João Matos também reagiu ao triunfo

Após um novo triunfo na Ronda de Elite, o treinador Nuno Dias fez um balanço do encontro vencido pelos Leões do futsal, por 2-4, diante dos ucranianos do Uragan Ivano-Frankivsk.

"[Foi] uma vitória tão justa como difícil, um pouco por culpa nossa. Permitimos que o jogo chegasse à igualdade, porque mais uma vez desperdiçámos bastante. Felizmente tivemos uma boa reacção, fomos inteligentes e pacientes na procura e fizemos o 2-3 no lance seguinte [a ter sofrido o empate]. Também defendemos bem o 5v4 e fizemos o 2-4 pelo Pany. Agora temos de esperar pelo próximo resultado e descansar, porque sábado há outro jogo", resumiu o técnico.

De seguida, debruçou-se ainda sobre alguns lances que considerou “estranhos” na partida, entre eles o golo-fantasma de Anton Sokolov. "Primeiro, eles marcaram num livre directo quando eles acumularam seis ou sete faltas. Depois num lance caricato, com a bola dentro da baliza, todo o pavilhão viu, mas o árbitro não quis validar o golo. Essa vantagem tranquilizava-nos mais no jogo, o golo existe e o treinador do Uragan Ivano-Frankivsk também o reconheceu no fim do jogo. Ainda assim, conseguimos ganhar e com toda a justiça, fomos melhores", sublinhou, antes de enaltecer a importância de chegar ao 2-3 imediatamente após o empate ucraniano.

"A experiência de jogar estas competições dá-nos isso. Permitiu-nos não desesperar e a cinco minutos do fim voltámos a passar para a frente [do marcador]. Tem muito que ver com a qualidade e a experiência dos jogadores a este nível. Depois, tivemos capacidade de sofrimento, soubemos unir-nos e chegar ao 2-4", destacou, lançando já o terceiro e último jogo, frente ao anfitrião Feldi Eboli (Itália), no qual os Leões têm o apuramento para a Final Four na mão.

"Agora temos dois resultados possíveis para passar à Final Four. Vamos pensar no nosso trabalho e não nas sortes alheias para ganhar à equipa italiana, que ainda pode ter uma palavra a dizer, se hoje ganhar. Vão encher o pavilhão, criar dificuldades e nós cá estaremos preparados para elas", perspectivou, antes de destacar o “jogo de pivô” italiano como a principal arma a ter em conta: "Têm dois pivôs muito fortes fisicamente e com qualidade, sobretudo o Guilhermão. Depois têm o Luizinho, que é o melhor marcador da liga italiana, um finalizador nato".

A seguir, também o capitão João Matos considerou que a vitória foi “mais do que justa e merecida”. "Já se adivinhava um jogo competitivo, mas muito por culpa nossa o resultado não se dilatou. Podíamos ter feito um jogo bem mais tranquilo. O adversário estava desfalcado, fomos com tudo, mas pecámos na eficácia. Eles ganharam confiança, empataram, mas felizmente conseguimos fazer o 2-3 num período ideal", atentou o autor desse golo, considerando que é algo que advém da "mentalidade de uma equipa vencedora".

"A quatro minutos do fim sofremos o empate e logo a seguir fizemos o 2-3, é de equipa grande. A nossa ambição também é grande e temos de ultrapassar estes adversários e ser superiores como temos sido. O nosso objectivo é só para Abril, mas para isso temos de dar tudo nesta Ronda de Elite", traçou o experiente fixo, que ainda descreveu o lance do seu decisivo golo: "Não é um lance onde me sinta tão confortável, mas ouvi o Merlim a dizer que estava só, por isso virei-me e chutei logo à baliza".

Por sua vez, sobre o golo-fantasma de Sokolov, frisou que foi “caricato”, mas deixou um alerta: “Se calhar, está na hora de rectificar as balizas ou usar-se o vídeo-suporte nestas competições".

Por fim, João Matos também projectou a última partida em solo italiano: "É uma equipa com grandes individualidades, com muito potencial, mas o resultado do jogo deles ainda nos vai fazer ver muita coisa. Temos jogadores amarelados e os castigos seguem para a próxima fase. Se, em função do resultado, já estivermos apurados, vamos fazer uma gestão diferente, mas vamos jogar sempre para ganhar, nunca para o empate, mesmo que seja suficiente".