Uma semana agridoce
16 Fev, 2023
Fugir aos resultados negativos do futebol que, inquestionavelmente, é a modalidade rainha e faz mexer como nenhuma outra com as emoções do universo Sportinguista, é algo que nunca o farei, nem seria intelectualmente honesto da minha parte. No passado domingo a derrota no clássico deixou-me triste, e até a pensar que o que falta da época quanto aos objectivos a que nos propusemos, é muito menos do que aquilo que todos expectávamos e desejaríamos.
Como Associado do Clube já muito perto de fazer os cinquenta anos de filiação, e que infelizmente já vivi diversas épocas decepcionantes, muitas mais do que aquelas que quereria, foram também as conquistas que mais mexeram comigo, principalmente os campeonatos que vi ganhar, e cuja memória me faz lembrar. Falo dos de 1974, 1980 e 1982, ainda na fase de criança e de adolescente, e os de 2000, 2002 e 2021, estes já na fase adulta não foram muitos, mas tão felizes me fizeram.
No entanto, quem me conhece bem sabe que não me refugio nas derrotas do futebol para valorizar as vitórias das nossas modalidades, porque tenho mesmo uma particular paixão pelo eclectismo. Mas a realidade é que no espaço de tempo que mediou a saída da anterior edição do nosso jornal para esta, foram várias as conquistas importantes do nosso clube. Das quais destaco as tão importantes vitórias nas competições europeias de andebol, onde ao vencermos os austríacos do Alpla Hard assegurámos desde logo a presença nos oitavos-de-final da EHF European League, e que ainda no hóquei em patins o caminho da próxima fase da WSE Champions League começa igualmente a ser uma realidade muito próxima, com as duas vitórias já alcançadas no grupo onde estamos inseridos.
Mas não ficaram por aqui, porque também no plano interno muitas foram as vitórias que marcaram o passado fim-de-semana. Destaco das demais as do basquetebol e do voleibol, que asseguraram a presença na final four da Taça de Portugal em ambas as modalidades, que o futsal e o andebol também ganharam e continuam na liderança dos seus campeonatos, e que, aquilo que foi a cereja no topo do bolo, e naquela que é indubitavelmente a modalidade mais ganhadora, o atletismo venceu brilhantemente, tanto nos masculinos, que marcou o regresso aos títulos dos nossos homens, como nos femininos, que ganham como respiram, e têm dominado a larga escala, os Campeonatos Nacionais de pista coberta realizados na cidade de Pombal.
Mais dois títulos para engalanar o nosso Museu, que não foram os primeiros, nem serão seguramente os últimos desta época desportiva, num Clube com um universo tão vasto de conquistas.
Ao sentimento negativo da derrota do futebol, que foi bem amarga e como que uma machadada naquilo que ainda ambicionávamos, que era pelo menos a presença directa na Champions League da próxima época, veio também uma sensação doce, que foram as muitas vitórias das nossas modalidades.
Num clube em que a exigência é sempre muita, e que a vitória terá que ser sinónimo de ser quase obrigatória, ninguém pode estar contente com o desempenho do futebol. Mas também, − e as contas das grandes decisões serão sempre feitas mais para o fim, a semana foi bastante positiva para as nossas modalidades. Um sentimento agridoce, mas com a esperança inerente ao verde da nossa cor para que todos juntos nos unamos em torno do símbolo. Nas vitórias... mas sobretudo nas derrotas.