Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now

×

Vitória do coração sobre a pouca razão

Por Jornal Sporting
08 Nov, 2015

Slimani marcou o golo que ofereceu a vitória aos ‘leões’ mesmo ao cair do pano

Custou, mas foi. O Sporting saiu do Municipal de Arouca com os três pontos, após bater a formação da casa por uma bola a zero. Slimani apontou o golo isolado dos ‘leões’ aos 90 minutos, no final de um encontro onde o conjunto de Alvalade sentiu muitas dificuldades para criar lances que realmente ameaçassem a baliza defendida por Bracali.

Não foi uma primeira parte fácil para os ‘leões’. Cedo se percebeu que o Arouca tinha entrado em campo disposto a fazer suar um conjunto ‘verde e branco’ que, com um onze quase totalmente renovado quando comparado com o que subiu ao relvado na Albânia, viu os caminhos para a baliza de Bracali sempre fechados pela formação da casa. Com muita luta a meio-campo e pouco futebol no último terço do terreno, os primeiros dez minutos do encontro foram passados longe dos alvos, com a primeira aproximação ‘leonina’ a acontecer com um cruzamento de João Pereira agarrado com segurança pelo guardião arouquense.

O Sporting demonstrava dificuldades na construcção de jogadas ofensivas e, embora empurrasse o Arouca para o seu meio-campo defensivo, tinha pouco espaço para explanar o seu futebol. A equipa da casa limitava-se a suster a ofensiva ‘leonina’, tentando aproveitar toda e qualquer oportunidade para sair em contragolpe, como aconteceu quando Bracali lançou rapidamente o esférico na frente, tentando soltar Zequinha, mas Jefferson foi mais rápido e solucionou a situação. Apesar da maior pressão exercida pelos ‘leões’, o primeiro remate da formação de Alvalade só chegou à passagem do minuto 22, com João Mário, à entrada da área, a atirar para as mãos do guardião arouquense.

O futebol apoiado não estava a dar frutos e, um pouco como que fazendo a vontade ao adversário, o Sporting apostou num jogo mais directo, com Slimani a assumir o papel de principal referência atacante e a conferir profundidade ao futebol dos ‘leões’. Foi assim que João pereira descobriu Teo Gutiérrez a fugir pela direita, com o colombiano a servir Slimani no interior da área, mas o argelino falhou o remate e a oportunidade de golo esfumou-se. Já depois de Roberto obrigar Rui Patrício a aplicar-se para desviar um forte cruzamento do avançado arouquense, João Pereira voltou a aparecer no jogo para assistir Teo Gutiérrez no interior da área, mas o remate do avançado saiu torto e ao lado da baliza defendida por Bracali.

Só em cima do intervalo o Sporting conseguiu aproximar-se das redes do Arouca com real perigo. Na sequência de um livre, João Mário cruzou para a área, onde apareceu Paulo Oliveira a cabecear a bola com a direcção certa, mas Bracali esticou-se e realizou a melhor defesa do encontro, evitando que o defesa ‘leonino’ inaugurasse o marcador. Os comandados de Jorge Jesus insistiam e, na última jogada antes do descanso, Jefferson centrou o esférico para a área, com Adrien a atirar de cabeça e a fazer a bola passar muito perto do alvo. Ao intervalo, o marcador registava um nulo que espelhava as muitas dificuldades passadas pelo Sporting para chegar com perigo à baliza de Bracali, motivadas pelo rigor defensivo com que a formação de Lito Vidigal se apresentou no Municipal de Arouca e pela falta de soluções encontradas pelos ‘leões’ para furarem a densa barreira defensiva arouquense.

O segundo tempo recomeçou e com ele se manteve a toada dos primeiros 45 minutos. A partida disputava-se apenas no meio-campo do Arouca, mas nem por isso as oportunidades de golo apareciam. Entrar na grande área adversária não era tarefa fácil para os ‘leões’, que viam na meia distância uma alternativa válida para ameaçarem as redes de Bracali, como aconteceu ao minuto 53, quando João Mário, à entrada da área, atirou forte, mas por cima do alvo. O Arouca respondeu e Ivo Rodrigues, na sequência de uma bola parada, conseguiu o desvio em zona perigosa, mas o esférico passou ao lado dos postes defendidos por Rui Patrício. Na resposta, Bryan Ruiz inventou um cruzamento com conta, peso e medida, mas Slimani chegou atrasado e não conseguiu o desvio certeiro.

Até final, nada parecia correr bem aos ‘leões’: os passes longos eram mal medidos, as combinações curtas interceptadas e os remates tomavam a direcção errada. A dois minutos do final, Esgaio cruzou a bola para o coração da área, mas Montero dominou mal e a finalização acabou por não surgir. Seguiu-se um momento, no mínimo, estranho: Lito Vidigal, treinador do Arouca, entrou em campo protestando veemente com o árbitro da partida – como fez, aliás, várias vezes ao longo da partida – e até aí tudo bem, nada aconteceria ao técnico arouquense, como até então. O problema foi quando Naldo empurrou Lito Vidigal para o exterior do campo, o responsável arouquense caiu no chão e aí Cosme Machado já se apercebeu do que se passava junto ao banco da casa. O ‘leão’ foi expulso e Lito Vidigal seguiu o mesmo caminho, com alguns minutos de atraso, diga-se.

A jogar com dez, o coração falou mais alto. Em cima do minuto 90, Bryan Ruiz desmarcou Montero, que, no interior da área, atirou contra Hugo Basto, com a bola a sobrar para Slimani, que não perdoou e bateu Bracali, oferecendo a vitória aos ‘leões’. Nildo ainda tentou responder, mas o remate do brasileiro acabou nas mãos de Rui Patrício e o resultado não mais se alterou. O Sporting venceu com um golo tardio, que premiou a perseverança e a insistência ‘leoninas’ e ofereceu três preciosos pontos ao conjunto ‘verde e branco’, que assim mantém a liderança isolada do Campeonato, com mais cinco pontos do que o segundo classificado, FC Porto.