Euforia para receber Patrícia Mamona
04 Ago, 2021
Primeiras palavras em Portugal da nova vice-campeã Olímpica
De medalha de prata ao pescoço e entre muitos aplausos das largas dezenas de pessoas presentes no Aeroporto de Lisboa, Patrícia Mamona, atleta portuguesa do Sporting Clube de Portugal, aterrou ao início da tarde desta quarta-feira em território nacional, após o segundo lugar conseguido na final do triplo salto nos Jogos Olímpicos (JO) de Tóquio.
"Esta recepção foi espectacular. Tenho aqui as pessoas mais importantes da minha vida, amigos, o meu Clube, fãs... A todos eles um especial obrigado e um agradecimento a todos os portugueses. É um orgulho para mim representar esta nação", começou por dizer aos jornalistas presentes, antes de abordar a sua prestação Olímpica.
"Estava muito confiante, sabia que valia mais que os 14,66 metros [anterior recorde nacional], mas o importante era que saísse à hora certa e no sítio certo. Pela primeira vez treinei muito a minha parte mental, porque sabia que ia ser uma competição muito difícil e tinha de estar pronta para responder a qualquer momento. Só pensava em dar tudo, o resto seria consequência disso", referiu, antes de realçar: "Fui feliz, vice-campeã Olímpica, estou no 'clube' dos 15 metros, pus Portugal no pódio... É excepcional".
Na final, Mamona não só bateu o recorde nacional por três vezes como o fixou para lá dos 15 metros (15,01), um feito inédito até então. Ainda assim, a triplista garantiu que quer mais.
"Eu não me consigo contentar com o meu recorde pessoal e nacional, acho que há sempre oportunidades pra melhorar. Felizmente, saí com uma marca que, no início seria impensável, mas fui acreditando à medida que melhorava. Estar neste patamar dos 15 metros já é histórico, significa fazer parte das melhores de sempre no triplo salto", sublinhou antes de traçar já os próximos objectivos.
"Agora é aproveitar esta maré e pensar que há sempre algo melhor. São três anos até aos JO, mas até lá tenho outras competições importantes também. Quero consolidar estes 15 metros, porque sinceramente ainda não me caiu a ficha de que isso realmente aconteceu", admitiu, por fim.
Com Patrícia Mamona chegou José Uva, seu treinador, e ainda vários atletas Leoninos que também marcaram presença em Tóquio 2020, entre os quais Auriol Dongmo, Irina Rodrigues, Carlos Nascimento, Evelise Veiga e Manuel Gaspar.
"Sabe muito bem, sabe a cinco anos de trabalho e a 20 anos de um projecto que deram certo. Conseguimos um grande salto no dia certo", começou por dizer José Uva aos meios de comunicação do Clube, continuando.
"O segredo é sempre o mesmo: não pensar na concorrência. A maior adversária da Patrícia é a sua melhor versão, o resto é consequência disso. Agora vamos descansar e depois começar a trabalhar para continuar a melhorar, seja um centímetro ou um metro", rematou o treinador.