“Usar os sistemas do estádio para envolver os adeptos”
21 Abr, 2016
Steve Rickless abordou a sua experiência na Triple Play no contexto das novas fontes de receita
O estádio de futebol é, por definição, o lugar onde se assiste a um espectáculo de futebol. E se, numa leitura mais completa, com uma lupa para ajudar na análise, aquele espaço fosse observado como uma tremenda plataforma para obter receitas? Esta é uma das ideias fortes desenvolvidas por Steve Rickless, CEO da Triple Play, empresa que vende serviços digitais para plataformas de estádios de futebol e que, de acordo com o seu líder e um dos fundadores, opera há dez anos com escritórios em todo o Mundo, tendo já trabalhado em 30 recintos de futebol (como por exemplo os do Chelsea, Manchester City ou Spartak Moscovo) e sete desportos diferentes, com a premissa de que o estádio deve estar plenamente ligado à internet e em usufruto máximo de todas as suas plataformas.
“Devemos usar os sistemas do estádio para envolver os adeptos”, concretiza o segundo orador do painel ‘Novas (e convencionais) fontes de receita para os clubes’, do II Congresso ‘The Future of Football’. Os ecrãs gigantes, por exemplo, não necessitam de ser apenas o suporte onde o clube divulga o seu ‘onze’ ou os autores dos golos; se estiverem conectados à internet podem ser aproveitados, por exemplo, como uma plataforma de televisão por IP – e, claro, podem gerar receitas. No estádio, sustenta Steve Rickless, o serviço deve ser o mais personalizado e completo possível. Com uma lógica muito simples: “Pode cobrar-se um preço ‘premium’ ao espectador porque se está a prestar um serviço ‘premium’”, clarificou o orador, dando o exemplo da NFL, em que os preços dos bilhetes mudam consoante os serviços prestados.
A tecnologia é a pedra de toque destas novas formas de receitas, aquilo que permite chegar aos adeptos, mantê-los envolvidos e extrair-lhes receitas, sendo uma fonte de inúmeras possibilidades que pode ser usada em várias plataformas para vender produtos e serviços direccionados e, claro, melhorar a experiência de dia de jogo para os adeptos. Neste contexto, aplicações para fãs são um dos produtos que os clubes mais procuram, sobretudo porque permitem um maior envolvimento com os adeptos – quer no dia de jogo, quer nos restantes –, prestar serviços diferenciados, conhecer os hábitos dos fãs e fazê-los sentirem-se parte do clube. “Podemos ter músicas, jogos, passatempos, ofertas especiais, serviços de localização e parcerias com restaurantes e bares, que pagam para estar na aplicação do clube”, elucidou o CEO da Triple Play que terminou com alguns dos principais desafios para os proprietários da tecnologia: Como mudar os hábitos dos adeptos para gerar retorno? Como conseguir extrair receitas dos adeptos não apenas no dia de jogo mas também nos restantes 300 dias do ano?