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100 anos de Razão de Ser

Por Direcção Sporting CP
31 Mar, 2022

Ao trigésimo primeiro dia do terceiro mês do ano de 2022 o Jornal Sporting sai hoje à rua em celebração

Ao trigésimo primeiro dia do terceiro mês do ano de 1922 o Jornal Sporting saiu à rua pela primeira vez.

Na última frase do primeiro texto, da primeira edição, da sua primeira capa, pode ler-se “Julgamos que suficientemente explicámos a ‘Razão de Ser’ deste Boletim, cuja existência estimaríamos ver prolongada por tempo indefinido”

É assim, em espírito de perpetuidade, que hoje, 36.525 dias depois, o jovem Jornal Sporting sai de novo à rua para soprar 100 velas de existência.

A Direcção de então tinha a preocupação constante de “vencer a indiferença da maioria” numa altura em que, por ser difícil a divulgação, era difícil veicular a informação, passá-la sem distorções e, consequentemente, árdua a tarefa de mobilização dos Sportinguistas. Assim nascia o então Boletim do Sporting Club de Portugal.

Desde 1922 muita coisa mudou, mas também muita permanece actual, ganhando até mais Razão de Ser.

Na década de 20 a esperança média de vida de um português era de apenas 35,6 anos, e uma grande parte da população1 não sabia ler ou escrever.

A 6 de Fevereiro de 1922 terminaria a Washintgon Naval Conference, a primeira conferência de desarmamento alguma vez realizada, da qual a União Soviética não faria parte.

A Televisão (TV) veria a luz do dia em 1926 com 24 linhas de resolução.

Hoje em dia, um português pode esperar viver, em média, cerca de 80,8 anos de vida e a taxa de analfabetismo está a níveis inferiores aos 5%.

Infelizmente, vivemos em tempos de guerra na Ucrânia e o último jornal independente russo – Novaya Gazeta − viu-se obrigado a fechar.2

Um aparelho de televisão tem actualmente mais de duas mil linhas de resolução, mas existe já uma maioria de pessoas que passa mais tempo a navegar no digital noutro tipo de ecrã – telemóvel ou tablet.  

100 anos depois, precisamente em virtude da emergência do digital, existe informação em abundância, difundida a uma celeridade e com uma abrangência sem precedentes. E o risco de desinformação é, na verdade, ainda maior. Mas, graças ao digital e às redes sociais, é também maior a capacidade de cada um, autonomamente, distribuir os seus conteúdos directamente, além da sua produção, caminho que este Jornal pioneiramente iniciou. 

E, três mil oitocentas e sessenta e cinco edições depois, é também imbuído de idêntico vanguardismo, e da mesma ambição de mudança de há um século, que nos comprometemos a liderar o processo para que todos os Sócios do Sporting CP possam, de facto, participar na vida do Clube, através do exercício do seu direito de voto.  

A participação em Assembleias Gerais do Sporting CP é historicamente, em média, abaixo de 10%. É possível, e manifestamente desejável para o bom cuidado do nosso Clube, que ultrapassemos as barreiras físicas que actualmente ainda subsistem à participação de todos, questão que a tecnologia permite hoje em dia facilmente ultrapassar.

“Este raciocínio” leva a actual Direcção a ter como uma das principais missões no próximo mandato tornar o Voto Universal. Isto é, que todos possam, de facto, em comodidade, simplicidade e segurança activamente votar.

Com o único desígnio de propor aos Sócios que decidam poder decidir todos e não somente alguns.  Ponto que consideramos consensual pela vontade que certamente todos os Sócios têm de poder participar nas decisões do seu Clube com as condições próprias asseguradas. Passo fundamental para que posteriormente todas as decisões possam ser votadas democraticamente por todos de direito, e não apenas por aqueles que, por motivos de disponibilidade, distância e capacidade económica conseguem fazê-lo.   

E elegemos comunicar hoje, em sincronismo e homenagem à causa mobilizadora que esteve na origem da criação do Jornal Sporting.

Ao trigésimo primeiro dia do terceiro mês do ano de 2022 o Jornal Sporting sai hoje à rua em celebração e agradecimento por todos os Sportinguistas que durante 100 anos lhe deram vida: na criação, distribuição e leitura. Com o mesmo espírito vanguardista, informativo, mas acima de tudo cuidador, daquilo que unicamente nos importa: o Sporting Clube de Portugal!

A mesma Razão de Ser.

Parabéns a todos!

A Direcção

  1. Dados fonte da Por Data: a taxa de analfabetismo em 1960 era de 39% nas mulheres e 29,6% nos homens. Não existem dados anteriores a isso não sendo possível apurar com certeza qual seria a taxa em 1922
  2. https://pt.euronews.com/2022/03/28/jornal-russo-novaya-gazeta-suspende-publicacao