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A conquista que faltava

Por Sporting CP
05 Ago, 2021

O que poderemos esperar? Uma equipa que lute a cada jornada pelos três pontos, a cada lance por sair dele por cima do adversário, e que deixe cada Sportinguista com o sentimento de orgulho como no ano transato.

O Sporting Clube de Portugal iniciou a temporada 2021/2022 com a mesma dinâmica de vitória com que fechou a anterior ao conquistar a sua 9.ª Supertaça para o Museu do Clube. Foi também a conquista que faltava para dourar os últimos dois anos onde venceu todos os troféus em Portugal: Taça de Portugal, Taça da Liga (por duas vezes), Liga Portugal e Supertaça.

A vitória sobre o SC Braga não tem qualquer contestação dada a superioridade da turma de Rúben Amorim dentro das quatro linhas materializada num 2-1 final que se revelou curto para o domínio não apenas territorial, mas sobretudo suportado por sete ocasiões de golo flagrantes contra apenas duas do seu adversário.

O início da partida trouxe um adversário com posicionamentos que procuravam imitar o 3-4-3 do Sporting CP, mas com jogadores fora dos seus terrenos normais o que permitia alguma plasticidade no jogo do SC Braga, demorando 15 minutos ao Sporting CP para se adaptar, encaixar e reagir. André Horta, mais recuado para terrenos perto de Al Musrati, e Fransérgio, quase como extremo esquerdo, davam ao SC Braga a capacidade de transformar o seu meio-campo a dois ou a três elementos, mas também chegar na frente no corredor central por dentro e nas costas da dupla do meio campo do Sporting CP. Com uma pressão forte e individual na saída de bola de Ádan, o SC Braga tentava recuperar com intensidade a posse de bola, embora fosse uma equipa muito mais virada para destruir o jogo e com “marcha atrás” do que para construir e atacar. Ricardo Horta ganhava terreno apenas no individual e Fransérgio nunca chegava a tempo para o apoio a Abel Ruiz. O golo do SC Braga premiou a audácia e a marcação, apesar de ter nascido no primeiro e único remate enquadrado do Braga na primeira parte.

O golo abanou a equipa do Sporting CP. As decisões na saída em construção e em posse começaram a ser mais acertadas jogando por fora com os alas Nuno Mendes e Ricardo Esgaio. O apoio dado por João Palhinha e Matheus Nunes passou a ser mais efectivo e em progressão, permitindo as triangulações a chamar os adversários à marcação e a libertarem espaço nas costas. E tudo isso soltou os dois fantasistas da equipa, Pedro Gonçalves e Jovane Cabral, no apoio a Paulinho que chamando o jogo a si passa de número 9 a número 10 ocupando espaços entre as linhas defensiva e média dos adversários confundindo, abrindo espaços e definindo ritmos de jogo e aberturas de ataque.

Sem bola a equipa subiu no terreno e ganhou confiança. Obrigou o adversário a jogar sistematicamente no 1x1 que acabava invariavelmente ou com bola no guarda-redes Matheus que era obrigado a chutar na frente e a dar a bola irremediavelmente ao Sporting CP, ou com perdas de bola em terrenos avançado que permitiam o contra-ataque da nossa equipa.

Já se justificava o empate quando uma recuperação de Coates encontra Jovane Cabral em terrenos interiores que fomenta a triangulação da meia-esquerda entre Matheus Nunes e Nuno Mendes dando tempo e espaço para Jovane Cabral se desmarcar nas costas da defesa bracarense. O passe de Nuno Mendes é sublime, mas a receção orientada com o pé esquerdo e a finalização com o mesmo pé não lhe ficam atrás. Jovane Cabral traduzia em golo o então domínio leonino. Com processos simples e posicionamentos interiores ou na largura consoante o momento do jogo, com timings de soltar a bola adequados, com instantes de decisão acertados com a ideia do seu treinador nomeadamente no partir para romper ou deixar organizar, com uma potência e velocidade decisivos no último terço do campo, Jovane Cabral foi um jogador decisivo para o desfecho feliz e para mais um trofeu!

A pressão era forte. Era intensa. E o adversário decidia cada vez menos jogar, e quando o queria fazer expunha-se cada vez mais. E foi assim que João Palhinha cortou uma bola longa e deu início a um momento mágico no Municipal de Aveiro. O golo de “trivela” de Pedro Gonçalves, que dá seguimento à assistência de Matheus Nunes, é de uma execução técnica sublime e reveladora da qualidade do melhor marcador da Liga na época anterior e que o levou a estar presente no recente Europeu de Selecções, ainda que apenas e estranhamente como “espectador”.

A segunda parte iniciou-se com um Sporting dominador em todo o terreno de jogo. Defensivamente a roçar a perfeição, a conseguir ter bola sem que o adversário se libertasse o suficiente sequer para tentar recuperá-la, e quando tentava fazê-lo a equipa de Rúben Amorim alargava o campo em termos de posicionamentos da sua linha defensiva expondo o adversário ao seu jogo interior que progredia consistentemente por acção da dupla Palhinha – Matheus, que por dentro em apoio a Pedro Gonçalves e Jovane Cabral, ou por fora com a largura dada por Ricardo Esgaio e especialmente por Nuno Mendes  facilmente criavam situações de golo iminente e que poderiam ter permitido um resultado mais dilatado.

As entradas muito positivas em campo de Nuno Santos, Tiago Tomás, Tabata e Matheus Reis mostraram capacidade da equipa para não quebrar o rendimento ao longo dos 90 minutos. Se a estes somarmos Neto, Vinagre, Porro, Bragança e Plata, e apesar de ainda estarmos longe do fecho do mercado (para entradas e para saídas) percebemos a preocupação da equipa técnica em ter elementos polivalentes e de valia por forma a enfrentar uma época tremendamente exigente e para a qual é necessária maior profundidade de opções dada a dimensão da mesma, das competições em disputa, e da tão sonhada presença na Liga dos Campeões.

O Sporting CP entrará amanhã no Estádio José de Alvalade para o início da Liga Bwin com duas grandes novidades. Em primeiro lugar, mais de um ano depois, os Sócios do Clube poderão voltar a ver ao vivo a sua equipa no seu estádio (em processo de renovação com um relvado novo, cadeiras verdes 18 anos depois conforme prometido, e uma Cidade Sporting a crescer dia após dia). Ainda que a conta gotas, pois o estádio poderá ter apenas 33% da lotação devido aos constrangimentos da COVID-19, é um momento muito aguardado por todos, principalmente pelos nossos jogadores, alguns deles que nunca tiveram essa bênção. Depois, entrará em campo com o símbolo de campeão nacional e pronto para defender o justíssimo título brilhantemente conquistado dezanove ano depois.

O que poderemos esperar? Uma equipa que lute a cada jornada pelos três pontos, a cada lance por sair dele por cima do adversário, e que deixe cada Sportinguista com o sentimento de orgulho como no ano transato. Não exigindo títulos, mas sim o que é inegociável neste Clube: competir sem limites e sem ter medo de ser feliz! Deixando tudo em campo, levando a que no resultado final os valores, a organização, a formação, o método, a dedicação, a crença e uma atitude inigualável possam suplantar o poder do dinheiro (numa equipa que parte com um orçamento 40% abaixo daquele dos seus rivais directos)!