Dois dados são perfeitamente adquiridos. O primeiro é que estamos na final da Taça de Portugal, ultrapassado que está o Rio Ave FC nas "meias" da competição. O segundo é que, a quatro "finais" do fim do Campeonato, somos merecidamente líderes. A juntar a isso sente-se no ar uma gigantesca onda verde. Uma verdadeira comunhão entre a equipa e a bancada a cada jogo, a cada lance, a cada momento. Aquilo a que se pode chamar, com toda a propriedade, uma simbiose perfeita. Sente-se no ar um ambiente único... à Sporting. Como se viu, e sobretudo sentiu, primeiro na incrível recepção à equipa na chegada ao Estádio, e depois lá dentro do nobre vulcão. Arrepiante, é mesmo o termo correcto. De cortar a respiração, sem qualquer ponta de exagero, toda a envolvência que foi sentida em torno dos rapazes de verde e branco.  

Nada está ganho e sabemos todos que a caminhada será ainda longa até conseguirmos almejar os objectivos. Terá de ser na base do quando faltar a inspiração que não falte a atitude, que a procura do sucesso terá o caminho correto. E este grupo de trabalho, que no decorrer desta época já teve tantas e tantas contrariedades, tantas pedras no caminho, seria fastidioso estar a enumerar caso a caso, nunca caiu. Antes pelo contrário. Tocou sempre a rebate o sentimento de união mesmo em tempos de enormes adversidades.

Na sexta-feira passada, Alvalade assistiu a uma entrada de Leão de uma equipa que, como o nosso treinador Rui Borges repetidamente afirma, está focada no êxito. E quer mesmo muito que tal venha a ser uma realidade. Nessa entrada de Leão, apesar do forte colectivo, e todos sabemos que sem ele não existe individualidade que consiga sobressair, temos de destacar o "monstro" Viktor Gyökeres. Mais um hat-trick que revela que está preparado para fazer uma ponta final à sua imagem. Feita de golos, de assistências, de uma qualidade inata, mas também onde não lhe falta, e que é mesmo a sua imagem de marca, o espírito de sacrifício e o de lutar com denodo por cada bola como se não houvesse amanhã.

O próximo jogo será já no domingo ante o Boavista FC, com o Estádio do Bessa como palco. E acredito plenamente que será na continuidade de um ambiente único em seu redor que a equipa será recebida na cidade invicta. Temos que demonstrar inequivocamente, como clube de dimensão mundial que somos, primeiro fora do estádio, e depois no relvado, aquilo que todos sonhamos. E, é inquestionável. Sonhamos com o "Bi" que nos escapa há tantos anos.

A vitamina que nos alimenta é lutar até ao fim. Terá mesmo de ser às nossas cavalitas, connosco nas bancadas e eles no relvado que o caminho do êxito irá ser percorrido. Sem arrogância, sem sobranceria, e com respeito pelos opositores. Mas sobretudo com crença e porque não com o espírito de Francisco Stromp, encarnando aquela sua célebre frase: "Não é o Sporting que se orgulha do nosso valor. Nós é que nos devemos sentir honrados por ter esta camisola vestida!”

P.S 1 – Uma palavra para os rapazes da equipa B do nosso futebol na Liga 3. Se na componente primordial, que é formar jogadores, a época está ganha com o suporte que diversos jogadores têm dado à equipa principal, na componente competitiva está, depois do empate alcançado no passado domingo, no Restelo, ante o histórico CF Os Belenenses, em equação a luta até ao fim pela ascensão à Liga 2. Acresce a isto o facto de sermos a equipa da competição com a média de idades mais baixa. O caminho a seguir é inquestionavelmente por aqui.

P.S 2 – Escrevo estas linhas antes de ser disputada em Nantes a primeira mão dos quartos-de-final da EHF Champions League. Tudo se decidirá somente no próximo dia 30 de Abril, no Pavilhão João Rocha, mas quero aqui assumir a minha crença inabalável numa ida à final four da competição. Os rapazes do nosso andebol já nos deram razões mais do que objectivas para acreditarmos que para eles o céu é o limite.