Obrigado aos Supporting!
24 Out, 2024
Gosto do Sportinguismo vivido com a mais genuína das paixões. Gosto de quem respira Sporting por todos os poros. Gosto também muito de quem, marcado pela diferença, arranja motivos para exacerbar o seu Sportinguismo. Gosto, por isso, dos Supporting. E gosto desde a primeira hora. Oriundos da Curva Sul, os quatro indefectíveis Sportinguistas e Associados do Clube, Pedro Marques, na voz, Paulo Seixas, na guitarra, Luís Piedade, no baixo e Pedro Branco, na bateria, fundaram esta banda, a 10 de Setembro de 2013 e têm tido a arte, feita da tal paixão, de pôr todos aqueles que trazem no coração o símbolo do Leão a cantar as músicas da sua autoria, desde os estádios aos pavilhões, passando pelos Núcleos e por inúmeros locais onde estiver presente algo que tenha a ver com o nosso Clube.
São muitas as que me ficaram no ouvido. São viciantes e feitas de duas cambiantes decisivas: amor e conhecimento da história. As suas letras tocam no coração do mais insensível dos Leões. São mesmo cantadas a plenos pulmões, desde os netos até aos avós. Não têm faixa etária nem estrato social. Têm, apenas e só, puro amor a uma causa... a causa verde e branca.
Mas nos últimos dias lançaram algo que já ouvi vezes sem conta. E que cada vez que a ouço, desculpem confessar a minha pieguice, emociona-me muito. O lançamento do "Chirola o Mago da Bola" em homenagem aos 50 anos da entrega da Bota Ouro pelos seus 46 golos na temporada de 1973/1974, tocou-me de forma especial, sobretudo por ter a particularidade de ter sido nesta a época que a minha lembrança, por ser então ainda muito criança, recorda o primeiro título de Campeão Nacional do nosso Clube.
Mas é mais lata esta minha emoção. É que Héctor Yazalde, o sempiterno Chirola, foi aquele que me levou a ser do Sporting Clube de Portugal. O que me dividia em termos familiares que pendia para o azul de Belém, foi ele que me amarrou a um amor que perdurou no tempo. O amor ao Sporting Clube de Portugal. Queria ter o cabelo comprido para ser igual ao Chirola, nas cadernetas de cromos, ainda no tempo dos rebuçados e do "boneco da bola" ficava em êxtase sempre que me saía o Héctor Yazalde, o homem das Pampas que fez as minhas delícias de menino.
Agradeço, pois, aos Supporting por me fazerem recordar, passado meio século, o meu/nosso eterno goleador, que marcava golos de todas maneiras e feitios. Como só ele.
Partiu cedo do mundo dos vivos. Recordo com imensa tristeza esse dia. Permanecerá, contudo, no coração dos Sportinguistas para a eternidade.
Depois do Chirola habituei-me a idolatrar tantos outros, das mais diversas modalidades. Como já escrevi aqui em outras colunas de opinião, houve outros que me forravam as paredes do quarto em criança. Que gostei tanto como dele. Tenho a felicidade de ser apaixonado por um Clube a quem não faltam referências, do passado ao presente. Mas como naquele ditado que diz que não há amor como o primeiro, esse foi mesmo Hector "Chirola" Yazalde.
Mas não ficou por aqui. Também Rui Jordão, a Gazela de Benguela, foi homenageado por eles aquando da passagem dos cinco anos da sua morte. Também Jordão, obviamente, marcaria a minha adolescência. Pintou obras de arte feitas de golos. Que elegância. Que classe. Que jogador.
Os Supporting revelaram ter memória, num clube com uma imensa história. E a história, essa, não se apaga.
Será seguramente mais um sucesso. Um sucesso que nos faz recuar no tempo e relembrar dois heróis.
Obrigado por isso, aos Supporting. Recordar, em forma de homenagem, Héctor Yazalde e Rui Jordão em poucos dias, é sinónimo daquilo que os move. Um amor incrível ao Sporting Clube de Portugal e honrar a sua tão dignificante História.
P.S – Do futebol à generalidade das modalidades, estamos vivos... e bem vivos.