Presidente da Mesa da Assembleia Geral abordou diversos temas da actualidade Sportinguista
Rogério Alves, presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal, falou na tarde desta quarta-feira ao Jornal Sporting acerca das últimas notícias vindas a público que dão conta da intenção de um conjunto de Sócios em destituir os Órgãos Sociais.
“Quando e se isso acontecer, a Mesa da Assembleia Geral e o seu presidente, no cumprimento daquilo que é um dever e exercendo a autoridade que nasce da legitimidade que tem para o fazer, verificarão se esse requerimento cumpre as condições estatutárias para ser admitido e dar origem a uma Assembleia Geral, mas isso depende de várias componentes. Em primeiro lugar, é necessário que haja um conjunto de assinaturas que totalize mil votos. (…) Se for para destituir os Órgãos Sociais, esse pedido terá de ser acompanhado por uma justa causa que competirá à Mesa da Assembleia Geral analisar. (…) Em segundo lugar, é necessário o depósito das despesas necessárias à realização da Assembleia Geral. Por último, há uma condição mais de fundo que tem que ver com a invocação das justas causas, que têm que ser avaliadas pela Mesa da Assembleia Geral”, começou por dizer.
Assim sendo, não basta apresentar mil votos para que seja realizada a Assembleia Geral de destituição dos Órgãos Sociais do Clube.
“O facto de haver mil votos que pretendem a destituição dos Órgãos Sociais não quer dizer que haja sequer uma Assembleia Geral para discutir e votar o tema. Os Estatutos dizem que a destituição dos Órgãos Sociais só pode acontecer com justa causa. É preciso conferir se essa justa causa é ou não elegível para o efeito. Tudo tem de ser feito, como tem acontecido sempre, no respeito pela Lei e pelos Estatutos e com a legitimidade que foi conferida a estes Órgãos Sociais por eleição”, prosseguiu.
Caso os Sócios estejam descontentes com alguma decisão, podem e devem demonstrar esse desagrado de outras formas.
“Há uma diferença muito grande entre um pedido de realização de uma Assembleia Geral visando a destituição do Conselho Directivo invocando justa causa e o que seria um abaixo-assinado de reprovação relativamente ao Conselho Directivo, em que as pessoas demonstrariam o seu desacordo e desapontamento. Para fazer essa manifestação não é preciso justa causa, cada pessoa poderá ter as suas causas e razões para discordar de opções dos Órgãos Sociais”.
Também o i-voting, ou voto remoto, foi um dos temas abordados por Rogério Alves.
“Permitir a todos os Sócios que, a partir do seu computador ou dispositivo móvel e com um sistema fidedigno e verificado por entidades idóneas, se pronunciem sobre os factos relevantes para o Clube, significaria a revolução que o Sporting CP precisa para ser um Clube dos Associados. É fundamental que mais pessoas participem nas decisões para que estas tenham uma legitimidade reforçada e acrescida e para que se possa consultar os Associados sem obrigá-los a deslocações, perdas de tempo ou grandes despesas que correspondem à realização de cada uma das Assembleias Gerais”, referiu.
Mas há mais razões pelas quais o presidente da Mesa da Assembleia Geral acredita que esta é a opção mais acertada.
“Cada vez mais, o Sporting CP é um Clube dos seus Sócios porque todos aqueles que têm a capacidade e reúnem as condições estatutárias para exercerem o seu voto poderiam de facto fazê-lo de forma cómoda, simples, rápida e segura. Esta seria uma revolução que colocaria o Sporting CP num patamar de excelência. Se queremos uma participação ampliada na vida associativa do nosso Clube, a meta tem de ser implementar, sem medo de que haja muito mais gente a votar, esta verdadeira revolução e tornar o Sporting CP num clube pioneiro no reforço da legitimidade e de uma verdadeira vivência democrática”, assegurou.
Rogério Alves reforçou ainda a posição da Mesa da Assembleia Geral ao recordar que há deveres a cumprir por parte dos Órgãos Sociais e dos Sócios.
“Não podemos contestar diariamente notícias e comentários vindos de fontes não identificadas que falam de estados de alma e de expectativas. O que aconselho, para que toda a família Sportinguista possa estar mais tranquila, é que ouçam as fontes do Sporting CP. Sempre que quiserem saber algo relativamente ao Clube, aguardem que alguém do Sporting CP se pronuncie. (…) O que os Estatutos dizem é muito claro: quem é eleito para os Órgãos Sociais do Clube tem o dever de cumprir a sua missão e os mandatos até final. Além disso, referem também que os Sócios devem contribuir para a coesão dentro do universo Leonino e respeitar os Órgãos Sociais e as suas deliberações”, finalizou.