Só o talento não chega mas África tem o mais importante
21 Abr, 2016
Anthony Baffoe explicou quais os desafios de África no desenvolvimento do seu futebol
A última palestra do painel ‘Mercados Emergentes’, dedicada ao continente africano, contou com a presença do actual secretário-geral da Associação Profissional dos Jogadores do Gana, Anthony Baffoe, que foi também futebolista e ex-internacional ganês. A apresentação de Anthony baseou-se na exposição da evolução do futebol africano nos últimos anos e nos largos desafios que ainda persistem para o progresso do futebol de África.
Até 1966, constatou o antigo futebolista, nenhuma selecção do continente africano havia marcado presença num Campeonato do Mundo. Só em 1978, através da Tunísia, conseguiram vencer um jogo na competição e só mais tarde, em 1986, Marrocos ultrapassou a fase de grupos, tendo-se tornado a primeira equipa africana a fazer tal feito. Os dados apresentados elucidavam bem o que foi o futebol de África até há bem pouco tempo atrás, e o facto de recentemente o Gana ter chegado aos quartos-de-final, onde só foi eliminado com muita dificuldade pelo Uruguai, também revela facilmente a evolução existente. Ao contrário daquilo que se passa na Ásia ou nos Estados Unidos, em África o futebol é não só a modalidade rainha como uma religião, como afirmou o orador. As crianças jogam futebol, os adultos gostam de ver os jogos. O talento existe e isso fica patente no número de jogadores africanos na ‘Premier League’: 125.
O desafio, então, passa por construir bases consolidadas através de infra-estruturas que permitam às federações aproveitar o talento emergente existente. O contexto económico deficitário e as dificuldades estruturais que, entre outros problemas, impedem o livre transporte entre países como sucede na Europa, são problemas adicionais que terão de ser contornados, mas Anthony Baffoe acredita que no futuro o futebol poder-se-á fortalecer de forma significativa.