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O vira, a volta e uma histórica reviravolta

Por Jornal Sporting
10 Jan, 2016

Sporting CP vence Sp. Braga por 3-2 após sair para o intervalo a perder por 2-0

Ponto prévio: sentir o ambiente do Estádio José Alvalade foi uma prova de maturidade do Universo Sportinguista. E porquê? No período que mediou o segundo golo do Sp. Braga e o recolher aos balneários para o intervalo, todos os adeptos, sem excepção, apoiaram a sua equipa e enviaram através de cânticos a mensagem de esperança para os 45 minutos que faltavam. No segundo tempo, os ‘leões’ alcançaram uma das viragens mais marcantes no Campeonato da história do recinto inaugurado em 2003 e, ao garantirem a vitória por 3-2 diante dos ‘arsenalistas’, reforçaram o primeiro lugar na primeira volta com uma vantagem de pelo menos quatro pontos sobre os rivais. Hoje houve o vira, a volta e uma histórica reviravolta para mais tarde recordar.

Os bracarenses até conseguiram surpreender os ‘leões’ nos primeiros minutos, sobretudo pelo posicionamento mais móvel no ataque para explorar a velocidade, criatividade e remate de meia-distância de Wilson Eduardo, Pedro Santos e Rafa. Logo no primeiro minuto, Wilson atirou enrolado após canto perto do poste e, cinco minutos depois, foi a vez de Pedro Santos testar a atenção de Rui Patrício num remate traiçoeiro. Todavia, o Sporting CP reagiu de forma madura em termos tácticos a essa tentativa de surpreender e assumiu o controlo da partida, beneficiando de um carrossel ofensivo com grande dinâmica que começou a criar perigo junto à baliza de Kritciuk aos 14 minutos, quando João Mário, isolado na área, viu o desvio decisivo ser travado pelo guardião contrário.

Após dois remates de Bruno César por cima, Slimani voltou a conseguir isolar-se perante Kritciuk mas, à saída do guarda-redes, tentou fazer um chapéu bem interceptado pelo russo aos 28 minutos. Sete minutos depois, num esquema táctico de canto batido por João Mário da direita com o arco ao contrário do que é normal, Paulo Oliveira surgiu de rompante para cabecear ao poste e, no seguimento do lance, os reflexos do Kritciuk conseguiram evitar que a bola batesse em si e entrasse já em cima da linha. O Sporting CP dominava por completo até que, em cinco minutos, houve dois baldes de água gelada: aos 41 minutos, aproveitando uma bola a pingar na área, Wilson Eduardo atirou cruzado e voltou a marcar à equipa onde fez a formação, fazendo o 1-0; aos 45 minutos, numa fantástica iniciativa pelo corredor central a fintar vários ‘leões’, Rafa apontou o 2-0.

Ao intervalo, Jorge Jesus deixou William no balneário (já condicionado por um cartão amarelo) e lançou Gelson Martins na direita, tentando dar mais profundidade e velocidade ao ataque dos ‘leões’. Logo aos 48 minutos, Bryan Ruiz voltou a ver um golo quase feito negado pelo guardião russo dos bracarenses, um minuto antes de Rui Patrício brilhar também a remate de Pedro Santos. Ainda antes da primeira hora de jogo, a formação ‘verde e branca’ conseguiu reduzir a desvantagem através de uma grande penalidade transformada por Adrien, após claro corte com a mão de André Pinto na área.

O primeiro tento do Sporting CP mudou por completo as características, dando outro fôlego aos ‘leões’ para saírem mais motivados rumo à desejada reviravolta. Slimani, aos 59’ e 65 minutos, já tinha ameaçado o empate antes de Kritciuk voltar a ser gigante entre os postes aos 71 minutos, travando no chão o remate venenoso de Gelson Martins e ainda a recarga do avançado argelino. No entanto, água mole em pedra dura tanto bate até que fura e, aos 76 minutos, Montero controlou da melhor forma com o pé direito um remate rasteiro de Jefferson para, com o pé contrário, atirar de primeira para o 2-2.

Estava tudo em aberto para os últimos 15 minutos, com uma partida intensa, bem jogada e imprevisível onde o Sp. Braga poderia ter-se voltado a adiantar na partida por Rafa, que viu o seu remate travado de forma fantástica por Rui Patrício. No entanto, o coração dos ‘leões’, mesmo numa fase onde nem sempre as pernas respondiam da melhor forma, teve um prémio vindo da cabeça de Slimani, que fez o 3-2 em cima dos 90 minutos após um grande cruzamento em arco de Bryan Ruiz da esquerda. Estava consumada a reviravolta, numa história que já tinha sido contada pelo vira (minhoto) e pela volta (dos balneários).

Com este resultado, o Sporting CP terminou a primeira volta com 44 pontos em 17 jogos (14 vitórias, dois empates e uma derrota), mais sete do que FC Porto e Benfica que jogam estar tarde/noite com Boavista e Nacional fora, respectivamente. Na próxima jornada, os ‘leões’ recebem o Tondela no Estádio José Alvalade.