Técnico fez antevisão do jogo desta sexta-feira (20h15) frente ao FC Arouca

A equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal desloca-se esta sexta-feira a casa do FC Arouca para a quinta jornada da Liga Portugal e, em conferência de imprensa de antevisão à partida, Rúben Amorim começou por abordar o jogo frente à equipa do distrito de Aveiro, que perdeu as duas principais referências ofensivas: Rafa Mujica e Cristo González.  

“O Cristo e Mujica tinham impacto muito grande na capacidade ofensiva da equipa. Disse no ano passado que era das melhores equipas na época a jogar futebol porque eles decidiam muito bem, com um, dois toques, O Cristo é, quanto a mim, um jogador de grande qualidade técnica, vai fazer muita falta e é pena os treinadores perderem jogadores assim quando já não podem fazer nada no mercado. O ataque à profundidade do Mujica era muito bom, mas eu acho que o Henrique [Araújo] também tem isso e, portanto, a característica mantém-se. Obviamente, o Mujica um bocadinho mais ‘batido’ digamos assim, mas o Henrique acho que tem grande potencial, qualidade, fez um golo em que estava em fora-de-jogo num lance em profundidade com uma finalização muito difícil e por aí acho que é mais fácil para o treinador trocar o Mujica pelo Henrique mantendo as características dos jogadores. O Cristo é muito difícil de substituir e aí acho que é uma vantagem para nós, mas estará lá outro jogador. O Pedro Santos que fez um grande campeonato o ano passado pode jogar naquela posição, pode haver alguma novidade e nós estaremos preparados para isso. O FC Arouca é uma equipa que mantém uma característica: gosta de ter bola, gosta de pressionar, fez um grande campeonato no ano passado, o David Simão não pode ter muito espaço porque lança a equipa e eles atacam bem a profundidade. Tenho a certeza que vai ser um jogo muito difícil e nós estaremos preparados para o jogo”, começou por dizer aos jornalistas.

Quanto ao fecho do mercado, o treinador fez o balanço final às movimentações do Sporting CP: “Não nos podemos, claramente, queixar. Baixámos a média de idade do plantel, preparamos já o futuro, no presente temos jogadores e, se olharmos para o conjunto das posições, temos um plantel mais completo, com potencial e preparados para o presente e para o futuro do Sporting CP".

Ainda sobre o mercado, Rúben Amorim falou da contratação de Conrad Harder, encarado como a opção ideal para jogar no sistema de jogo utilizado no Sporting CP e não como um outro Gyökeres. “Ainda agora fechou este mercado e Viktor continua connosco. Tínhamos plano de um jogador já feito e não conseguimos e isso faz parte da nossa vida. Não conseguindo esse jogador, tínhamos um plano e uma lista de jogadores de potencial. Olhámos para esse. Fomos para um jogador de potencial. Não queremos um segundo Viktor, isso seria impossível e um erro, o que nós quisemos foi um jogador de características parecidas para que se acontecer alguma coisa ao Viktor, a equipa não tenha de mudar as características, ou seja, não ser só um jogador só de apoio e que não tenha profundidade, porque isso vai confundir a equipa. Procurámos, olhámos para a lista do que temos aqui de potencial e possa garantir a mesma maneira de jogar e o Conrad estava na topo da lista. Havia um clube inglês da Premier League que pagava mais do que nós e que deixava lá o jogador, para vocês verem o mundo de diferença que é, e foi isso que aconteceu. Olhámos para o potencial do Conrad, aquilo que nos pode dar agora, e não mudar as características da nossa forma de jogar”.

Questionado sobre quando os Sportinguistas vão poder ver Conrad Harder, o técnico não se comprometeu com datas, admitindo a possibilidade de o avançado dinamarquês ser convocado para Arouca, uma vez que a equipa iria treinar de tarde, já com o regresso dos internacionais das selecções. Nesse seguimento, referiu que Franco Israel deverá ser o titular na baliza Leonina esta sexta-feira. A lista de indisponíveis tem quatro nomes: Kovačević, St. Juste, Rafael Nel e Diogo Pinto.

Sobre o regresso dos internacionais e se esperava maior utilização dos jogadores Leoninos que estiveram na Selecção de Portugal, Rúben Amorim respondeu: “Fiquei feliz por eles serem chamados e estarem envolvidos, quanto à utilização, depende do treinador e dos jogos. Espero sempre que venham sem lesões e isso aconteceu”.

Rúben Amorim assumiu o objectivo de o Sporting CP ser Campeão Nacional pela segunda vez consecutiva, para manter o ciclo virtuoso que se regista e que também cria melhores condições para manter os jogadores.  

“Desde o ano passado disse que queríamos ser Campeões e esse é o objectivo. No primeiro ano corríamos por fora, a partir daí lembro-me sempre de dizer que éramos candidatos ao título. Queremos muito ser Bicampeões, porque não somos há 70 anos e acho que era um passo importante no nosso Clube. Vimos neste mercado: o facto de um clube ir à UEFA Champions League muda completamente o cenário, portanto nós queremos continuar. Sabemos que o trabalho não está feito, queremos voltar a ser Campeões, queremos voltar à UEFA Champions League para manter o máximo possível os nossos jogadores”.

Uma das perguntas na conferência de imprensa foi se o técnico ponderava mexidas no 11, uma vez que o Sporting CP se estreia na UEFA Champions League na terça-feira frente ao Lille OSC. “O jogo com Lille OSC não interessa nada, porque depois temos tempo para recuperar. Este jogo com o FC Arouca é o principal. Tenho de sentir no treino, há jogadores que recuperam de forma mais rápida, outra mais lenta, poderá haver alguma alteração, mas de acordo com a fadiga e a preparação que eles têm para este jogo, nunca a pensar no Lille OSC, porque aí teremos tempo”.

Sobre as declarações de Frederico Varandas, presidente do Sporting CP, na Thinking Football Summit, evento organizado pela Liga Portugal no qual referiu que era preciso dar muito mérito ao treinador pela valorização dos futebolistas, Rúben Amorim deu mérito a toda uma estrutura. Já sobre se assinaria novo contrato com o Sporting CP, o técnico sorriu e respondeu.

“Tenho contrato com o Sporting CP, sou muito feliz aqui, mas foi o trabalho de toda a gente e o presidente também disse isso. É injusto falar só do treinador, do director, do presidente, há aqui um conjunto de pessoas que ajuda os jogadores a evoluir. Diria que o mérito é de todos, como o presidente disse também”.