado para o topo da lista de melhores marcadores.
Entre os dois golos de Gyökeres, também Paulinho tinha deixado um sério aviso de cabeça, mas negado por um ‘voo’ de João Gonçalves.
Já com Eduardo Quaresma, Ricardo Esgaio e Koba Koindredi em campo, o rumo da partida estava decidido, mas o marcador ainda voltou a mexer, alargando a goleada para números cada vez mais expressivos e mantendo a festa ininterrupta nas bancadas.
Foi o oportunismo de Nuno Santos dentro da área, ao empurrar uma bola para a baliza, a perfazer a ‘mão cheia’ de golos em Alvalade, porém só um cabeceamento preciso de Paulinho colocou um ponto final numa noite que foi do sonho ao pesadelo para o Boavista FC. E vão 11 golos na Liga para o camisola 20, que já assinou 16 no total em 2023/2024.
Com o marcador final em 6-1, além da liderança isolada, o Sporting CP reforçou o seu estatuto de ataque mais concretizador da Liga, agora com 75 golos apontados. Agora, segue-se uma paragem de cerca de duas semanas para compromissos internacionais e só depois os Leões voltam a entrar em acção, deslocando-se a casa do CF Estrela da Amadora na próxima jornada do campeonato.
Sporting CP: Franco Israel [GR], Geny Catamo, Ousmane Diomande (Eduardo Quaresma, 72’), Sebastián Coates [C], Matheus Reis (Gonçalo Inácio, 55’), Morten Hjulmand (Daniel Bragança, 46’), Hidemasa Morita (Koba Koindredi, 84’), Francisco Trincão (Ricardo Esgaio, 84’), Paulinho e Viktor Gyökeres.