Rúben Amorim: "Queremos muito estar na final da Taça de Portugal"
01 Abr, 2024
Segunda mão do dérbi decide lugar no Jamor (terça-feira, 20h45)
De volta às emoções da Taça de Portugal, a equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal desloca-se, esta terça-feira, a casa do SL Benfica para disputar a segunda mão das meias-finais. De Alvalade, os Leões levam a vantagem de um golo (2-1) para o Estádio da Luz, onde se vai decidir quem fica com um dos lugares na final da prova-rainha.
Na véspera do encontro, Rúben Amorim, treinador dos Leões, esteve em conferência de imprensa, esta segunda-feira, para lançar o terceiro dérbi da temporada – uma vitória para cada lado, ambas por 2-1 – e frisou desde início que “o resultado da primeira mão não terá influência antes do jogo”.
“O jogo tem de ser preparado para vencer. Em relação à equipa que vamos apresentar, não vou abrir o jogo, sabendo que a nossa forma de jogar e as nossas ideias são muito claras”, começou por dizer aos jornalistas presentes na sala de imprensa da Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete, acrescentando: “Fizemos um onze a pensar principalmente na forma como nós jogamos, no encaixe do adversário e para tirar algumas referências daquilo que o treinador do SL Benfica pensa. Entrámos nesse jogo, mas o foco está na nossa equipa, nas nossas características e nos jogadores que temos”.
Entre as opções para o embate na Luz, o técnico verde e branco confirmou o regresso do capitão Sebastián Coates, que está “convocado”, enquanto em sentido contrário Antonio Adán e Pedro Gonçalves “continuam de fora” e serão ausências.
Embora o empate seja suficiente para garantiu ao Sporting CP um lugar na final da prova-rainha, uma presença que escapa desde 2018/2019, Amorim sublinhou que o objectivo para terça-feira passa por “vencer o jogo e passar a eliminatória”, jogando “na máxima força” sem pensar em gestão para o dérbi que se segue no sábado, para a Liga, no Estádio José Alvalade.
Olhando, depois, para o SL Benfica, Rúben Amorim considerou que “o que dificulta mais a preparação é saber as características dos jogadores adversários”, lembrando as várias opções e alternativas que Roger Schmidt tem utilizado, sobretudo, no ataque encarnado. “Até o Rafa já jogou na frente. Saber se joga o João Mário, o [David] Neres, o Florentino ou mais um médio de criação, esses pormenores não sabemos, mas estamos preparados para o jogo”, assegurou, reafirmando de imediato a ambição Leonina: “Sabemos da importância do jogo e queremos muito estar na final. Já era um objectivo há algum tempo”.
Questionado sobre o histórico recente entre as duas equipas, em particular sobre os últimos quatro dérbis, onde o Sporting CP começou sempre em vantagem e acabou vitorioso por uma vez – precisamente no último, na primeira mão desta eliminatória – o treinador verde e branco foi pragmático a olhar para os números. “Só ganhámos um, mas também só perdemos um, o que revela muita igualdade”, atirou, embora tenha realçado que é com vontade de “ser melhores nos pequenos pormenores” que os Leões seguem para o duelo desta terça-feira.
“Temos de fazer uma avaliação jogo a jogo. No primeiro desses quatro [jornada 16 da Liga 2022/2023], empatámos 2-2 quando estávamos no quarto lugar e tínhamos perdido na Madeira [1-0], enquanto o SL Benfica estava melhor do que nós. Acho que não se sentiu nervosismo. Depois, tivemos o tal jogo que se perdêssemos em casa o SL Benfica era campeão, tivemos uma primeira parte muito boa, depois baixámos e o adversário tomou conta do jogo e marcou o empate no último lance [2-2 na jornada 33 de 2022/2023]. No jogo da Luz [desta época, para a Liga] foi completamente diferente, acho que não trememos nada, simplesmente, levámos dois golos nos descontos quando estivemos quase uma parte inteira com menos um”, analisou, em retrospectiva, recordando ainda a primeira mão desta meia-final da Taça de Portugal ainda em discussão, onde reconheceu que a turma de Alvalade devia “ter feito mais golos”.
“Tivemos oportunidades e acabámos por sofrer um. O SL Benfica não tomou conta do jogo e marcou, marcou e na jogada a seguir marcou quase o segundo. A equipa ficou intranquila, mas não sentimos a pressão, digamos assim, porque não tivemos tempo para isso”, completou Amorim, antes de abordar a importância de levar um golo de vantagem para a Luz.
“Permite-nos estar sempre dentro do jogo. Não quero que os jogadores pensem nisso, na preparação não pensámos nisso, no início do jogo também não, mas no desenrolar da eliminatória é um ponto de vantagem a aproveitar”, referiu, embora tenha negado desde logo uma possível abordagem dos Leões mais especulativa ou retraída em campo.
“Não somos equipa para isso. Somos um clube grande, temos de perceber o momento do jogo, sim, mas não sabemos jogar de outra forma. Acho que este ano temos mais dificuldades a defender em bloco baixo do que em pressão alta. Se deixarmos o Di Maria, o Rafa, o João Mário, o Neres, perto da baliza, com tempo para pensar, é mais perigoso. Vamos tentar ter bola e pressionar para deixar o SL Benfica longe da nossa baliza, preocupando-nos também com a profundidade do Rafa, que é um jogador determinante na equipa do SL Benfica”, garantiu, antes de projectar a abordagem do rival encarnado.
“Espero um SL Benfica da mesma maneira, porque nestes jogos os clubes, quer o Sporting CP, quer o SL Benfica, têm sempre de ganhar e ir para sempre do adversário. Nós estamos preparados para isso”, realçou Rúben Amorim.
No que toca às opções para o onze inicial, quando questionado sobre possíveis mudanças no meio-campo, o treinador do Sporting CP voltou a não abrir o jogo, mas deixou muitos elogios ao “crescimento muito grande” de Daniel Bragança. “Elevou o seu jogo para mais perto do rendimento que o [Hidemasa] Morita e o Morten [Hjulmand] tiveram durante toda a época. Sendo um canhoto dá-nos mais opções para imaginar o jogo de outra forma, mérito do Dani e é uma mais opção. Posso dizer que dois desses três vão ser titulares”, atirou, sorridente.
Além do dérbi de terça-feira, haverá novo reencontro com o SL Benfica já no sábado, desta vez a contar para a Liga e com Alvalade como palco. Apesar disso, Rúben Amorim quer o grupo a pensar “num jogo de cada vez”, mas sem esconder que “o primeiro tem sempre influência no segundo, sobretudo na parte mental e na preparação”, explicou.
“Em jogos tão seguidos, o dia a seguir é muito importante na recuperação física e mental, mas o principal é não fazer nada de diferente: o vídeo tem a mesma duração e não há mais nem menos treino”, referiu, acrescentado: “Quando toda a gente sabe o que tem de fazer ajuda-nos a estar mais descontraídos no jogo”.
Por fim, instado a comentar a nomeação de João Pinheiro (árbitro principal) e Hugo Miguel (VAR) para a arbitragem da partida que, esta terça-feira, vai decidir um lugar no Jamor, Amorim desvalorizou o assunto. “Não será por isso que o resultado será diferente”, sentenciou.