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“Organizar 'The Future of Football' é ver mais à frente”

Por Jornal Sporting
19 Abr, 2016

Alfredo Silva abordou várias temáticas relacionadas com os adeptos no futebol

O professor Alfredo Silva, da Escola Superior de Rio Maior, foi quem iniciou a manhã de palestras no Auditório Artur Agostinho, no primeiro dia do congresso ‘The Future of Football’, trazendo consigo o tema ‘Adeptos e Fãs para o Futuro do Futebol’. A apresentação abordou a diferenciação entre espectadores e fãs, segundo a qual a mesma consiste no nível de identificação das pessoas para com os seus clubes, tendo estes responsabilidade directa na ligação existente mais ou menos forte.

“Este tipo de iniciativas é muito importante para as novas gerações, que são os futuros líderes do país. Organizar o ‘Future of Football’ é ver mais a frente. Ter uma preocupação ética, fora das quatros linhas. Revela da parte da Direcção uma visão muito à frente. Hoje viemos dar nota do que são os vários tipos de adeptos, que são todos diferentes”, explicou.

Acerca da forma como o Sporting trabalha esta ligação, Alfredo Silva foi bastante elogioso, explicando que a ‘Onda Verde’ existente é fruto de muito trabalho do Clube. “Nutro uma especial admiração pelo Sporting e sei que o Clube estuda a sua base de adeptos. Só estudando os comportamentos dos adeptos é possível compreendê-los melhor. E só assim se poderá satisfazê-los. Noto que o Sporting tem um trabalho sério e profundo e adequa aquilo que são os seus trabalhos de comunicação e de marketing pelo conhecimento que têm da sua massa adepta”, afirmou.

Um dos pontos fortes da palestra do professor da Escola Superior de Rio Maior incidiu sobre a taxa de ocupação nos estádios dos três grandes, que ronda os 70%. Segundo a análise realizada, com um hipotético aumento para os 80%, as receitas aumentariam no total em 3,9 milhões de euros. Para isso, Alfredo Silva afirma ser necessário os clubes efectuarem trabalhos de conhecimento dos seus adeptos e conseguirem aumentar o seu nível de identificação com as respectivas equipas. Por outro lado, explica que os clubes pequenos têm algumas limitações impostas pelas características geográficas do país mas diz ser possível melhorar a adesão para com os clubes locais.

“Acho excelente que por cá haja uma profundidade social muito grande nos clubes grandes. Mantêm os núcleos, as ligações e os canais de comunicação abertos. Com a crise e com a perda de rendimento os sócios continuam afiliados aos seus clubes porque os amam, porque os sentem e porque se identificam com eles. É um sinal da nossa identidade e do bom trabalho desenvolvido pelos clubes”, afirma, prosseguindo acerca da situação nos restantes clubes nacionais: “O que noto é que os clubes mais pequenos têm de adoptar estratégias e ações no sentido de aumentar a sua base de adeptos. Nada se constrói em pouco tempo, isto demora anos, mas é preciso um trabalho sério de estudo dos seus adeptos. Noutros países de maior dimensão geográfica há várias cidades grandes, ao contrário do que se passa em Portugal, e isso tem também a sua influência. A base de adeptos é proporcional à população das suas cidades”, finalizou.