Sensibilidade e Bom Senso
04 Mar, 2021
A Maria José Valério nunca verdadeiramente se despedirá da família Sportinguista enquanto assim for. E essa é a melhor homenagem que lhe podemos fazer
O embate do Sporting Clube de Portugal com o FC Porto fez parar o país. As duas equipas que lideram a prova defrontaram‑se pela terceira vez esta época. De um lado, o Sporting CP com apenas três empates e sem derrotas para o campeonato. Do outro, o FC Porto, campeão em título, vindo (quase) directamente de uma vitória sobre a poderosa Juventus FC.
Muito se falou sobre as circunstâncias deste jogo. Tempo útil, posicionamento defensivo, escassa produção ofensiva, a continuada arruaça do banco do FC Porto e a falta de desportivismo (para não dizer mais) de um jogador portista. Tudo isto pertence ao clássico. Mas tudo isto nos diz pouco sobre o clássico. E ainda menos sobre o que significou o empate a zero e o ponto alcançado pelo Sporting CP. Em seis jogos com rivais e SC Braga temos quatro vitórias e dois empates, ambos com o FC Porto. Nos últimos oito jogos, sofremos apenas um golo. E foi a primeira vez que o FC Porto não marcou para o campeonato em casa esta época. Mas o mais impressionante é mesmo a maneira como se apresentou este Sporting CP. Alinharam sete jogadores sub‑23, dois dos quais juniores. E foram estes miúdos que souberam dar luta a jogadores da craveira de Pepe ou Corona. Quem não acompanhe este Sporting CP pode achar que foi mero acaso. Quem estiver mais atento, reconhece que a articulação táctica da equipa se vem consolidando e que a inteligência em campo para anular este FC Porto nunca poderia ser sorte. Resultado importante, exibição de qualidade e crescimento da equipa.
Embora se tenha mantido a distância para o FC Porto, o SC Braga aproximou‑se, estando agora a nove pontos. Faltam 13 jogos, 39 pontos em disputa, deslocações aos campos do SC Braga e do SL Benfica e jogos com quatro equipas da primeira metade da tabela. Pensar que este campeonato está encerrado é como pensar que a pandemia já acabou. Jogo a jogo. Lance a lance. Golo a golo. Nunca é demais repetir.
P.S. – Uma palavra final de pesar. Desde há décadas que a Marcha do Sporting faz parte do património imaterial de cada Sportinguista. Assistir a um jogo no estádio exige cachecol ou camisola e cantarolar os versos da nossa Marcha. A Maria José Valério nunca verdadeiramente se despedirá da família Sportinguista enquanto assim for. E essa é a melhor homenagem que lhe podemos fazer.