Uma pedra na engrenagem
31 Mar, 2018
Solavanco em Braga surgiu já na recta final de um encontro extremamente dividido e cujo resultado poderia ter caído para qualquer um dos lados
Adivinhava-se difícil a deslocação à Pedreira e acabou por se confirmar o que não estava nos planos. A derrota (1-0) à 28.ª jornada da Liga NOS, na casa do Sporting de Braga, aconteceu graças ao golo de Raúl Silva (87’) em vésperas da viagem a Madrid e num encontro em que o equilíbrio foi a nota mais dominante. De tal forma que ao intervalo, a mancha térmica das zonas mais pisadas dava ideia – para ambas as equipas – que a bola, no apito inicial, raramente saiu do círculo central.
Ainda assim, foi o Sporting que criou as primeiras ocasiões de perigo. A primeira (7’), num cruzamento de Gelson Martins a que Bas Dost, de cabeça, já chegou tarde para armar um remate mais em jeito; a segunda (9’), num canto apontado por Bruno Fernandes, com o avançado holandês a falhar a intercepção, mas deixando para Mathieu que, ao segundo poste, também não conseguiu aproveitar da melhor maneira a oportunidade. Logo de seguida (12’), cruzamento de Acuña da esquerda, Bas Dost faz-se ao lance, mas é derrubado pelo guardião bracarense, Matheus, o que originou a primeira paragem para consulta do vídeo-árbitro (VAR), sem que desse lugar à respectiva grande penalidade.
O Sp. Braga ia aproveitando mais os erros leoninos do que construindo ocaisões de golo. Foi o que aconteceu na tentativa de alívio de Mathieu (28’), que Wilson Eduardo desperdiçou. Aliás, o ex-avançado Sportinguista, habitual pé quente frente aos leões, desta vez teve um central francês a arrefecer-lhe as intenções, o que levou mesmo a Abel Ferreira a prescindir dos jogador já no decorrer do segundo tempo.
Antes da saída para o intervalo, nova paragem para consulta do VAR. Num lance de felicidade para Ricardo Esgaio – outro ex-leão, desta feita em bom plano –, com a bola em tabelas, acabou por trair Rui Patrício e entrar na baliza. Festejos de celebração que acabaram invalidados, com a decisão de Luís Godinho a recair numa falta de Paulinho sobre Gelson Martins, antes de a bola ter entrado.
O intervalo poderia ter sido melhor conselheiro, mas a verdade é que a segunda parte revelou menor qualidade no futebol praticado e o nulo foi-se arrastando com menos lances de destaque. Ao contrário do que havia acontecido no primeiro tempo, foi o Sp. Braga o primeiro a criar perigo. Ricardo Horta (51’), junto ao poste esquerdo de Patrício, viu Fábio Coentrão fechar bem o ângulo. Na resposta (61’), Bruno Fernandes lançou da melhor forma Gelson Martins no corredor direito, que tentou assistir Bas Dost já na cara de Matheus, mas Bruno Viana, providencial, cortou para canto. Um minuto depois, Jesus fez sair Acuña e mandou entrar para o seu lugar Rúben Ribeiro, refrescando o sector canhoto.
Sem grandes ensaios do bombardeiro de Alvalade – apenas dois remates fortes, sem consequências –, foram os bracarenses que se foram revelando mais letais. Quase ao mesmo tempo em que Piccini fora expulso (83’), por acumulação de amarelos, o Braga chegou a assustar, numa jogada de contra-ataque rápido, conduzido por Esgaio pela direita, a passar por Paulinho, já em zona frontal e na pequena área, e ainda uma última oportunidade para Ricardo Horta, só com Patrício para o frente-a-frente. Quatro minutos depois, Raúl Silva, de cabeça, estabelece o que viria a ser o resultado final, embora com muitos protestos por parte do guarda-redes do Sporting CP, por fora-de-jogo do central.