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Foto Isabel Silva

Mariana Cabral: "Deixa-nos um sabor muito amargo"

Por Sporting CP
01 maio, 2024

Treinadora destacou “jogo competente” das Leoas e "injustiça" no desfecho

Após a final da Taça da Liga, vencida pelo SL Benfica (1-0), Mariana Cabral e Brenda Pérez, treinadora e jogadora das Leoas, estiveram em conferência de imprensa para analisar o dérbi.

"Acho que foi uma injustiça tremenda e deixa-nos um sabor muito amargo, porque a equipa esteve muito bem e fizemos um jogo muito competente. Sabíamos que iria ser um jogo muito equilibrado, com oportunidades para ambos os lados, foi isso que aconteceu e o que acaba por decidir é futebol", começou por dizer na sala de imprensa do Estádio do Restelo, acrescentando que "os erros fazem parte do futebol".

"Foi um erro da treinadora, porque eu é que lhes peço para sair a jogar, ter paciência e encontrar a jogadora livre para chegar à frente com vantagem. Foi isso que aconteceu, faz parte e depois já não tivemos tempo suficiente para conseguir reagir", apontou a técnica verde e branca, antes de considerar que também houve "um erro claríssimo na área do SL Benfica”.

“Não percebo como é que não se assinala penálti sobre a Olivia [Smith], que foi pisada. Não sei para que andamos a trabalhar e a trazer jogadoras de fora, porque para ganhar em Portugal é preciso ter, mais do que qualidade, muito estômago. Este tipo de coisas não fazem sentido e desequilibram a partida como aconteceu. Os últimos minutos seriam completamente diferentes", criticou Mariana Cabral, realçando que há muitas melhorias a fazer a nível transversal no futebol feminino nacional.

"Estamos aqui para ser melhores, desde o primeiro dia, mas toda a gente à volta tem de ser melhor também, as condições, as árbitras, tudo tem de ser melhor para que possamos crescer. Não basta só dizer que queremos crescer", apontou, acrescentando: "Foi muito injusto pelo jogo que tínhamos feito".

Depois, questionada sobre a série de seis dérbis realizados esta temporada, vários em decisões, a treinadora do Sporting CP frisou que “ninguém pode estar contente, porque no Sporting CP trabalha-se para ganhar troféus”. “Estamos tristes, porque já na Supertaça tínhamos perdido nos penáltis”, lembrou Mariana Cabral, embora tenha ressalvado a evolução do seu grupo, sem esquecer a recta final na Liga ainda em curso.

“A equipa tem crescido muito esta época. Estivemos nas decisões e queremos estar até ao fim. Faltam-nos dois jogos na Liga e queremos ganhar para acabar de consciência tranquila, embora pudéssemos ter feito melhor nalguns jogos”, atentou, concluindo que o foco do projecto verde e branco é claro: "O foco está em nós, no Sporting CP, nas jogadoras portuguesas e estrangeiras que temos cá, nas formadas na Academia, em voltar à Liga dos Campeões e em ser competitivas".

Por fim, abordando o plano de jogo delineado, a treinadora destacou o papel de Fátima Dutra no corredor esquerdo. “Sabíamos que o SL Benfica ia marcar individualmente as nossas médias, como sempre. A Olivia Smith tinha a Ucheibe, que a seguia para todo o lado, portanto tínhamos a [Fátima] Dutra a subir para ganhar essa vantagem, aproveitámos algumas vezes, mas sem conseguir o golo”, referiu, lembrando, por fim, a contrariedade que significou a lesão muito cedo no jogo de Jacynta Gala.

"Só tínhamos duas paragens na segunda parte, portanto tivemos de nos controlar nesse sentido", concluiu.

A seguir, Brenda Pérez também considerou que o Sporting CP fez "um bom jogo" no Estádio do Restelo. "Podíamos ter tido mais determinação na área nalgumas ocasiões, mas independentemente disso não merecíamos perder", começou por dizer, antes de se debruçar de forma mais detalhada sobre o dérbi.

"Sabíamos que ia ser um jogo muito competitivo, de muitos duelos e que tínhamos de assumir o ritmo do jogo. Foi isso que fizemos até ao fim, cometemos um erro, mas sabemos que isso pode acontecer. Não é por isso que vamos deixar de fazer o nosso jogo”, reforçou a centrocampista.

Também Brenda Pérez corroborou a mensagem da sua treinadora, afiançando que "todos têm de crescer" na modalidade, antes de se mostrar confiante no futuro da equipa.

"Ainda temos muita coisa pela frente, não só nesta época como depois. Queremos que acreditem, porque nós acreditamos muito", atirou, por fim, a futebolista espanhola.

Foto Isabel Silva

Tudo se decidiu perto do fim

Por Sporting CP
01 maio, 2024

Golo na recta final castigou as Leoas numa final muito equilibrada (1-0)

A equipa principal feminina de futebol do Sporting Clube de Portugal caiu, esta quarta-feira, diante do SL Benfica por 1-0 na final da Taça da Liga, disputada no Estádio do Restelo, em Belém.

Ainda não foi desta que as Leoas de Mariana Cabral conquistaram o troféu. Num dérbi marcado pelo equilíbrio praticamente total, a formação verde e branca viu-se arredada da discussão de forma cruel com um golo sofrido aos 83 minutos, numa fase em que até foi o Sporting CP o conjunto mais perigoso.

