Patrícia Silva: "Continuar feliz e a correr o mais rápido possível"
25 Mar, 2025
A atleta Leonina, medalha de bronze nos Mundiais de Atletismo em pista curta, chegou esta terça-feira a Lisboa
Foi na companhia de Jessica Inchude e Auriol Dongmo, e com a medalha de bronze a reluzir ao peito, que Patrícia Silva chegou na madrugada desta terça-feira a Lisboa.
A atleta Leonina, terceiro lugar nos 800m nos Mundiais de Atletismo em pista curta disputados na China, foi recebida pelo seu núcleo duro e mostrou-se muito feliz pela épica recuperação que protagonizou nos últimos metros da prova.
"Foi uma prova bastante emocionante do início ao fim; uma prova onde tive de acreditar muito. Nos primeiros metros foi difícil fazê-lo, visto as adversárias estarem já tão longe de mim. Com o passar da prova, comecei a aproximar-me e a acreditar que seria capaz. Nos últimos 100 metros… queria tanto que dei tudo o que tinha. E consegui. Por uma centésima, mas é meu", descreveu, sorridente, aos jornalistas que a esperavam.
À conquista da medalha, a jovem de 25 anos somou ainda novo recorde pessoal e nacional ao currículo. Contudo, Patrícia Silva não se apercebeu imediatamente de que tinha finalizado a corrida com o tempo de 1'59''80.
"Baixar dos dois minutos é ainda mais especial. Não me apercebi logo – só depois da corrida, após saber que tinha ficado em terceiro", confessou, reconhecendo ter sido "muito stressante" ver as adversárias "partir muito mais rápidas".
"Tive de acreditar muito para não deixar que esse 'pormenor' me vencesse", afirmou, recordando a sua emoção nos momentos seguintes ao cruzar da meta.
"Quando as chegadas são assim tão próximas não conseguimos ter uma ideia imediata do lugar em que ficámos. Eu tinha a sensação de ter chegado um pouco mais à frente, mas não queria fazer a festa sem o perceber. Acho que nem acreditamos logo, já que um terceiro lugar num Campeonato do Mundo é algo muito difícil de alcançar. Só quando a comunicação social me gritou 'ficaste em terceiro' é que caí em mim. Fiquei super feliz", afirmou.
Questionada sobre que a sua evolução como atleta, a Leoa pontuou que esta em muito se deve a uma maior estabilidade emocional.
"Sinto-me muito mais feliz a fazer atletismo. Estou completa a treinar em casa, com a minha mãe como treinadora, e rodeada pela minha família. Tenho vindo a arrecadar várias experiências internacionais e esta medalha é o culminar disso mesmo: de uma aprendizagem e de uma Patrícia mais madura".
Olhando para o futuro com cautela, a atleta garante "acreditar muito no seu valor", mas não traça objectivos a médio prazo.
"É inevitável, ao alcançar uma medalha destas, que as pessoas criem expectativas. Mas nós, como atletas, temos de levar as coisas um passo de cada vez. Temos de continuar a trabalhar e até aos Jogos Olímpicos há um caminho muito longo por percorrer. Vou preparar-me o melhor possível para lá conseguir estar bem também, mas do futuro o que quero é continuar com este estado de espírito, feliz e a correr o mais rápido possível", finalizou.