Treinador enalteceu ainda o golo “muito importante antes do intervalo”

Terminada a partida frente ao Boavista FC, que acabou com uma goleada imposta pelo Sporting CP (6-1), Rúben Amorim, treinador dos Leões, esteve em conferência de imprensa para analisar este encontro da 26.ª jornada e começou por destacar o papel dos adeptos na reviravolta.

“Não só pela reacção quando sofremos o golo, ao bater palmas e puxar pela equipa. Na primeira parte, falhámos algumas ligações, mas senti que mesmo assim o estádio estava tranquilo e que as pessoas confiavam que nós íamos dar a volta”, disse aos jornalistas presentes no Auditório Artur Agostinho, realçando: “O golo foi muito importante antes do intervalo e depois foi uma segunda parte em que não demos qualquer hipótese ao adversário”.

“Criámos mais oportunidades também porque o Boavista FC começou a cair fisicamente e principalmente os nossos avançados continuaram com boas roturas, o que dificultou muito a vida do adversário”, considerou o técnico verde e branco, concluindo: “Foi uma vitória justa, mais uma vez marcámos golos, mas se calhar sofremos golo na única oportunidade do Boavista FC”.

Depois, questionado sobre a exibição de Paulinho, que ‘bisou’, Amorim referiu que lhe dedica “as mesmas palavras de sempre”. “Às vezes os golos aparecem, noutras não e da mesma forma que olhava para as exibições dele para lá dos golos, agora faço o mesmo. Tem feito mais golos e tem jogado menos tempo”, apontou, completando: “É um jogador muito inteligente, que nos dá muito”.

O Sporting CP contou com baixas ofensivas de peso, entre elas Pedro Gonçalves e Marcus Edwards, mas a capacidade goleadora dos Leões não se ressentiu e o mérito, adiantou o treinador, é dos vários sectores da equipa. “Tem que ver com a qualidade dos jogadores, que também já têm muito tempo de treino”, sublinhou, antes de distribuir os méritos.

“Deve-se a um jogador [Gyökeres] que nos deu uma capacidade de rotura e física diferentes, ao facto de jogarmos com extremos sem laterais, os centrais cada vez constroem melhor e os médios têm uma capacidade entrelinhas que ajuda muito na chegada à baliza”, detalhou, realçando: “Tudo pequenos pormenores que fazem toda a diferença”.

Já em tom de brincadeira, Amorim considerou que a receita para a selecção enfrentar a Suécia de Viktor Gyökeres nesta paragem internacional passa por “pôr o [Gonçalo] Inácio a marcá-lo, porque já o conhece bem”, apontou.

De seguida, voltando ao plano colectivo, Rúben Amorim considera que esta versão 2023/2024 da sua equipa é “mais completa”. “Na primeira época só tivemos uma derrota, isso é difícil de bater, mas jogávamos de uma forma que não era sustentável para uma equipa grande. Acho que fomos dando os passos a seguir e sinto que a equipa é mais completa, mas por exemplo a diferença pontual para o segundo lugar é muito pequena”, lembrou, resumindo: “Temos sido constantes, temos marcado muitos golos e concedemos menos oportunidades e tivemos sorte nas aquisições que fizemos: o avançado mudou um bocado a nossa equipa e o Morten [Hjulmand] é melhor do que pensávamos”.

Embora tenha reconhecido que Gyökeres tem “pequenos pormenores para melhorar”, por exemplo, “no entendimento do jogo e na reacção defensiva dos cinco metros”, Amorim preferiu “realçar aquilo que dá” aos Leões.

“Estica sempre a equipa, deixa-nos descansar, ganha faltas e muitas vezes as outras equipas têm de substituir os centrais porque têm amarelos ou estão cansados. Ajuda-nos muito, tem feito muitos golos, mas isso também reflecte a capacidade da equipa de o isolar várias vezes”, justificou.

Por fim, o treinador dos Leões disse que Francisco Trincão “tem um problema no pé”. “Amanhã vai à selecção e farão a sua avaliação”, atirou, antes de justificar a saída de Hjulmand ao intervalo.

“Tem vindo a fazer muitos jogos e já tinha amarelo”, explicou, destacando ainda a resposta dada por Daniel Bragança que “jogou muito bem com a Atalanta BC” e, agora, frente ao Boavista FC “veio dar muita qualidade entrelinhas”, elogiou.