Diário de Palma de Maiorca - Dia 3
04 maio, 2023
Na antecâmara da meia-final frente ao RSC Anderlecht
Aproxima-se o primeiro momento de decisão em Palma de Maiorca e torna-se difícil não pensar noutra coisa que não seja o pontapé de saída da final four deste ano da UEFA Futsal Champions League. Por isso, esta quinta-feira, dia de véspera do encontro com o RSC Anderlecht, serviu, sobretudo, para cumprir as habituais formalidades que antecedem a entrada em cena definitiva.
Assim, logo a seguir ao pequeno-almoço, hora das fotografias oficiais da UEFA. Primeiro, as individuais, onde os jogadores do Sporting CP deram o seu melhor nas poses e ensaiaram festejos. Depois, a foto de família – com equipa técnica e plantel ao completo – foi-se arrastando: era amena a cavaqueira, as brincadeiras intermináveis, sonoras as gargalhadas e, claro, iam caindo calduços sorrateiros aos mais incautos – e nem com olhos na nuca se poderia escapar.
Recompostos para o disparo, seguiu-se uma fotografia mais informal que fez as delícias do grupo verde e branco. "Sorry, chilling or no?", perguntava Zicky ao fotógrafo. E alternando entre ambos os registos, era claro o preferido entre os jogadores.
Já na parte exterior do hotel, alguns Sportinguistas aproximaram-se para tentar a sua sorte e interagir com os Leões. Um deles, desinibido, e que, por acaso, está no mesmo hotel que a equipa - sem o imaginar - não desperdiçou a oportunidade: missão cumprida, selfie com Alex Merlim, João Matos e Esteban Guerrero conseguida.
Seguiram-se umas rápidas partidas, ora de ténis de mesa, ora de dardos, e entre raquetes e testes de pontaria foi-se ‘matando’ - ou atenuando, apenas - a fome competitiva.
E ainda antes da hora de almoço, a comitiva Leonina deu o seu primeiro passeio nos arredores do hotel, percorrendo uma parte da marginal com a praia de El Arenal a somente uns passos de distância. Já o centro de Palma está mais a norte, pela costa, a uns 15 quilómetros.
Por aqui, o sol aperta, mas a vista reconforta: no horizonte, o azul do Mediterrâneo, em tons turquesa, é quase transparente. Na areia, são várias as pessoas que neste início de Maio já se podem chamar veraneantes – em Maiorca, a época balnear começou a dia 1. Curiosamente, ao longo do passeio, nesta zona de El Arenal, é fácil duvidar se estamos realmente em Espanha.
Menus inteiros de restaurantes, camisolas em lojas de souvenirs, extensos bares e letreiros: tudo em alemão, tal é a afluência histórica de turistas germânicos nesta zona em particular da ilha. Aliás, até é possível dar de frente com um jornal local…totalmente escrito em alemão - o Mallorca Zeitung - e não faltam opções de escolha para comer, por exemplo, schnitzel. E se de dia o sol não dá tréguas, de noite a rua ganha ainda mais vida com a sempre agitada vida nocturna maiorquina – e, tal como no hotel, música nunca falta.
De repente, os inseparáveis Tomás Paçó, Hugo Neves e Zicky, que ficaram ligeiramente para trás, decidem acrescentar alguma acção ao passeio. E enquanto Neves assume a câmara da Sporting TV ao ombro, o jovem fixo apodera-se do microfone: Cavinato foi a primeira ‘vítima’ dos repórteres por um dia - e várias se seguiram.
Com o relógio a aproximar-se das 13h00, tempo agora para voltar ao hotel para uma tarde preenchida depois da descontracção. Ao almoço, como não podia deixar de ser, o Jenga à mesa em Palma já é mais tradicional que a própria ensaimada maiorquina – doçaria típica da ilha espanhola.
Mais uma viagem de autocarro e, daqui em diante, isso já só significa uma coisa: rumo ao Velòdrom Illes Balears. É aqui, no palco da final four europeia, que o trabalho de preparação continua sob a liderança de um interventivo Nuno Dias. E se na arena tudo parece pronto para as decisões, dentro das quatro linhas, terminado treino, o mesmo se pode dizer da equipa do Sporting CP.
Agora, na próxima vez que os Leões voltarem a este cenário já será ‘à séria’. Num dos pisos superiores do Velòdrom Illes Balears, Nuno Dias e Alex Merlim já deram o pontapé de saída definitivo na conferência de imprensa de antevisão - e com o tentador troféu ali ao lado, bem à vista e ao alcance das mãos.
A missão, agora, é clara, “vencer amanhã para marcar presença na final", sentenciou o técnico. Na mira está nada mais e nada menos do que a possibilidade de chegar à sexta final europeia nos últimos sete anos. Apesar desse dado esmagador, a vontade Leonina é pura como no início, porque ganhar não cansa, vicia. "Enquanto tivermos este friozinho na barriga quer dizer que temos objectivos e ambição de vencer. Já tive a oportunidade de a conquistar duas vezes e conseguir a terceira seria como se fosse a primeira", atirou, por sua vez, o ‘mago’ de Alvalade, sem evitar pousar os olhos no troféu.
Então, venham de lá os golos, a intensidade, as decisões. Venha de lá o futsal, porque está prestes a começar aquilo que nos trouxe a Palma de Maiorca. Amanhã é dia de jogo.
Por Xavier Costa, em Palma de Maiorca.