Continuar a sonhar
28 Out, 2022
Editorial da edição n.º 3895 do Jornal Sporting
Depois da vitória frente ao Casa Pia AC por 3-1, o Sporting Clube de Portugal tinha pela frente a difícil deslocação a Londres para enfrentar o actual terceiro classificado da Premier League e super poderoso Tottenham Hotspur FC, casa de estrelas como Harry Kane, Son Heung-min, Ivan Perišić, Rodrigo Bentacur, Hugo Lloris, ente tantos outros.
O palco para o jogo foi aquele que é considerado por muitos como o mais moderno e melhor estádio da actualidade, o Tottenham Hotspur Stadium, inaugurado em 2019, substituindo o histórico White Hart Lane e que custou mais de 1000 milhões de euros. Só no local conseguimos perceber a dimensão faraónica da construção, a preocupação com todos os detalhes e apreciar a verdadeira dimensão da experiência. Tal como disse na altura da inauguração o então treinador dos spurs Maurício Pochettino, todos os que lá forem “para assistir futebol vão sentir que é o melhor estádio do mundo. Os jogadores têm uma estrutura de qualidade, os balneários. Os adeptos vão ter o melhor lugar para ver o jogo, para passar o tempo com as famílias, e para nós, o mesmo. Para todos os envolvidos no jogo será o melhor lugar do mundo. O que me impressionou muito é que podemos sentir a atenção aos detalhes e o amor. Tem de ser perfeito e está perfeito. É por isso que estamos tão impressionados com o estádio”. E tem muita razão.
E estava cheio. De um lado, uma imponente bancada a sul com 17 mil ingleses, e do outro, cerca de três mil portugueses que foram incansáveis no apoio à equipa e se fizeram ouvir a plenos pulmões, elevando o nome do Sporting CP em terras de Sua Majestade. Edwards marcou primeiro, Bentacur reduziu na segunda parte e o nosso coração voltou à vida quando o VAR anulou o golo a Kane por fora de jogo aos 95 minutos. A missão estava cumprida.
Dentro de campo, os nossos jogadores foram enormes, conquistando um precioso ponto além dos elogios de Rúben Amorim: “Ponto importante para nós, que merecíamos. O Tottenham Hotspur FC foi melhor na segunda parte e empurrou-nos completamente para trás. A nossa equipa está bastante cansada, há jogadores com uma grande sequência de jogos, foram uns heróis”.
Seguem-se agora FC Arouca e Eintracht Frankfurt, em mais dois jogos que são essenciais para o Clube. O treinador apenas lamenta que não tenhamos conseguido pontuar com os franceses do Olympique de Marseille, mas encara de frente os desafios dos próximos dias: “Demos dois jogos de borla, o que custa um pouco. Bastava um ponto a mais e seria melhor, mas estamos vivos e quando estamos vivos conseguimos fazer coisas boas. Precisamos agora do apoio em Arouca e depois logo pensamos na Champions”. O mote está dado: a equipa precisa do apoio de todos, primeiro no norte do país, depois em nossa casa, frente aos alemães de Frankfurt, no último e derradeiro jogo da fase de grupos da UEFA Champions League. Que a equipa continue a fazer sonhar os nossos Sócios e adeptos, é o desejo de todos. Que assim seja.