Na Europa e em Portugal: campeões!
31 maio, 2017
A equipa de andebol do Sporting sagrou-se campeã nacional ao derrotar por 25-23 o rival Benfica, num jogo repleto de emoções, que terminou com lágrimas… de felicidade
Não foi fácil a vida do colectivo leonino de andebol nesta temporada. Na verdade, já não a é há alguns anos. Depois de na época passada tanto o título nacional como a Taça de Portugal terem fugido de Alvalade – esta última com um dramático golo no último segundo da final – os leões voltaram no início do ano com o espírito reforçado para lutar por todas as provas possíveis. Durante o ano, ainda assim, o FC Porto seguiu sempre na dianteira e, por mais do que uma vez, a sorte parecia nada querer com os verdes e brancos. No Dragão Caixa, o Sporting bateu-se muito bem, mas o último lance do encontro deu o triunfo aos dragões; na partida da segunda volta, a equipa leonina superiorizou-se de forma clara durante quase todo o jogo, mas uma quebra inimaginável na ponta final deu a vitória ao FC Porto, que fugiu na frente da tabela. Tornou-se mais difícil, Zupo abandonou o comando técnico da equipa, mas ninguém desistiu.
Já na fase final, na visita ao pavilhão dos azuis e brancos, a história repetiu-se: com seis golos de vantagem no intervalo, os leões acabaram por perder e, de novo, o título pareceu distanciar-se. O Sporting lutou, apesar disso, porque os leões não vergam. Os líderes perderam pontos, a crença aumentou e nem o empate marcado pelos lances de arbitragem no Pavilhão da Luz beliscou as aspirações verdes e brancas. No último jogo com o FC Porto, no Multiusos de Odivelas, era necessário vencer por dois para igualar o desempate pontual, mas um inacreditável golo do meio-campo no último segundo fez com que os azuis e brancos continuassem no primeiro lugar. Tornou-se difícil acreditar, sobretudo, porque ao longo de todo o ano esta nunca pareceu só uma luta entre leões e dragões. Pareceu uma feroz batalha contra um malogrado destino que teimava em não deixar concretizar a superioridade que a equipa de Alvalade tantas vezes demonstrava.
Somente contra outros andebolistas ou não, a verdade é que o FC Porto voltou a perder pontos e, poucos dias depois de conquistada a Taça Challenge, toda a equipa verde e branca estava a entrar em campo para a última jornada com a possibilidade de conquistar o título nacional. Contra os rivais encarnados e perante um pavilhão em ebulição, a equipa liderada por Hugo Canela protagonizou 40 minutos de luxo que culminaram com um 20-12 que deixava poucas dúvidas: esta é a melhor equipa de Portugal. No entanto, como em tantas outras vezes na mesma temporada, a equipa do Sporting começou a cometer alguns erros, o Benfica aproveitou, a ansiedade aumentou em todos os presentes no Multiusos de Odivelas e, a escassos minutos do fim, a diferença já só era de um golo. Aí, bem ao estilo dos melhores filmes dramáticos, surgiu de todos o mais genial, Carlos Ruesga, e assumiu: em duas jogadas, dois golos do espanhol e o resto é história. Contra um destino tantas vezes mal traçado, o Sporting sagrou-se campeão nacional frente ao maior rival e celebrou, com muitas lágrimas à mistura, sem esquecer Jorge Sousa, responsável máximo da secção que esteve ausente por problemas de saúde.