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#OndeVaiUmVãoTodos

Por Juvenal Carvalho
10 Dez, 2020

(...) foi viral o mote do “onde vai um vão todos” pelas redes sociais, numa onda verde gigantesca, que teremos de cavalgar para estarmos juntos contra os verdadeiros inimigos, e esses estão no exterior

Assumo que não me foi fácil escrever esta coluna de opinião. Não podia escrever o que me vai na alma sobre aquilo que é o lado marginal ao futebol. No fim do jogo de Famalicão, ainda atónito, e com a alma dilacerada, é que não poderia mesmo escrever os caracteres habituais. Seriam impronunciáveis os palavrões que proferi em frente à televisão – sim, o futebol é para mim a roçar o irracional – e transportá-los para a escrita deste espaço, não só era proibido pela linha editorial deste nosso jornal, como não me ficaria bem a mim mesmo.

O estado de alma era – é – de alguém que está cansado de todo este sistema viciado dos dois pesos e duas medidas. Ao Sporting Clube de Portugal, e não de agora, mas sim numa sina de décadas, é tão fácil prejudicar. Já fizemos até luto pelo futebol. Já tivemos formas de comunicar muito díspares, com críticas veladas aos “assaltos” constantes de que o nosso Clube é vítima quando comparado com os nossos rivais directos. É exasperante até. Nada tem resultado para que consigamos competir em igualdade neste conspurcado mundo do futebol.

Os do costume, e que de forma cínica dizem que o Sporting CP deverá estar sempre na luta do título, porque faz falta ao futebol português, e tal, são os mesmos que, mesmo que numa fase inicial, e se pressentem que podemos incomodar, nos dão uma machadada. 

É recorrente. É até alvo de chacota dos abutres, quais “Vampiros” de Zeca Afonso. Aqueles que comem tudo e não deixam nada.

Mas porque um Leão só se curva para beijar o símbolo, quis encontrar positivismo nestas linhas. E que melhor alento poderia encontrar do que ouvir o nosso treinador Rúben Amorim, também ele visivelmente agastado, dizer que “nesta equipa, onde vai um vão todos”. Como que acordei de um pesadelo e interiorizei. Não, estes rapazes não podem ser abandonados. Eles são feitos de têmpera. Eles obrigam-nos a caminhar a seu lado. Temos de estar unidos para os pedregulhos que nos querem colocar no caminho, e aqui falo mesmo dos cartilheiros e dos “paineleiros”, que discutem há décadas as “missas” e a “fruta”, sobre quem é mais beneficiado que quem, naquilo que é uma verdadeira guerra de guerrilha para o domínio do lado obscuro. Aquele que até dá títulos.

Mas, porque o mote está dado, terá que ser em uníssono e a uma só voz, esquecendo divergências entre nós, porque aquilo que nos une é muito mais do que aquilo que nos separa, e porque do futebol às modalidades, passando pelos associados e simpatizantes, foi viral o mote do “onde vai um vão todos” pelas redes sociais, numa onda verde gigantesca, que teremos de cavalgar para estarmos juntos contra os verdadeiros inimigos, e esses estão no exterior. Capacitemo-nos mesmo, que todos seremos poucos. Sim, somos Leões de têmpera e para onde vai um vão todos. 

Vão ter que nos aturar. Somos da raça que nunca se vergará!