Leoas e águias têm disputado um pouco de tudo entre si esta temporada: na final da Supertaça os penáltis levaram o troféu para a Luz, na Liga o Sporting CP venceu os dois confrontos, mas é o SL Benfica que continua na liderança, enquanto nas ‘meias’ da Taça de Portugal foi a equipa encarnada a passar.

À procura de escrever uma nova história naquele que foi o sexto dérbi em 2023/2024 - o quarto em cerca de um mês -, Mariana Cabral, treinadora das Leoas, fez duas alterações relativamente ao último onze apresentado na Madeira (0-7 ao CS Marítimo): Brittany Raphino e Ana Borges voltaram à titularidade, ocupando os lugares que tinham sido de Diana Silva e Mariana Rosa - Andreia Bravo, Gabriela Vinhas e Fátima Pinto foram ausências por lesão.

Com um bom ambiente nas bancadas (9.016 espectadores) desde o início, nos instantes inaugurais foi o SL Benfica a somar as primeiras aproximações. Entre alguns ataques rápidos que acabaram com remates desenquadrados, Nycole Raysla - na melhor oportunidade - ainda assustou Hannah Seabert, embora tenha falhado a emenda decisiva à boca da baliza.

Já do lado verde e branco, o início da partida ficou marcada por uma contrariedade muito precoce: numa falta não assinalada, a extremo Jacynta Gala saiu lesionada antes dos dez minutos, sendo substituída por Diana Silva.

Com mais bola e paciência na construção, depois de algumas imprecisões, as Leoas não só acalmaram o encontro como passaram a levar o jogo cada vez mais para o meio-campo rival, onde Raphino mostrava a sua versão mais combativa para dar trabalho a toda a defesa encarnada. Depois, com um cruzamento, Fátima Dutra - sempre projectada na esquerda - encontrou a entrada de Olivia Smith na área, mas a internacional canadiana não conseguiu corresponder nas melhores condições, atirando ao lado da baliza.

Já depois da meia hora, o SL Benfica voltou a ameaçar graças a uma iniciativa individual de Raysla, porém Seabert aguentou a sua posição e manteve o nulo intacto nesta primeira parte de muito equilíbrio, acima de tudo. Ainda antes do intervalo, Diana Silva ficou muito perto de desviar um livre bombeado para a área do SL Benfica, mas o nó continuaria por desatar no dérbi.

Já no reatamento, a camisola 19 das Leoas, desta feita, correspondeu mesmo de cabeça a uma bola parada enviada para a área, porém a guardiã Lena Pauels sacudiu para canto. A seguir, o jogo reavivou-se por momentos, com as duas defesas a serem obrigadas a atenções redobradas nas áreas.

Ainda assim, a equivalência de forças continuou a reinar no relvado do Restelo até à recta final. Só à entrada para o último quarto de hora é que águias e Leoas voltaram a visar as balizas, mas nem Raysla, nem Diana Silva conseguiram marcar inicialmente – Ana Capeta entrou para o lugar de uma esforçada Raphino.

Pouco depois, com o dérbi novamente agitado, na sequência de um canto, Rita Fontemanha ficou muito perto de marcar, tal como Britanny, que falhou um cabeceamento à boca da baliza por muito pouco. Ameaçou o Sporting CP, mas seria o SL Benfica, mais eficaz, a inaugurar o marcador à passagem do minuto 83.

Aproveitando um mau passe na defesa verde e branca, Chandra Davidson apareceu na cara de Hannah Seabert, que ainda defendeu o primeiro remate, mas já nada pôde fazer na recarga. Tremenda infelicidade para as Leoas no pior momento possível.

Em busca do empate, Mariana Cabral ainda apostou nas entradas de Maiara Niehues e Alícia Correia para o esforço final Leonino, que, contudo, já não chegaria para levar a decisão da Taça da Liga para prolongamento. Antes do apito final, em período de descontos, Olivia Smith foi pisada dentro da grande área, mas apesar do perigoso contacto e de a atleta ter abandonado o relvado em sérias dificuldades, nada foi assinalado, confirmando o desfecho infeliz para as Leoas.

Tal como em 2020/2021, o Sporting CP chegou à final, mas não conseguiu sair vencedor. Nesta edição, as Leoas deixaram pelo caminho o CS Marítimo (5-3) e o Racing Power FC (2-0).

Agora, o Sporting CP tem encontro marcado, este domingo, em casa do CA Ouriense para a Liga. Já matematicamente apuradas para a UEFA Women's Champions League da próxima época, as Leoas de Mariana Cabral, no segundo lugar, continuam na perseguição ao primeiro lugar - a dois pontos de distância - quando faltam apenas duas jornadas.

Sporting CP: Hannah Seabert [GR], Ana Borges [C], Rita Fontemanha, Andrea Norheim, Fátima Dutra (Alícia Correia, 90’), Brenda Pérez, Joana Martins (Maiara Niehues, 90’), Jacynta Galabadaaarachchi (Diana Silva, 8’), Cláudia Neto, Olivia Smith, Brittany Raphino (Ana Capeta, 82’)

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