Rúben Amorim: "Para nós é muito importante vencer"
02 Ago, 2024
Leões defrontam o FC Porto este sábado na Supertaça
A equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal estreia-se oficialmente na temporada 2024/2025 já este sábado (20h15), no Estádio Municipal de Aveiro, com a disputa da Supertaça Cândido de Oliveira diante do FC Porto.
Na primeira conferência de imprensa da época, realizada no auditório do Estádio José Alvalade, Rúben Amorim mediu o pulso ao encontro diante dos azuis e brancos, que sofreram algumas alterações e são agora orientados por Vítor Bruno.
O técnico Leonino considerou que esta partida será distinta da última entre as duas equipas, na final da Taça de Portugal da época passada, que acabou por sorrir aos dragões depois de o Sporting CP ter jogado com menos um a partir dos 30 minutos.
“É uma época diferente e será um jogo diferente. Sinto que há muito entusiasmo em Alvalade, mas também do lado do FC Porto, é assim quando se começa um novo ciclo e uma nova história. Será importante para o FC Porto vencer, mas para nós também é muito importante vencer – assim como ter onze jogadores em campo. Às vezes isso é difícil em Clássicos, temos de melhorar nesse aspecto”, começou por dizer o timoneiro de Alvalade nas primeiras palavras aos jornalistas.
“Quanto ao jogo, mais do que aquilo que se passou, o primeiro toque na bola, a primeira jogada e o primeiro lance de perigo terão mais influência do que qualquer outra coisa”, assegurou o técnico, antes de deixar uma garantia: “Estamos preparados e de certeza que o FC Porto também está, vai ser um grande jogo”.
Rúben Amorim revelou depois que não utilizou o último confronto entre as equipas para preparar a Supertaça, mas não escondeu que foi possível retirar algumas ilações desse jogo e quer ver alguns aspectos melhorados na partida em Aveiro.
“Não usámos muito o jogo da final da Taça porque a partir da expulsão o jogo mudou. Podemos ainda assim retirar algumas coisas daí, como o posicionamento dos nossos médios, que temos de melhorar porque custou-nos sair com bola. (…) Controlámos mal a profundidade devido aos movimentos do Galeno, que se mantém, sendo que agora o Gonçalo Borges está a fazer muito isso no lado direito. Vamos tentar tapar a profundidade jogando longe da nossa baliza”, explicou, lembrando que, apesar de algumas mudanças, há coisas que se mantêm no rival.
“O FC Porto continua a ter coisas importantes como ser muito competitivo e estar habituado a ganhar. As rotinas não mudaram muito porque o treinador já lá estava e conhece muito bem os jogadores. Do nosso lado a mesma coisa, mas espero que o resultado seja diferente. Temos de ser muito melhores do que fomos naqueles 30 minutos. Estivemos bem no jogo, mas podemos estar muito melhor, é o objectivo”.
Rúben Amorim foi depois questionado sobre se este jogo é mais importante para o Sporting CP ou para o FC Porto, tendo colocado a “responsabilidade” do lado verde e branco pelo facto de ser Campeão Nacional e ter maior “estabilidade”.
“Não posso falar pelo Vítor e pelo FC Porto. Mas posso dizer que me sinto muito mais pressionado agora, que era algo que eu não entendia. Poderá ser a inconsciência de quando cheguei, mas sinto-me muito mais pressionado agora. Este jogo é muito mais importante para nós do que para o FC Porto porque estamos num patamar diferente do que estávamos quando começámos. Temos uma estabilidade diferente, o FC Porto é que viveu um período de instabilidade, portanto sinto que a responsabilidade está mais do nosso lado. É esse o sentimento que tenho, sinto que é mais importante para nós, mas não posso falar pelo FC Porto”.
O técnico foi também convidado a comentar a escolha de Morten Hjulmand para ser o novo capitão de equipa, depois da saída de Sebastián Coates
“Obviamente ele é um líder, mas é algo natural nele e vimos isso durante a época passada. Alguém que chega e tem as atitudes que ele teve, dentro e fora do campo… Foi muito claro para nós e falámos sobre isso dentro da equipa técnica, com o próprio Seba [Coates], com o [Luís] Neto e com o [Hugo] Viana. A primeira coisa que todos disseram foi que o Morten tinha de ser um dos capitães. Tivemos de escolher a ordem e pareceu-me claro, apesar de termos aqui jogadores com uma grande importância. Às vezes liderança não tem a ver com o jogador que joga mais vezes, mas sim com o que tem dentro dele esse sentido de liderança e que, mesmo sem ser capitão, notamos nele algo de diferente para dar à equipa. Para todos foi muito claro que o Morten era essa pessoa, mas como ele disse temos de ser todos capitães. Saíram pessoas muito importantes do grupo e estas coisas não se fazem de um dia para o outro, mas estamos preparados para precaver as saídas. Saíram praticamente os capitães todos e agora o Morten vai preencher esse papel”.
Outro dos temas da conferência de imprensa foi a integração dos reforços, o guarda-redes Vladan Kovačević e o central Zeno Debast, com Rúben Amorim a garantir que ambos estão mais do que prontos para se estrearem no Clássico.
“Eles têm noção [do que é jogar um Clássico] porque vêm de países de futebol e conhecem o ambiente deste tipo de jogos, estão preparadíssimos. São jogadores de grande qualidade, o scouting voltou a acertar novamente, e são mais duas opções. Vamos ver se vão jogar”, deixou no ar o técnico, abordando depois a situação de Viktor Gyökeres, avançado que regressou há pouco tempo de uma cirurgia.
“É um jogador especial fisicamente, não vai estar no seu máximo físico mas dá para aguentar o jogo. Agora tem de começar a construir os seus dados físicos, como o número de sprints e a alta intensidade, que é algo que só se faz com jogos, sendo que ele não teve muitos até aqui. É mais um jogo para ele construir isso e nestas finais a cabeça por vezes conta mais do que o físico”.