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Arrepiante!

Por Juvenal Carvalho
07 Dez, 2023

Onde estiverem os fundadores, estarão seguramente de consciência tranquila.

Se bem o quiseram desde a fundação, no dia 1 de Julho de 1906, os últimos dias do Sporting Clube de Portugal, no seu vasto conjunto de modalidades, confirma-o na plenitude. Somos mesmo grandes, tão grandes como os maiores da Europa.

Os apuramentos no futebol, andebol, basquetebol e futsal para as fases seguintes das competições europeias, aliado ao bom início do hóquei em patins, ao vencer em Espanha o Reus Deportiu, e até mesmo a eliminação de cabeça erguida do voleibol ante os italianos do  VV Monza, uma equipa com uma verdadeira constelação de estrelas, são a prova provada da profecia do Visconde de Alvalade e do grupo de homens que nos fundaram.

No domingo, depois do grande momento do andebol, desta feita foi o futsal. Foi de novo arrepiante. Até pelo momento e o ambiente fantástico escolhido para homenagear quem nos honrou e dignificou ao longo dos tempos. Diz a história que até ao momento conquistámos duas UEFA Futsal Champions League, 18 Campeonatos Nacionais, nove Taças de Portugal, 11 Supertaças e quatro Taças da Liga. Mas quem trabalha como esta secção trabalha, sob a liderança técnica do genial Nuno Dias, não ficará seguramente por aqui. O pecúlio será aumentado. 

Como já aqui escrevi, a equipa parece que joga de olhos fechados, tal a capacidade evidenciada. Alia ainda a isso uma garra e alegria contagiante no jogo. E ainda com um sentir o símbolo completamente inolvidável. Foi na realidade arrepiante o que se viveu na noite de domingo passado no "João Rocha".

Do início ao fim do jogo, que nos assegurou com que brilhantismo a ida à final four da UEFA Futsal Champions League. Mas valeu também, e sobretudo, pelo que estava reservado aos incansáveis Leões que encheram por completo o nosso pavilhão. Quando ao intervalo irromperam pelo pavilhão gerações de campeões. Foi até comovente, num momento carregado de história e simbolismo. 

A história, essa, não se apaga. E reitero o agradecimento ao Conselho Directivo, por nos fazer relembrar essa mesma história.

Pessoalmente, também para mim tem um enorme simbolismo a história do futsal. Porque foi a modalidade que, nos já idos anos de 90, me proporcionou os primeiros textos no nosso Jornal Sporting. A pedido de Melo Bandeira, o eterno "Senhor Futsal", num tempo em que a modalidade não era nada do que é nos dias de hoje e ele e os outros fundadores da modalidade no clube, Carlos Vaz, Alfredo Ratão, João Pardal e Cícero Campos, acreditaram como poucos no seu sucesso. Hoje é isto. Enche pavilhões e é verdadeiramente arrebatadora. Onde ele estiver estará feliz. 

Lá estiveram os da primeira hora. Como foi bonito rever Madié, Zé Belo, Francisco Norton de Matos e Pedro Miguel, entre outros. Cito estes, por serem praticamente do início. Que pena o Seninho − um génio como se calhar não vi nenhum outro até hoje − ter falecido tão jovem e não estar fisicamente, mas rejubilou seguramente esteja onde estiver.

A História do nosso futsal tem sido escrita a letras de ouro ao longo dos tempos. Feita de campeões e de homens de têmpera. Alimentada em muito desde o seu início pela formação, complementada com reforços nacionais e internacionais que tanta qualidade têm acrescentado. Nesta modalidade, a palavra vitória faz parte recorrente do nosso ADN. Do treinador Alfredo Ratão, ainda dos tempos em que a modalidade se designava como futebol de cinco, até ao futsal da actualidade com Nuno Dias ao leme, foi a modalidade indoor que indiscutivelmente mais evoluiu.

Também o voleibol, no jogo com a AJ Fonte Bastardo teve o seu momento de ver assinalada a a sua história no topo do "João Rocha". Foi bonito rever os homens e mulheres que conquistaram títulos para a modalidade ao longo dos tempos. No masculino a conquista de seis campeonatos nacionais, quatro Taças de Portugal, três Supertaças e uma Taça da Federação; no feminino três Taças de Portugal, uma Supertaça e duas Taças da Federação são até ao momento o nosso palmarés. Queremos mais... queremos fazer voltar os tempos de Miguel Maia, Filipe Vitó e Tzvetan Florov, entre outros, que deliciavam quem se deslocava à Nave de Alvalade. Decididamente a História não se apaga. 

É arrebatador ser do Sporting CP e viver estes momentos. Ao vivo ou através da televisão. Somos incomparáveis no agradecimento aos nossos. Quanto Esforço. Quanta Devoção. Quantas toneladas de Dedicação. Um Clube feito de Glória.

Eis o Sporting Clube de Portugal! 

P.S - Sebastián Coates, 344 jogos. Ficará imortalizado na nossa História. Nove anos de Leão ao peito a dignificar o emblema. Obrigado, 'capitão'.