Rúben Amorim: "Foi uma das melhores exibições que fizemos"
02 Nov, 2023
Treinador analisou vitória em conferência de imprensa
Após o triunfo por 4-2 frente ao SC Farense na estreia nesta edição da Taça da Liga, Rúben Amorim, treinador da equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal, esteve em conferência de imprensa para analisar o jogo, realçando que gostou “muito da exibição, quer colectiva, quer individual".
"Tirando os dois golos sofridos, acho que foi uma das melhores exibições que fizemos. Com dinâmica, deixámos muitas vezes homem para homem atrás e fomos muito seguros, criámos ocasiões e não deixámos, principalmente na primeira parte, que o SC Farense chegasse à nossa baliza. A segunda parte foi um bocadinho diferente, sofremos [dois golos] em dois remates praticamente e no fim deixámos o jogo correr um bocado, já com alguns jogadores mais cansados", começou por dizer aos jornalistas presentes no Auditório Artur Agostinho, antes de destacar alguns dos seus jogadores a nível individual.
"O Paulinho e o Trincão jogaram muito bem, o Viktor [Gyökeres] fez três golos, o [Ricardo] Esgaio muito bem, o Nuno Santos voltou mais ao seu normal em termos de qualidade e intensidade, o Bragança... Todos estiveram muito bem, saio daqui satisfeito e já a pensar no jogo de domingo", atirou.
De seguida, questionado sobre a ideia de “tudo ou nada” que tem utilizado no seu discurso para esta época, Amorim sublinhou que é algo que "tem que ver com aquilo que” o seu grupo precisa “enquanto equipa”. “Uma pressão extra para não nos escondermos atrás de nada", acrescentou, antes de traçar uma comparação com o mote ‘jogo a jogo’ da época 2020/2021, que acabou com o título de campeão em Alvalade.
"São momentos diferentes, o clube é diferente e o contexto da última época também conta. É preciso ler os adeptos, conhecer bem o futebol português e sinto que tem de ser um bocadinho o tudo ou nada neste momento. Acho que tem funcionado bem com a equipa até ao momento. Sabemos que basta um desaire e esta conversa pode virar-se contra nós, trazer-nos mais pressão, mas senti que, depois do último ano, é importante ter este tipo de discurso para toda a gente. Acho que a equipa precisa disso e tem funcionado", sublinho o técnico verde e branco, apontando: "Acho que podemos voltar a ganhar títulos este ano".
Já sobre a aposta de Gonçalo Inácio no meio-campo, Rúben Amorim avaliou a prestação do jovem formado no Sporting CP e afiançou que "é uma opção bastante válida para jogar ali". "Imagino o Inácio [neste papel], daí termos feito este trabalho desde a pré-época e mais em jogos à porta fechada, porque acho que tem boas características para isso. Jogamos com três centrais e como vamos com muita gente à pressão deixámos, algumas vezes, três contra três [atrás e ele consegue jogar no meio e fazer a linha defensiva e acrescenta-nos mais um homem no meio-campo", explicou, antes de falar da importância desta opção também a médio-prazo.
"Ainda temos o Dário [Essugo], que está a crescer e também precisa de espaço, mas estendemos que este jogo era perfeito para o Inácio jogar. Teremos o [Hidemasa] Morita, em Janeiro, na selecção, portanto acrescenta-se, assim, mais um jogador para aí, tendo centrais com tanta qualidade como temos, a meu ver. Pode ser mais uma opção e hoje demonstrou-o. O que gostei mais, além de jogar de frente e tapar os espaços, foi a sua capacidade com bola, de rodar o jogo, jogar entrelinhas e tirar jogadores [da frente]. Às vezes exagerou, mas ele com o tempo vai melhorar", atentou.
Aproveitando a boa exibição de Francisco Trincão, depois de Geny Catamo já ter estado em evidência no Estádio do Bessa, o técnico dos Leões sublinhou a importância da concorrência interna no plantel.
"O importante é essa competição. A verdade é que o Esgaio já jogou muitas vezes com o Marcus [Edwards], mas a dupla com mais ligação é com o Trincão, porque já jogavam assim em Braga. O Trincão já fez um jogo mais perto do talento que tem e o Esgaio sempre foi um ‘relógio suíço’. Podia e devia ter definido melhor alguns cruzamentos, mas fez um jogo bastante completo. O facto de o Geny estar muito bem, tal como o Marcus, o Trincão, o Nuno Santos e o Esgaio, só prova que todos podem jogar e que quando todos têm oportunidades tornam a equipa mais forte", enalteceu, antes de, por fim, abordar os dois golos sofridos diante do SC Farense, apesar das poucas oportunidades concedidas em Alvalade.
"Não diria que a equipa desliga, talvez com o FC Vizela. São golos que podemos evitar e acho que é um problema que pode fazer a diferença. Faz a diferença na Taça da Liga. Obviamente que vamos jogar a Tondela para vencer, mas é sempre importante nestas competições ter mais golos. Os adversários não criam assim tanto para marcar golos e, portanto, alguma coisa estamos a fazer de mal. Podemos evitar sendo mais agressivos e concentrados", detalhou para concluir.