ADN ECLÉCTICO
14 Mar, 2024
Editorial da edição n.º 3967 do Jornal Sporting
O que têm em comum modalidades como atletismo, golfe, judo, karate ou kickboxing?
À primeira vista são mais os factores que as distanciam do que aqueles que as unem.
Mas recuemos largos anos na História.
Com a preocupação em promover o eclectismo em Portugal, José Alvalade deu autorização para que fossem retirados materiais do primeiro estádio do Sporting Clube de Portugal, no Sítio das Mouras.
O objectivo seria utilizá-los na construção do Stadium de Lisboa. Um recinto que funcionaria à semelhança de um estádio nacional. Iria incluir um campo de futebol, uma pista de atletismo e um velódromo.
No jornal Diário de Notícias, de 20 de Outubro de 1918, podia ler-se: “Imponente recinto em que, ainda por iniciativa de José Alvalade, se realizaram importantes corridas de bicicletas e motocicletas, brilhantes festas de atletismo, aeronáutica, automobilismo, etc. José Alvalade era um entusiasta no desporto e nas suas iniciativas foi muitíssimo além de tudo quanto se tinha feito até ao seu aparecimento”.
Sempre o eclectismo. Uma preocupação que “nasceu” com o seu fundador e que faz parte do ADN e missão do Sporting Clube de Portugal nestes seus quase 118 anos de História.
Também Salazar Carreira promoveu, de forma bastante convicta, o desenvolvimento do eclectismo no Clube. Foi responsável pela introdução de modalidades relevantes, como o rugby, o voleibol e o andebol. A excelência que já tinha sido alcançada no atletismo chegou também ao basquetebol e ao hóquei em patins.
Recentemente, novas páginas desta História interminável acabam de ser escritas com as conquistas no atletismo (Tiago Pereira), no golfe (Sérgio Pereira), no judo (Jorge Fonseca, João Fernando e Maria Siderot), no karate (Tiago Duarte) e no kickboxing (André e Tiago Santos).
Pódios, medalhas e troféus preenchem de forma grandiosa o legado do Sporting CP. Um ADN que transporta eclectismo, compromisso e excelência.