O futuro do Sporting está assegurado, não só no ataque, sendo os leões conhecidos como um ‘viveiro’ de extremos, como também entre os postes
Torneio Internacional Ponte de Frielas (sete de Fevereiro de 2017). O mote desta competição de futebol infantil era simples: ‘Cumprir um sonho com a bola nos pés’. Um pensamento que Diego Silva, guarda‑redes dos sub‑13, levou a peito. Neste caso, para as luvas, caro leitor. Apesar de o Sporting ter caído nas ‘meias’ com o Deportivo da Corunha (1‑0), o jovem guardião não deixou créditos por mãos alheias e foi eleito o melhor nas balizas da competição. Natural daquela zona, e patrono da prova, Beto, camisola 34 da equipa principal dos leões, esboçou um sorriso de orelha a orelha. Entre a multidão presente na distinção, olhou para Luís Dias, Coordenador técnico do Pólo EUL, e fez‑lhe um ‘ok’ com o polegar, em sinal de aprovação. Pudera, não é todos os dias em que a melhor defesa não é o ataque, mas sim o último homem em campo, aquele que defende a honra leonina entre os postes.
A pergunta impera: sendo o Sporting habitualmente conhecido como uma escola de extremos – casos de Cristiano Ronaldo, Luís Figo, Ricardo Quaresma, Nani e mais recentemente Gelson Martins, por exemplo –, o que mudou? O Jornal do Clube decidiu ‘investigar’ e, numa fase inicial, com a preciosa ajuda de Luís Dias, chegou à conclusão de que todos os guardiões desde o escalão de iniciados até à equipa principal (16, no total) são formados no Pólo EUL/Academia, à excepção de Azbe Jug (contratado há duas épocas). Para uma reflexão mais profunda, passámos a bola a Nélson Pereira e Tiago Ferreira, treinadores da formação A e B leonina, respectivamente. Por outras palavras: os últimos dois guarda‑redes campeões de leão ao peito.
“Dá que pensar um bocadinho. Isto tem a ver com a política que temos de detecção e selecção de talentos em todas as posições. Neste caso específico, de guarda‑redes, onde temos especial atenção”, começa por dizer Nélson, o coordenador do departamento. Tiago, o ‘braço direito’, complementa: “Temos vindo a formar bons guardiões e o maior exemplo é o Rui Patrício, que cresceu aqui”. De facto, o habitual titular na baliza verde e branca, às ordens de Jorge Jesus, acaba por ser o expoente máximo desta nova realidade. São já 18 épocas de leão ao peito, desde os sub‑13 até à equipa principal. “O Rui é um exemplo em tudo. No trabalho, na carreira que construiu… Por vezes oiço alguns miúdos comentarem: ‘Olha o Rui… gostava tanto de ser como ele'", contou. Um sonho partilhado por muitos dos novos talentos entre os postes, que começam por seguir o exemplo dos anos de casa.
Uma reportagem que pode ser lida na íntegra na edição do Jornal Sporting, esta quinta-feira nas bancas