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Leituras Sportinguistas

Por Pedro Almeida Cabral
16 Abr, 2020

Presto a minha sentida homenagem a todos aqueles que enfrentam diariamente o vírus na linha da frente

Em tempos de pandemia tenho ficado por casa, confinado, como agora se diz. Os dias passam iguais, com teletrabalho e em família. Agradeço com respeito a todos os que asseguram que parte da população possa viver desta forma, mantendo em funcionamento serviços essenciais. E presto a minha sentida homenagem a todos aqueles que enfrentam diariamente o vírus na linha da frente. Aos médicos (incluindo o nosso presidente Frederico Varandas), enfermeiros e auxiliares de acção médica espero que nunca falte o reconhecimento que merecem.

Entretanto, a vida vai seguindo. Parece que a infecção causada pelo vírus tira o paladar, fazendo com que tudo saiba a nada. A inexistência de jogos, competições, títulos ou sombra de época desportiva, tem parte desse efeito, retirando algum sabor ao nosso Sportinguismo. As conversas e as discussões sobre equipas, jogadores e a próxima época suspenderam-se à espera de melhores dias. Como as grandes paixões não morrem, partimos em busca do que nos faz senti-las. Por isso, dediquei-me a ler dois excelentes livros que nos alargam os horizontes sportinguistas. Afinal, ser do Sporting Clube de Portugal é também saber mais sobre o Clube.

O primeiro é uma História do Sporting Clube de Portugal que pretende ser uma nova abordagem às nossas origens. Foi publicada há poucos meses pela editora Contraponto, sendo os seus autores os historiadores Luís Augusto Costa Dias e Paulo Barata. Em prosa bem documentada, o nascimento do Sporting Clube de Portugal surge enquadrado na perspectiva mais vasta do desporto português, comprovando que o tão afamado eclectismo Leonino é congénito. Algumas interessantes curiosidades valem também a leitura. Por exemplo, aprende-se que a história do atletismo em Portugal se confunde com a história do Clube.  

O outro livro já tem ano e meio, mas ainda não tinha tido oportunidade de o ler. Big Mal e Companhia de Gonçalo Pereira Rosa, na editora Planeta, é um achado. Lê-se de uma penada e conta a dobradinha de 1982, em que o Sporting Clube de Portugal conquistou campeonato e taça com Malcolm Allison ao leme. Uma época gloriosa relatada em grande ritmo, não deixando de fora as intrigas e as idiossincrasias do então presidente João Rocha e do excêntrico treinador inglês. Uma temporada excepcional, com os inevitáveis Manuel Fernandes, Jordão e António Oliveira, que até teve algo que poucos Sportinguistas sabem: a primeira vitória de uma equipa portuguesa em solo inglês, nas competições europeias, frente ao Southampton FC. 

Ficam estas sugestões de leitura, para que, nestes dias difíceis, nunca nos esqueçamos do sabor a Sporting Clube de Portugal!