Ainda bem que a Europa não perde estes leões
05 Dez, 2017
Derrota em Camp Nou não retira o brilho de uma equipa que não se despediu da Europa: apenas mudou de palco!
O Sporting conseguiu aguentar a pressão inicial do Barça e sempre sem revelar quaisquer indícios de aflição, como aconteceu não apenas a Piccini ao cortar pela raiz as intenções de Alcácer (8’) mas também na classe de Mathieu ao negar a Rakitic maior avanço à baliza de Patrício. Não foram, de facto, tempos fáceis para os leões, mas outra coisa não seria de esperar, mesmo sem Messi em campo.
O primeiro sinal leonino surgiu por intermédio de Bruno Fernandes (16’), com Cillessen a encaixar sem problemas.
O sector mais recuado dos verdes e brancos foi, sem dúvida, quem mais sofreu no primeiro tempo. André Gomes (20’) ganhou a William Carvalho, mas atirou ao lado. Quatro minutos depois, o lance de maior perigo do Barça: Suarez tirou Coates da frente e valeu Rui Patrício, que trancou o ferrolho e fez soltar um desânimo (catalão) das bancadas do Camp Nou.
Sacudida a pressão, voltou a ser a vez do Sporting. Falta de Nélson Semedo sobre Bruno César, com o livre a revelar jogada ensaiada: Bruno Fernandes abriu para Acuña, mas houve corte do defesa português para fora (35’). Dois minutos depois, segundo remate à baliza dos leões (contra um do Barça em toda a primeira parte), com Cillessen de novo a encaixar.
Ao intervalo, Jorge Jesus decidiu mexer com o jogo. E de que maneira. Tirou o Alan Ruiz da posição de avançado e Ristovski de médio direito e faz entrar os habituais titulares das posições: Bas Dost e Gelson Martins, respectivamente. Opções validadas a partir do momento em que o juiz escocês Craig Thomson apitou para a etapa complementar. O Sporting colocou os catalães em sentido, desde logo com uma jogada individual do menino com a camisola n.º 77, cujo remate cruzado passou ao lado do poste direito (52’).
Estava Ernesto Valverde a preparar a entrada de Messi – bastante saudada pelo público, naturalmente. Aliás, momento pouco visto mesmo em Camp Nou já que o astro argentino raramente começa o jogo no banco de suplentes... –, numa resposta às alterações promovidas por Jorge Jesus, quando Alcácer aponta o primeiro golo do encontro. Canto batido da direita (59’) e o médio, de cabeça ao primeiro poste, desvia a bola em jeito de penteado para o ângulo oposto ao de Patrício.
É certo que ainda havia meia hora de jogo pela frente, mas como referiu e bem Jorge Jesus, com ou sem Messi a diferença é abismal. Bruno César ainda deu lugar a Fábio Coentrão (quatro minutos depois de Messi entrar) e o jogo passou a assentar mais no cumprimento das exigências tácticas. Pelo meio ainda houve uma defesa com estilo de Rui Patrício a remate forte de Messi fora da área (81’) e, do consequente canto cortado por Coates, um contra-ataque de Bruno Fernandes pela esquerda que não chegou ao destino, mas a jogada não terminou, já que acabou a bola por sobrar para defesa esquerdo leonino, que encontrou Bas Dost na cara com Cillessen, saindo o remate por cima (83’). Um duelo de holandeses que o guarda-redes do Barça já havia ganho antes (62’), na mais clara oportunidade do nosso Bola de Prata. O abraço entre ambos foi um bónus!
Reparo apenas para a infelicidade de Mathieu no segundo golo dos catalães. Não merecia pela excelente exibição que rubricou e em nada beliscou a sua credibilidade como um dos melhores centrais que já vestiu a Listada verde e branca.
Mantém-se assim o mesmo destino traçado para os leões, que já tinham antes do encontro que marcou o fecho da fase de grupos da Liga dos Campeões 2017/18 e que igualou Rui Patrício a Manuel Fernandes (que dupla!) no número de ocasiões que envergou a camisola da equipa principal de futebol do Sporting: 433. A Europa vai continuar a poder ver o futebol leonino, agora em palcos diferentes mas com a mesma ambição de sempre.