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Pré-época

Por Pedro Almeida Cabral
21 Jul, 2022

Há quem não goste dos tempos que antecedem a época, chamados habitualmente de pré-época. Parece sempre faltar algo quando os dias correm largos sem que haja uma equipa de verde e branco a competir num campo, num pavilhão, numa pista, numa piscina, onde quer que seja. É sempre a altura em que vários ilustres Sportinguistas, companheiros de venturas e desventuras Leoninas de anos, me mandam aquelas mensagens nervosas a dizer que já sentem falta de ir ao Estádio ou ao nosso Pavilhão. Respondo simpaticamente, mas confesso não partilhar tamanha ansiedade. Aliás, aprecio bastante este período de jogos amigáveis, rumores de partidas e chegadas e experimentações tácticas. É que a pré-época é a única altura em que podemos acompanhar de perto a estratégia de composição das equipas e perceber um pouco melhor o que vai na mente de treinadores e demais estrutura. E o que se pode retirar até agora da pré-época do Sporting Clube de Portugal?

Os resultados dizem sempre alguma coisa. Ainda não perdemos. E ganhámos o principal encontro, contra a AS Roma de José Mourinho. Por ser desafio de exigência assinalável, vale a pena ver como correu. Longe do fulgor da equipa de sonho que conquistou o scudetto italiano de 2001, os romanos não deixam nunca de ser um adversário de nível elevado. Amorim encarou o jogo de preparação como um jogo a sério: a equipa apresentada foi próxima da ideal e fez apenas três substituições. Do que se viu, temos Sporting CP! Jogámos com intensidade, boa capacidade física e de forma solidária (uma marca de água de Amorim). O habitual 3-4-3 de Amorim continua a carburar, mas parece estar em mutação para uma construção no meio-campo mais elaborada, fazendo recair especiais responsabilidades em Ugarte e Matheus Nunes. De resto, os reforços já demonstram integração. Trincão é um grande agitador dos últimos 30 metros, mostrando ser um desequilibrador nato. Franco Israel, embora sem grande trabalho, denota tranquilidade e qualidade nos pés (fundamental num guarda-redes moderno). E, por fim, Rochinha já se vai entendendo bem melhor nas combinações de ataque. Destaco ainda Pote, que está com uma frescura prometedora (já leva cinco golos na pré-epoca), e Edwards, a ameaçar ter um ano de grande explosão. Assenta bem a vitória por 3-2 perante uma AS Roma mais entretida com faltas e picardias, numa postura algo descabida para um jogo de pré-época.

O próximo teste será já no domingo, no Troféu Cinco Violinos, contra o Sevilha FC, quarto classificado da Liga espanhola. Sendo o tradicional jogo de apresentação aos Sócios, é uma oportunidade para regressar a casa e avaliar in loco os trabalhos de pré-época. Estou certo de que vamos confirmar que estamos no bom caminho para o exigente início de campeonato que teremos em Agosto.