Não há datas para o regresso, mas as equipas de competição continuam a treinar

Os vários escalões de competição de karaté do Sporting Clube de Portugal estão de regresso ao trabalho no Multidesportivo do Estádio José Alvalade, após vários meses de ausência.  Ainda assim, os atletas Leoninos não estiveram parados e, na realidade, só tiveram uma semana de descanso.

Ao longo dos últimos meses, os karatecas do Sporting CP treinaram através de plataformas on-line e quando a Direção-Geral da Saúde deu permissão para a realização de treinos em espaços abertos começaram a trabalhar na Quinta das Conchas, em Lisboa.

“É bom estar de volta. Trabalhar aqui e no tapete era aquilo que todos nós mais ansiávamos. Agora só nos falta voltar a ter contacto e voltar a competir, que é isso que, normalmente, mais motiva os atletas”, disse o treinador Hugo Pedro, aplaudindo o trabalho e a postura de todos nos últimos meses: “Continuam muito motivados e é de enaltecer que conseguimos garantir a continuidade de todos os nossos atletas, que foi algo que, pelo que tenho conversado com outros treinadores, muitos clubes não conseguiram”.

Nesse sentido, o trabalho tem decorrido com dedicação máxima, ainda que o regresso à competição seja uma incógnita: “Ainda está tudo um pouco incerto. Sabemos que a nível mundial só existirão provas em 2021 e, para já, a nível nacional ainda não há calendário. Por isso, temos trabalhado não para aquecer, como se costuma dizer, mas sim para melhorar os aspectos físicos e técnicos, que durante o ano são mais difíceis de trabalhar”.

No entanto, felizmente para os atletas e treinadores, a pandemia abriu novos horizontes e os aspectos técnicos da modalidade têm permitido que haja competição. Isto porque várias entidades, como a Federação Nacional de Karaté e a Federação Mundial da modalidade, criaram provas on-line para avaliar e motivar os karatecas.

“É algo que não exista e que esta nova realidade permitiu. Basicamente aquilo que temos de fazer é gravar um vídeo com várias técnicas que nos são pedidas e depois temos de o enviar para a entidade organizadora de forma a que a performance seja avaliada por árbitros do Mundo inteiro. Quem ganha, passa à eliminatória seguinte e por aí em diante. Tem sido uma boa experiência”, comentou o treinador.

Tomás Oliveira, que pertence ao escalão de iniciados, também tem visto estas provas como algo interessante, mas admitiu que está ansioso por regressar à competição nos moldes a que estava habituado.

“O nosso trabalho está a correr bem, andamos a treinar e a melhorar as nossas técnicas, mas gostávamos mais de estar a competir como antigamente, contra os outros e a ter pódios. Ainda assim, tem sido bom, estou em forma, e ganhei a primeira prova”, disse o atleta de apenas 10 anos.